A falta das pernas ou da visão não foi impedimento para atletas de diversos países que nadaram, andaram de bicicleta, cadeira de rodas e correram no evento teste de paratriatlon para as Paralimpíadas de 2016, realizado neste sábado (1º), no Rio de Janeiro. As provas ocorreram na Praia de Copacabana e atraíram um bom número de espectadores, que vibraram e aplaudiram os competidores, independentemente da nacionalidade.
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A primeira prova do paratriatlon, para quem não tinha pernas ou movimento nelas, foi 750 metros de natação, a partir de uma base próxima ao Forte de Copacabana, até o ponto de chegada nas areias da praia. Nesse ponto, os atletas foram recebidos por voluntários, que os carregavam nos braços até cadeiras de rodas.
Em seguida, eram levados à segunda parte da prova, em bicicletas adaptadas, movidas com as mãos, em um percurso de 21 km, compreendendo três voltas na orla. Por último, tiveram de correr em cadeiras de rodas esportivas por mais 5 km.
Segundo evento-teste para os jogos olímpicos Rio 2016 acontece na praia de Copacabana. Atletas paralímpicos realizaram as provas do paratriatlo nessa manhã (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Guias auxiliavam atletas com problemas de visão nas provas de nataçãoTomaz Silva/Agência Brasil
Em outra bateria, para atletas com problema de visão, um guia auxiliava tanto na natação quanto em bicicletas duplas ou na corrida. Era o caso da guia Hasil Smith, que atua com a atleta Alison Patick, ambas da Grã Bretanha. Segundo Hasil Smith, o maior ensinamento dos paratletas é a superação. “O maior valor que os paratletas nos ensinam é a perseverança, pois eles têm vários problemas e conseguem superar tudo”.
Estavam inscritos 60 atletas de 15 países, divididos em cinco classes funcionais, dependendo do tipo de limitação física, e separados por gênero. As provas começaram às 9h30 e se estenderam até o meio da tarde.
Entre os competidores, a espanhola Suzana Rodriguez, com uma forma de albinismo que praticamente a deixou sem visão muito jovem. “A corrida de hoje nos dá pontos para o ranking olímpico e também serve para conhecermos o local. Estar no Rio em 2016 será um sonho”, acrescentou. Suzana tem de 27 anos e treina paratriatlon desde 2011.
Neste domingo (2), será a vez dos atletas olímpicos do triatlon se enfrentarem em Copacabana, mas em percurso bem maior. Serão 1,5 mil metros de natação, 40 km de ciclismo e 10 km de corrida. Participarão 150 atletas de 25 países. As competições começarão às 9h, para mulheres, e às 12h30, para homens. A prova vale pontos para classificação no ranking olímpico.
Aproveitando a visibilidade do evento, manifestantes da Justiça Federal, que estão em greve, fizeram uma passeata pela orla, com faixas e cartazes, pedindo que o Congresso Nacional derrube o veto da presidenta Dilma Rousseff ao aumento da categoria. Outro grupo protestou, espalhando cartazes pelo calçadão e nas areias da praia, contra a construção do campo de golfe olímpico em área de reserva natural, no Recreio dos Bandeirantes.