Era 2001, e Maurren Maggi voltava às competições internacionais depois de sair da Olimpíada de Sidney com uma lesão na coxa. Naquele ano, seu retorno ganhou impulso com o ouro no salto em distância na Universíade de Pequim, cidade em que se consagrou como campeã olímpica sete anos depois, na mesma modalidade. A vitória na “olimpíada universitária” é uma boa recordação no currículo da atleta. Agora, ela desembarca em Taipei na segunda quinzena de agosto como chefe de delegação do atletismo brasileiro na Universíade de 2017, que começa no dia 19.
“Participar de uma Universíade sempre foi muito legal, muito positivo. Tenho duas nas costas, nas duas trouxe medalha, e eu sempre tive boas recordações”, recorda Maurren, que lembra que sua principal adversária em 2001 era a dona da casa. “A favorita era uma chinesa, e dentro da China tive que desbancá-la. Isso foi muito legal para mim, porque tinha voltado de lesão e mesmo assim consegui saltar longe”.
A Universíade é um evento esportivo que ocorre a cada dois anos. Neste ano, participam mais de 9 mil atletas-estudantes de 170 países, durante 12 dias de competição. A primeira edição ocorreu em 1959, na Itália.
Maurren disputou a Universíade de 1999 cursando comunicação social, e, na de 2001, estudava educação física. Maurren não concluiu esses cursos e se formou em gestão esportiva, quando retornou ao Brasil, em 2005. “É muito difícil conciliar, mas não é impossível. É um momento em que você descansa o corpo e prepara a mente”.
Equipe
Para garantir o melhor time possível na Universíade de 2017, Maurren conta que chegou a conversar com técnicos para pedir a liberação dos melhores atletas de seus clubes. Para competir no evento, é preciso ter até 28 anos, estar matriculado em uma universidade e atingir os índices. Esses critérios excluíram alguns nomes brasileiros que estão no auge da carreira, mas já passaram dos 28, lamenta a chefe de delegação. Mas puderam ser incluídos outros como os fundistas Aldemir Gomes e Tatiele de Carvalho, e a atleta do heptatlo Vanessa Spínola. Os três estiveram nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
“A maioria deles estará voltando do mundial [de atletismo, em Londres] e indo para a Universíade. Meu objetivo é conversar muito com os atletas e, a partir daí, abrir portas e divulgar a Universíade como uma competição forte, porque nem todo mundo conhece o mundial universitário, e eu considero como uma das mais fortes que tem”.
O clima “olímpico” é outro ponto positivo da Universíade, na visão de Maurren Maggi. Com uma vila de 34 prédios e a expectativa de receber 10 mil atletas, a Universíade de Taipei terá a oferecer uma experiência de amadurecimento a atletas que ainda não disputaram uma olimpíada. “Sem dúvida nenhuma traz um crescimento. A experiência que eu tive de ficar na Vila Olímpica, em contado com todas as modalidades, foi muito positiva pra mim”.
Pela frente, os atletas brasileiros devem encontrar alguns dos melhores de suas modalidades. “Eles podem ter uma noção dos adversários, porque o atleta que está crescendo para competir em uma Olimpíada, se estiver matriculado em universidade, estará lá. As minhas melhores adversárias sempre estiveram na Universíade e sempre foi um páreo duro”.