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Taubaté comemora 50 anos do Estádio Joaquinzão

Pontapé inicial na história do Joaquinzão. (Foto: reprodução)

Reportagem de Moacir dos Santos, ECT Taubaté

A construção do estádio teve inicio em 1961, com previsão de término das obras em 1963, mas só foi ser inaugurado em 1968.

Há exatos 50 anos, os torcedores do Esporte Clube Taubaté testemunhavam a realização de um sonho, de ter sua casa própria, o estádio Jardim das Nações que mesmo antes de sua inauguração, ganhou o nome de estádio Joaquim de Morais Filho, atualmente conhecido carinhosamente por Joaquinzão.

Depois de mandar seus jogos por 53 anos na Praça Monsenhor Silva Barros, em outubro de 1967, o E. C. Taubaté mudava seu endereço e, apesar do carinho e dos momentos de alegrias e conquistas no antigo campo do Bosque, naquele momento, a alegria era de possuir um estádio próprio e pioneiro no Vale do Paraíba, com aquelas dimensões.

Verdade que antes, morando no centro da cidade, o E. C. Taubaté, foi construir sua casa própria em um bairro distante, praticamente desabitado, chamado Jardim das Nações que possuía algumas ruas sem pavimentos. Mas a construção do estádio próprio passou a ser uma necessidade. Afinal o Campo do Bosque pertencia ao Prefeitura da cidade que já havia solicitada a desocupação e, apesar de ganhar uma pequena prorrogação no prazo, a diretoria taubateana sabia que a qualquer momento, seria intimado a definitivamente deixar o estádio.

O projeto da nova residencia, chamada inicialmente Estádio Jardins das Nações, era o que de mais moderno existia. Um marco para a região do Vale do Paraíba. Um monumento que só poderia ser construído por pessoas corajosas, e confiantes no futuro. Eles tinham como objetivo a construção de um estádio proporcional ao tamanho do desenvolvimento da cidade.

Dentre tantas pessoas que lutaram, realizaram campanhas e trabalharam em prol da construção do Joaquinzão citamos, Joaquim de Morais Filho, Savério Mario Ardito, Evandro Pinto dos Santos, Oswaldo Abirached, família Danelli, Valter Teixeira Pinto, Roberto da Matta Ribeiro, Dr. Djalma Tavares, Waldemar Marcon, João Bento Vaz de Campos, Rubens Retroz, José Haroldo de Mattos, Walter Teixeira Pinto, José Marcelino de Moura, Ícaro de Castro Mello e tantos outros torcedores e admiradores do E. C. Taubaté, que gastaram energia e grana pra ver o sonho ser realizado. Algo muito significativo e de difícil medição.

O INÍCIO
A construção do estádio teve inicio em 1961, com previsão de término das obras em 1963. Devido a uma série de obstáculos, principalmente recursos financeiros, as obras caminhavam lentamente. Um ano depois do inicio, já havia sido gasto 35 milhões de cruzeiros, sem contar com o valor gasto para aquisição do terreno. Houve um alto desembolso financeiro pela necessária drenagem do terreno, por estar em um local de grande umidade.

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Somente em 14 de janeiro de 1968, o estádio foi inaugurado oficialmente, mesmo assim inacabado. Ainda antes de sua inauguração, o estádio Jardim das Nações, passou a ser chamado estádio Joaquim de Morais Filho, começando a registrar na memoria da cidade e da região, momentos de alegria ao torcedor e simpatizantes do E. C. Taubaté.

Taubaté, o coração do Vale, acelerava em seu crescimento e logo, com o desenvolvimento da cidade rapidamente contribuiu para que o Joaquinzão estivesse bem localizado, em endereço acessível e perto de tudo, pois o Jardim das Nações, rasgado por uma avenida chamada Brasil estava em franco crescimento.

O SURGIMENTO DO NOME PARA O ESTÁDIO
A sugestão do nome Joaquim de Morais Filho para o novo estádio, surgiu em reunião do Conselho Deliberativo do E.C. Taubaté, realizada na noite de 26 de novembro de 1967. Presidida pelo saudoso Nelson Campelo e secretariada por Roberto da Mata Ribeiro, foi aprovada nessa reunião, a sugestão do nome lançado pelo jornalista Alaor Fernandes de Lima.

F.P.F. VISTORIA O ESTÁDIO

O estádio Joaquim de Morais Filho foi vistoriado pela Federação Paulista de Futebol em 24 de março de 1968. Num domingo de sol, o Sr. Rogério Rodrigues, designado pela Federação, foi o responsável por realizar a vistoria e homologação do “Joaquinzão”, liberado para receber 10.086 torcedores.

A INAUGURAÇÃO OFICIAL

Para a grande festa de inauguração, que ocorreu em 14 de janeiro de 1968, a diretoria do E. C. Taubaté convidou o São Paulo F. C. de Laudo Natel, campeão Paulista em 1967.

Na preliminar, os veteranos taubateanos que não tiveram chance de jogar profissionalmente no Joaquinzão, como Sérgio Valentim, Porunga, Ivan, Durval, Zé Américo, Sylvio, Celso, venceram os veteranos do São José.

Para enfrentar o vice-campeão paulista de 1967, o presidente do E.C. Taubaté tratou de reforçar sua equipe com 4 jogadores do CR Flamengo: o zagueiro Ditão, o médio volante Walter, o centro-avante João Daniel e o atacante Jair. Afinal, os jogadores do E.C. Taubaté haviam retornado do período de férias apenas seis dias antes do amistoso com o São Paulo.

FICHA TÉCNICA DO JOGO
Domingo – 14.01.1968 – Estádio Joaquim de Morais Filho
E.C. Taubaté 1 X 2 São Paulo F.C.

Equipes:
E.C. Taubaté:
Sérgio, Cláudio Tifú (Jordan), Ditão, Alemão e Vaguinho; Valter (Márcio) Fernandes, Cristóvão e Adilson; João Daniel (Jair) e Niltinho – Técnico: Gilson Silva.

São Paulo F.C.: Picasso, Renato, Bellini (Eduardo), Edilson, Lourival e Nenê; Almir, Ismael, Djair (Adilson), Babá e Paraná (Fefeu) – Técnico: Silvio Pirilo.
Gols: Lourival aos 18′ e aos 23′ para o São Paulo e Valter aos 35′ para o Taubaté, todos no 1º. tempo.
Árbitro: Emídio Marques de Mesquita – Renda: NCr$26.000,00

Preliminar
Veteranos do E.C. Taubaté 2 X 0 Veteranos do São José E.C. Gols de Ivan e Osmar. Dentre outros, atuaram nessa partida preliminar, defendendo o E. C. Taubaté: Sérgio Valentim, Porunga, Durval, Rubens Minelli, Rubão, Celso, Taino, Alcino, Zé Américo, Sylvio, Ivan, Osmar, Berto.

ANTES DA INAUGURAÇÃO OFICIAL O “JOAQUINZÃO” RECEBEU DOIS JOGOS.
Dia 22 de outubro de 1967 foi a data determinada pela Prefeitura Municipal para que o E.C. Taubaté desocupasse o Estádio da Praça Monsenhor Silva Barros.

Nessa época, o E.C. Taubaté estava disputando o campeonato daquele ano, restando ainda quatro partidas, sendo três, fora de seus domínios (29.10 em Botucatu – Ferroviária 1 X 1 E.C. Taubaté; 12.11. em São João da Boa Vista – Palmeiras 2 X 0 Taubaté; 19.11 em Jundiaí – Paulista 0 X 0 Taubaté) e uma em Taubaté, diante do XV de Piracicaba em 05.11.

Como a desocupação campo do Bosque era certa, o E.C. Taubaté recebeu o XV de Piracicaba no quase pronto “Joaquinzão”. Por isso, o primeiro gol marcado no “Joaquinzão” foi atribuído a Geraldo Picolé, atacante piracicabano que fez o único gol da partida.

E.C. TAUBATÉ 0 X 1 E.C. XV DE NOVEMBRO
Estádio Joaquim de Moraes Filho – 05.11.1967 – Domingo às 15:30hs

E.C. Taubaté: Sérgio, Cláudio Tifú, Bimbo, Zé Roberto e Canuto; Pampolini e Miro; Fernandes, Gardel e Jaime – Técnico: Gilson Silva

XV de Novembro: Claudinei, Nei, Kiki, Piloto e Zé Carlos; Hidaldo e Joaquinzinho; Amauri, Luiz, Geraldo Picolé e Piau
Gol: Geraldo Picolé no primeiro tempo

Árbitro: Dilson Barroso Moreira – Renda NCr$ 2.245,00

Depois dessa partida válida pelo Campeonato Paulista de 1967, o E.C. Taubaté realizou outra partida, desta vez amistoso beneficente em prol a Casa Pias de Taubaté, contra o Aparecida.

E.C. TAUBATÉ 0 X 0 APARECIDA
Estádio Joaquim de Moraes Filho – 03.12.1967 – Domingo às 15hs
E.C. Taubaté: Sérgio, Cláudio Tifú, Bimbo, Zé Roberto e Vaginho; Edson (Jaime) e Miro (Gardel); Fernandes, Guri, Canuto e Noca – Técnico: Gilson Silva. – Renda: NCr$ 200,00

Árbitro: Antonio Galvão da Liga Municipal de Futebol de Taubaté
Partida beneficente (Casa das Pias de Taubaté).

O jogador Diango, que pertencia ao E.C. Taubaté e estava emprestado ao Aparecida, não atuou nesse jogo, respeitando o acordo entre os dois clubes. Osvaldinho e Renatinho (ex-profissionais do E.C. Taubaté) jogaram pelo Aparecida que, na oportunidade, foi dirigido pelo técnico Henrique da Silva Passos. O Aparecida pertencia na época à 2ª divisão de profissionais.

MOMENTOS DE ALEGRIA
Já se passaram 50 anos de sua inauguração. Para o torcedor, alguns momentos de tristeza mas também de muitas alegrias. Creio que as duas maiores delas foram, em 2009 o gol de Gilsinho aos 54 minutos do segundo tempo, na vitória contra o Palestra de São Bernardo, 3X1, que deu ao E. C. Taubaté o retorno à Série A3 e, em 2015 o título conquistado da Série A3 em cima do Votuporanguense 4X0 num domingo chuvoso mas com muita festa e lágrias de alegria.

DIFICULDADES PARA MANTER O ESTÁDIO
Hoje, as dificuldades para manutenção do estádio são inúmeras, dificuldades essas que enfrentam quase todos os times de futebol que possuem estádio próprio. Creio que o projeto completo do Joaquinzão, nunca será concluído pois, outras prioridades sempre passam à frente e muitas vezes para garantir a sobrevivência do futebol.

Uma equipe de futebol profissional do porte do E. C. Taubaté, encontra muita dificuldade para garantir recursos para mantenha uma equipe equipe de futebol profissional competitiva todos os anos e que não corra o risco de rebaixamento. Se o recurso financeiro é escasso para manter o futebol profissional e de base, imaginem investir em manutenção, benfeitorias, infraestrutura e ampliação do estádio.

Por isso sou da opinião que a Administração Pública deveria buscar meios legais para municipalizar o estádio, transformando em arena multiuso, que venha atender todas equipes de futebol da cidade, e possa ainda, receber grandes shows em datas comemorativas.

A grande vantagem é que será de uso geral do município, suprindo a deficiência de local para realização de grandes eventos que existe em nossa cidade. Somando-se a isso, a localização do estádio é muito próximo à Avenida do Povo, local de realização oficial dos eventos da cidade.

Que o ano em que se comemora 50 anos de inauguração do Joaquinzão seja de vitórias e conquistas para o E. C. Taubaté e sua apaixonada torcida. E deixando de lado o trocadilho, que em 2019, quando o estádio completar 51 anos, o E. C. Taubaté esteja na divisão de elite do nosso estado. uma boa ideia.

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