Na manhã de sábado (17), alunos da primeira turma de cadetes composta por homens e mulheres passaram pelo Portão Monumental da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende, para dar início a mais uma fase de formação como oficiais de carreira do Exército Brasileiro. O evento foi um marco para a história da Força Terrestre, que começa a formar militares combatentes do sexo feminino. No total, 414 jovens participaram da tradicional solenidade, que foi aberta ao público, sendo 33 mulheres e 10 militares estrangeiros oriundos de nações amigas.
O comandante da AMAN, general Ricardo Augusto Ferreira Costa Neves, explicou a importância do evento: “essa solenidade reveste-se de um significado todo especial, ao ingressar na AMAN pelos portões dos novos cadetes, eles não estão apenas entrando na nossa querida Academia, estão reafirmando um desejo inabalável de abraçar com ardor uma profissão caracterizada pela honra de servir à Pátria e defendê-la, além do orgulho de cultuar os valores, as raízes históricas e as tradições do Exército Brasileiro”.
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Por tradição, o aluno mais novo da turma, chamado de “claviculário”, abriu os portões para a passagem dos companheiros. Neste ano, a aluna mais nova, Emily Braz, de 17 anos, realizou a abertura oficial do portão para os colegas, que marcharam rumo ao conjunto principal da Academia. Os alunos haviam chegado à AMAN no dia 30 de janeiro, oriundos da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), localizada em Campinas (SP), para uma intensa formação militar de quatro anos.
A família da cadete Emily Braz assistiu à entrada da filha emocionada. “Estou muito orgulhosa dela. Ela tem se superado e sabemos que ela é capaz, ela tem sido exemplo”, disse a mãe, Eliane Braz. “Foi um momento único, estou muito feliz. Daqui pra frente a palavra-chave será superação”, ressaltou Emily.
As cadetes receberão a mesma formação de oficial combatente do Exército Brasileiro que os homens que compõem a turma, que recebeu a denominação de “Dona Rosa da Fonseca”, em homenagem à Patrono da Família Militar. Eles foram admitidos no concurso para a EsPCEx em 2016 e agora chegam aos portões das Agulhas Negras para serem declarados “Cadetes de Caxias”.
Neste ano, frequentarão o Curso Básico da AMAN e, após essa etapa, continuarão a formação em uma das armas, quadro ou serviço na Academia. Ao final do Curso Básico, as cadetes poderão optar pelo Serviço de Intendência ou pelo Quadro de Material Bélico, áreas nas quais atuarão por toda a sua carreira militar.
O ingresso na AMAN
Os Alunos da EsPCEx aprovados em todas as disciplinas têm acesso automático à AMAN. Atualmente, a formação do oficial combatente do Exército é feita em cinco anos: o primeiro ano é realizado na EsPCEx e os quatro anos seguintes são realizados na AMAN. Essa transição para a Academia Militar é feita naturalmente, tendo em vista que será uma continuidade do curso já iniciado na EsPCEx.
Segundo o comandante da EsPCEx, coronel Marcus Alexandre Fernandes de Araujo o desempenho das mulheres durante ano na Preparatória foi essencial para chegar à AMAN. “Considero que todos os alunos da Escola, homens e mulheres, estejam bem preparados para o prosseguimento do Curso na AMAN. Todos terão que demonstrar muita determinação e vontade para atingirem o objetivo de se formarem oficiais do Exército”, afirmou.
No concurso de 2017 para EsPCEx foram 10.893 mulheres inscritas numa disputa de 272 candidatas por vaga. A expectativa é que esse número aumento em 2018.