Butantan vai produzir 6 novos medicamentos e passa a fornecer mais 2 vacinas ao SUS


Parcerias de desenvolvimento produtivo consolidam instituição ligada ao governo do Estado como um dos poucos centros biomédicos do mundo a disponibilizar imunobiológicos de alto custo. (Foto: Freeimages)

O Instituto Butantan, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e um dos maiores centros de pesquisas biomédicas do mundo, vai construir uma nova fábrica para o desenvolvimento de seis novos medicamentos a serem fornecidos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) também possibilitaram a produção de duas novas vacinas. Os anúncios marcam o aniversário de 117 anos da instituição, celebrados nesta sexta-feira, 23 de fevereiro.

Em parceria com a farmacêutica Libbs, empresa farmacêutica 100% nacional, a construção do laboratório industrial de anticorpos monoclonais será numa área de 800m². O projeto executivo já foi concluído e a contratação da obra será iniciada com o incentivo de R$ 40 milhões da empresa parceira. A obra terá duração de dois anos.

Este laboratório novo será responsável pela produção de pelo menos seis produtos que já possuem Parceria para Desenvolvimento Produtivo (PDP) aprovadas junto ao Ministério da Saúde.

Os produtos relacionados à transferência de tecnologia nesta parceria e que serão produzidos no laboratório são: Trastuzumabe, Rituximabe, Bevacizumabe, Etanercepte, Adalimumabe e Palivizumabe. Estes anticorpos são insumos estratégicos que serão fornecidos para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Anticorpos monoclonais são utilizados há anos para o tratamento de câncer e outras doenças. Inspirados nos anticorpos naturais no nosso organismo, eles são medicamentos produzidos em laboratório que permitem o combate ao câncer e doenças autoimunes por meio do reconhecimento seletivo de alvos moleculares.



Com a nova fábrica, o Butantan estará em condições de produzir o primeiro medicamento biossimilar do Trastuzumabe do Brasil, conforme o compromisso de parceria entre o Instituto, o Ministério da Saúde e a Libbs. A expectativa da parceria é aumentar o acesso ao tratamento de alto custo de câncer de mama HER2+.

“Este novo laboratório reafirma a missão do Butantan com as pesquisas, inovação, produção e desenvolvimento de produtos contribuindo com a saúde pública do país”, diz Dimas Covas, diretor do Instituto. ​

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A parceria envolverá a transferência de tecnologia do anticorpo monoclonal Trastuzumabe da Libbs para o Instituto Butantan, com o fornecimento deste produto de alto custo ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Produção de duas novas vacinas
Além da parceria que envolve a disponibilização de anticorpos monoclonais, o Instituto Butantan também firmou acordos para a produção das vacinas contra hepatite A e a tríplice acelular (dTPa).

Com o registro concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Butantan será um de apenas quatro produtores mundiais da vacina contra a hepatite A e um dos três produtores da vacina contra difteria, tétano e coqueluche.

Para a produção da vacina da hepatite A, o Instituto absorveu as tecnologias de metodologia analítica e de processo de embalagem secundária da Merck Sharp Dohme, farmacêutica norte-americana. No caso da vacina tríplice acelular, o parceiro transferidor é a farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK).

As próximas fases de absorção das tecnologias são as etapas de envase, formulação, produção de células e dos vírus, além das atividades de suporte.

Para consolidar esta fase, o Instituto assinou com o Ministério da Saúde um contrato de fornecimento de 4,5 milhões de doses da vacina da hepatite A e de 5 milhões de doses da vacina dTPa, que começaram a ser disponibilizadas ao Programa Nacional de Imunizações, para prevenção das doenças em crianças e gestantes.

“O Instituto Butantan é um orgulho da saúde pública nacional e um dos mais modernos e avançados centros de pesquisa científica do mundo. As duas novas vacinas e a fábrica de anticorpos monoclonais reafirmam o compromisso da instituição e do governo paulista em desenvolver imunobiológicos de qualidade para prevenção e tratamento de doenças na rede pública”, afirma o secretário de Estado da Saúde de São Paulo, David Uip.

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