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Dia Mundial do Refugiado promove cultura e debate os desafios do refúgio no Brasil

Katia e Marcia são irmãs e chegaram ao Rio de Janeiro, vindas da RD Congo (Cáritas RJ)

Com eventos culturais e gastronômicos, mostras de cinema, debates, exposições fotográficas e até mesmo jogos da Copa do Mundo, o ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) e seus parceiros celebram o Dia Mundial do Refugiado (20 de junho) em todo o Brasil, promovendo a integração entre brasileiros e quem teve que deixar seu país por causa de guerras e conflitos. A agenda completa das atividades está disponível em http://www.acnur.org.br/diadorefugiado/.

A programação se inicia no próximo domingo (17/06), em São Paulo, no SESC Avenida Paulista, onde um tapete gigante com a inscrição “Refugiados, Bem-Vindos” recepcionará refugiados e brasileiros para atividades culturais e de lazer, a partir das 10hs. Mais tarde, às 15hs, um grupo de 10 refugiados que vivem na cidade assistirão ao jogo de estreia do Brasil na Copa do Mundo na casa de famílias brasileiras, torcendo juntos pelo país – o que se repetirá em outros jogos da seleção brasileira no torneio.

A agenda do Dia Mundial do Refugiado 2018 inclui mostras de cinema em sete capitais brasileiras (Boa Vista, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Manaus, Porto Alegre e Rio de Janeiro) e o lançamento do relatório “Tendências Globais”, com as mais recentes estatísticas sobre o deslocamento forçado no mundo (dia 19/06, às 10hs, na Secretaria Estadual de Justiça e Defesa da Cidadania de São Paulo), com a presença da representante do ACNUR no Brasil, Isabel Marquez.

Os amantes da fotografia também terão oportunidade de celebrar o Dia Mundial do Refugiado. Em Brasília, uma iniciativa do ACNUR com a Defensoria Pública da União e o Ministério da Justiça traz para a capital federal a exposição “No Fluxo – Reflexos da Migração e Refúgio de Mulheres no Brasil”, em cartaz na entrada da estação Central do metrô entre 18 e 29/06, e no Salão Negro do Palácio da Justiça, edifício-sede do MJ, de 25 a 29/06.

Em São Paulo, fotos feitas pelo ACNUR em diferentes partes do mundo compõem a exposição inédita “Faces do Refúgio”, que será inaugurada no próprio dia 20/06, no piso térreo do Conjunto Nacional, seguida de bate-papo na Livraria Cultura do mesmo shopping (às 19hs) sobre integração local e empregabilidade, com a participação de pessoas refugiadas.

A mostra de cinema “Olhares sobre o Refúgio” volta em sua segunda edição, tendo como principal atração o documentário “Zaatari – Memórias do Labirinto” (2018), uma coprodução Brasil/Alemanha, inédita no país. O documentário registra o cotidiano dos moradores de um dos maiores campos de refugiados do mundo, localizado na Jordânia, e será exibido em Boa Vista, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Manaus, Porto Alegre e Rio de Janeiro (em diferentes datas, a partir do dia 18/06). Todas as sessões têm entrada franca.

Em Boa Vista, Florianópolis e Manaus, a mostra incluirá outros títulos, como “Exodus – De onde eu vim não existe mais” e “Era o Hotel Cambridge” – exibidos na edição de 2017 da mostra “Olhares sobre o Refúgio”. A programação cinematográfica inclui ainda sessões no edifício sede do Ministério da Justiça (com os documentários “Fuocoammare” e “Welcome to Canada”, nos dias 25, 27 e 29/06) e o documentário “A Mulher em Travessia”, na Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro (19/06, às 18hs).

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Para quem prefere interagir com pessoas refugiadas por meio da gastronomia e de suas manifestações culturais, as opções são os festivais MigrArte (em Brasília), Rio Refugia (no Rio de Janeiro) e Festa Cultual do Migrante (em Manaus), todos no dia 23/06. Os festivais têm entrada franca.

O MigrArte acontece no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília, com shows musicais, palestras, filmes, comidas típicas e artesanato. O Rio Refugia trará manifestações culturais dos países de origem das pessoas refugiadas, incluindo uma feira gastronômica com tradições culinárias e quitutes desconhecidos pelos cariocas, apresentações musicais com ritmos latinos e africanos, moda étnica e atividades infantis – tudo para que os visitantes embarquem numa pequena volta ao mundo. Já a Festa Cultural do Migrante, em Manaus, reunirá a população refugiada e migrante da cidade para promover uma noite de integração e celebração intercultural.

Neste ano, o Dia Mundial do Refugiado promoverá discussões sobre o sistema de refúgio do Brasil e a capacidade do país em lidar com a população refugiada. No dia 18/06, às 18hs, em Brasília, a Escola Superior do Ministério Público da União e a Rede de Atenção a Refugiados e Migrantes lançam o projeto “Atuação em rede: capacitação dos atores envolvidos no acolhimento, integração e interiorização de refugiados e migrantes no Brasil”. Com oficinas gratuitas, o projeto desenvolverá suas atividades nos próximos 18 meses nas cidades que atualmente participam do processo de interiorização de venezuelanos.

Tal discussão ocorre também em São Paulo, a partir do dia 20 de junho, quando as Jornadas Caritas SP iniciam, sempre às 20hs, um ciclo de palestras sobre temas relacionados à integração local. No mesmo dia, em Boa Vista, a Federação das Indústrias do Estado de Roraima promove um seminário com empresas privadas para promover a inserção de cidadãos venezuelanos no mercado de trabalho. A iniciativa é uma parceria com o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), o governo federal e a FIER.

A programação inclui ainda shows musicais beneficentes, lançamento de selo postal em alusão ao tema, palestras em empresas que contratam refugiadas, oficinas de trabalho e de cultura.

De acordo com dados do CONARE (Comitê Nacional para os Refugiados), o Brasil reconheceu, até o final de 2017, um total de 10.145 refugiados de diversas nacionalidades. Desses, 5.134 continuam no país na condição de refugiado, sendo que 52% moram em São Paulo, 17% no Rio de Janeiro e 8% no Paraná. Os sírios representam 35% da população refugiada com registro ativo no Brasil. Os demais, que não mantêm a condição de refugiado, podem, por exemplo, ter retornado voluntariamente ao país de origem por ter recuperado a proteção perdida anteriormente, ou ainda podem ter se naturalizados brasileiros.

Sobre o Dia Mundial do Refugiado
Desde 2001, o Dia Mundial do Refugiado é celebrado no dia 20 de junho, de acordo com resolução aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Para o ACNUR, a data é uma oportunidade para celebrar a coragem, a resistência e a força de todos os homens, mulheres e crianças forçados a deixar suas casas por causa de guerras, conflitos e perseguições. Estas pessoas deixam tudo para trás – exceto a esperança e o sonho de um futuro mais seguro.

São parceiros do ACNUR no Dia Mundial do Refugiado 2018 a: Associação Antônio Vieira – Jesuítas do Brasil (ASAV), a Associação Eduardo Furkini, as Caritas Arquidiocesanas de Manaus, Rio de Janeiro e São Paulo, a Caritas Brasileira Regional Paraná, o Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), o Conjunto Nacional SP, o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE) do Ministério da Justiça, o Centro Cultura Casarão de Ideias, o Coletivo Bambuo, a Cinemateca Capitólio Petrobras, a Defensoria Pública da União, a Escola Superior do Ministério Público da União, as Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), a Fundação Catarinense de Cultura, a Fundação Cultural da Prefeitura de Curitiba, o Governo do Estado de São Paulo, o Grupo de Apoio a Imigrantes e Refugiados em Florianópolis e região (GAIRF), o Metrô de Brasília, o Museu da Imagem e do Som de Santa Catarina, as organizações não governamentais ADUS, África do Coração, Compassiva, Estou Refugiado, Fraternidade Humanitária Internacional, IKMR, Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), Migraflix, Missão Paz e PARR, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Secretaria da Cultura da Prefeitura de Porto Alegre, a Secretaria Estadual de Justiça e Defesa da Cidadania de São Paulo, a Secretaria do Estado de Turismo, Cultura e Esporte de Santa Catarina, os SESC Roraima e São Paulo, e as universidades estaduais de Campinas (UNICAMP) e do Rio de Janeiro (UERJ).

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