Em celebração ao Dia Mundial do Refugiado, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) inaugura em São Paulo na quarta-feira (20) a exposição fotográfica “Faces do Refúgio”, montada no piso térreo do Conjunto Nacional, um dos centros comerciais mais conhecidos da cidade.
Para marcar a abertura da exposição, que acontece no próprio Dia Mundial do Refugiado, o ACNUR promove a roda de conversa “Refúgio: Uma jornada forçada em busca de um horizonte seguro” às 19h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. A exposição e a roda de conversa têm entrada gratuita.
Participarão da conversa Maria Beatriz Nogueira, chefe do escritório do ACNUR em São Paulo; Luiz Pontel de Souza, secretário nacional de Justiça, e Salim Alnazer, refugiado sírio que é farmacêutico e mora no Brasil com sua família desde 2014. A mediação será feita pela jornalista Patrícia Campos Mello, repórter especial e colunista da Folha de S.Paulo.
“Faces do Refúgio” é uma exposição inédita no Brasil, composta por 52 fotografias feitas pelo ACNUR em diferentes partes do mundo. O público conhecerá as principais crises de deslocamento forçado da atualidade causadas por conflitos em países como Síria, Sudão do Sul, República Democrática do Congo e Mianmar, além de histórias de resiliência de crianças, homens e mulheres que enfrentaram graves violações de direitos humanos e buscam uma oportunidade de reconstruir suas vidas. A curadoria da exposição foi realizada pelo ACNUR em conjunto com o Atelier Vanessa Poitena.
Dados do ACNUR indicam que mais de 65 milhões de pessoas no mundo encontram-se fora dos seus locais de origem devido a guerras, conflitos e perseguições. Um relatório atualizado da agência da ONU será lançado na terça-feira (19), em São Paulo.
De acordo com dados do Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), o Brasil reconheceu até o final de 2017 um total de 10.145 refugiados de diversas nacionalidades. Destes, 5.134 continuam no país na condição de refugiado, sendo que 52% moram em São Paulo, 17% no Rio de Janeiro e 8% no Paraná.
Os sírios representam 35% da população refugiada com registro ativo no Brasil. Os demais, que não mantêm a condição de refugiado, podem ter retornado voluntariamente ao seu país de origem por ter recuperado a proteção que antes lhes faltava, ou ainda ter se naturalizado brasileiro, solução duradoura de proteção e integração de um refugiado no país.
A exposição ficará no hall do Conjunto Nacional até 30 de junho.