A Organização das Nações Unidas lamentou a morte do ex-secretário-geral Kofi Annan, que morreu após uma breve doença, segundo um comunicado publicado em sua conta oficial de Twitter neste sábado (18). O reconhecido diplomata de Gana tinha 80 anos de idade.
O atual secretário-geral da ONU, António Guterres, lembrou que ele era “uma força motora para o bem” e “um orgulhoso filho da África que se tornou um defensor mundial da paz e de toda a humanidade”.
“Como tantos outros, eu tinha orgulho de chamar Kofi Annan como um bom amigo e mentor. Fiquei profundamente honrado pela sua confiança ao me selecionar para servir, sob sua liderança, como Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados. Ele permaneceu alguém a quem sempre pude recorrer para aconselhamento e sabedoria – e sei que não estava sozinho”, afirmou Guterres em comunicado.
“Ele deu a muitas pessoas, em muitos lugares, um espaço para diálogo, um lugar para resolução de problemas e um caminho para um mundo melhor. Nestes tempos árduos e turbulentos, ele nunca parou de trabalhar para dar vida aos valores da Carta das Nações Unidas. Seu legado permanecerá como uma inspiração verdadeira para todos”, assinalou o secretário-geral.
Para Guterres, Kofi Annan era a ONU: “Ele trilhou a carreira para liderar a Organização no novo milênio com inigualável dignidade e determinação”.
Nascido em Kamasi, Gana, em 8 de abril de 1938, Kofi Annan entrou no sistema ONU em 1962 como oficial administrativo e orçamentário na Organização Mundial da Saúde, em Genebra, avançando na carreira até postos mais altos em áreas como finanças, orçamento e manutenção da paz. Ele foi secretário-geral por dois períodos consecutivos de cinco anos, a partir de janeiro de 1997.
O presidente da 72a Sessão da Assembleia Geral, Miroslav Lajčák, recordou que Kofi Annan era um dos mais respeitados diplomatas do mundo – “um extraordinário estadista e um visionário defensor do multilateralismo”. “O vencedor do Prêmio Nobel da Paz tinha profunda convicção no diálogo, comprometido defensor da paz, do desenvolvimento e dos direitos humanos”, afirmou.
Em memória ao ex-secretário, todos os escritórios das Nações Unidas ao redor do mundo deverão manter a bandeira da ONU a meio-mastro por três dias (19 a 21 de agosto).