O Brasil é, há algumas décadas, uma potência do voleibol mundial. O status forjado com muito suor e esforço, também tem em sua fórmula uma boa quantidade de metais nobres, entre eles o ouro. Os títulos foram fundamentais na consolidação da modalidade entre as preferidas do apaixonado torcedor brasileiro. E, no sábado (18.08) foi a vez de comemorar o marco de dez anos de uma das mais emblemáticas conquistas deste esporte: o ouro olímpico da seleção feminina em Pequim 2008.
O palco para celebrar uma façanha tão importante não poderia ser outro senão o templo maior do vôlei, o Maracanãzinho, no Rio de Janeiro (RJ). Antes da partida amistosa entre a geração atual das seleções do Brasil e dos Estados Unidos, a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) prestou homenagem, sob os aplausos da torcida, ao elenco que alcançou título até então inédito.
Estiveram presentes Fabi, Jaqueline, Fabiana, Carol Albuquerque, Fofão, Sassá, Thaísa, Paula Pequeno e o técnico José Roberto Guimarães. Apenas Mari, Walewska e Valeskinha não puderam comparecer à festa.
A ponteira Paula Pequeno foi eleita a jogadora mais valiosa no torneio olímpico e era uma das mais animadas durante a homenagem.
“Enquanto tocava o hino, lembrei de toda a nossa trajetória. São muitas lembranças. Tivemos que superar muitos obstáculos, dores. Tenho muito orgulho de ter participado de uma geração tão vitoriosa, mas 2008 foi muito especial porque deixei de ir a Atenas em 2004 em razão de uma lesão grave no meu joelho. Então esse ouro tem um significado muito especial em meu coração, dentro da minha memória. E como se não bastasse o tamanho desta conquista, eu ainda ganhei um prêmio individual que qualquer uma de nós poderia ter recebido, pois todas estavam em grande fase. Lembrei desde o dia em que chegamos até o dia que subimos no pódio”, disse Paula.
Para a atleta, valorizar a memória é um passo muito importante para o desenvolvimento esportivo do país.
“Achei muito bonita esta iniciativa da CBV em nos homenagear. Acredito que o brasileiro tem a memória curta. Este tipo de evento mantém nossa história viva, mantém os rostos que deram início a esta trajetória eternizados. Tomara que outros esportes e outras confederações sigam este exemplo e tome esta atitude”, completou.
Em campanha praticamente perfeita, com oito vitórias em oito partidas e apenas um set perdido, as meninas do Brasil venceram as adversárias norte-americanas por 3 sets a 1 na decisão no dia 23 de agosto de 2008. O resultado, além do marco histórico para a modalidade, serviu para redimir o grupo que havia sido eliminado de forma dramática na edição anterior.
Capitã daquele time, a ex-levantadora Fofão se despediu da seleção após o final da campanha em Pequim e se divertiu ao relembrar a trajetória junto das companheiras na época.
Foi uma homenagem linda, pois pudemos dividir o espaço com a atual seleção e voltar um pouco no tempo. Estamos juntas desde cedo, o dia está sendo maravilhoso, não paramos de rir, muitas lembranças boas, coisas que só quem viveu sabe o quanto foi gostoso. Ter a possibilidade de nos reunir, depois de dez anos, é ótimo, estamos muito felizes com esta homenagem da CBV hoje”, contou Fofão.
Apesar do entusiasmo da torcida e da emoção das atletas homenageadas, o resultado da partida não repetiu o de Pequim. Desta vez foi a seleção dos Estados Unidos que levou a melhor por 3 sets a 1 (25/23, 18/25, 26/24 e 25/13).
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