publicidade
𝑝𝘶𝑏𝘭𝑖𝘤𝑖𝘥𝑎𝘥𝑒

Talento do boxe feminino de São José mira olimpíada e profissionalismo

Bia Gomes, 20 anos, é a atual número 1 do Ranking Nacional Feminino Elite, na categoria médio ligeiro. (Foto: Divulgação/PMSJC)

Marcado por cifras milionárias, o boxe é visto como atrativa opção de carreira para vários jovens que buscam, além de realizar um sonho, alcançar uma vida melhor.

Mas como em qualquer esporte, o caminho é árduo. E as dificuldades só aumentam quando falamos sobre o boxe feminino. Mesmo assim, a jovem Beatriz Gomes, integrante do programa Atleta Cidadão, quer mostrar ao mundo que é possível mudar o cenário.

Aos 20 anos, sendo 7 deles dedicados à modalidade, dentro das categorias de base mantidas pela Prefeitura, a menina que vive no Campo dos Alemães, região sul de São José, faturou no último sábado (17) a medalha de bronze nos 82º Jogos Abertos do Interior de São Carlos.

Bia, como é chamada por todos da equipe joseense, é uma das apostas do Time Brasil para a Olimpíada de Tóquio. “Quero um futuro no boxe. E quero estar em 2020 nas Olimpíadas. E está andando, porque ‘os caras’ da seleção já me convocaram”, contou a atleta.

Atual número 1 do Ranking Nacional Feminino Elite, na categoria médio ligeiro (64kg), ela foi chamada recentemente pela seleção nacional para um período de treinamentos em janeiro do ano que vem, no Centro de Treinamento da CBBoxe (confederação da modalidade), em São Paulo.

Compromissada com o pugilismo, Bia sonha em, talvez um dia, se profissionalizar e tentar seguir a trajetória de gigantes que fizeram história. É uma decisão difícil, já que as diferenças de regras, preparação, regras, entre outros itens são consideráveis.

“Quero ficar no amador por enquanto, aí depois vejo se quero o profissional ou não. Tem que pensar muito bem”, disse Bia Gomes.

Tablado ou ringue?

𝑝𝘶𝑏𝘭𝑖𝘤𝑖𝘥𝑎𝘥𝑒

Antes de iniciar a trajetória no boxe, Bia já tinha a ‘veia esportiva’ florescida. Aos 10 anos de idade, a garota fez um teste e entrou para a equipe de ginástica artística do Atleta Cidadão.

Depois de três anos nos tablados, mostrando muita força nos treinamentos, o técnico à época, Paulo Franco, enxergou na menina um talento especial com os punhos e deu a dica. “Ele me perguntou, ‘por que você não faz boxe?’. Porque eu gostava de fazer muito trabalho de força. Aí meu técnico Adilson foi assistir um treino da ginástica, me viu e falou se eu não queria fazer”, disse Bia Gomes.

O toque do professor Paulo valeu a pena. Atualmente, ela detém títulos como o bicampeonato brasileiro, o penta do Campeonato Paulista e medalhas de ouro e bronze em etapas internacionais na Argentina e na Sérvia, respectivamente, com a Seleção Brasileira.

Quando decidiu trocar os saltos no solo, nas barras e no cavalo para aprender a soltar jabs, diretos, cruzados e ganchos, Beatriz Gomes teve que enfrentar dois ‘adversários de peso’, logo de cara: os pais Josimar e Ivana. A reação? Ela mesma relata. “Eles ficaram meio assustados porque apanhar e bater, né? (risos). Mas eles gostaram, me incentivaram bastante”.

Independência

Bia sabe que poucos chegam ao patamar de Floyd Maywheather, polêmica lenda da modalidade. O norte-americano que se aposentou em 2017, aos 41 anos, com um cartel invicto de 50 vitórias e com bolsas que somadas ultrapassaram a quantia de US$ 1 bilhão.

Ciente do caminho a ser trilhado, a garota que, além dos pais mora também com dois irmãos mais velhos, um de 25 e outro de 22 anos, já tem em mente qual a carreira que deverá seguir quando pendurar as luvas.

“Penso em trabalhar para mim mesma, montar meu próprio negócio. Ganhar um dinheiro no boxe, juntar e montar alguma coisa”, afirmou a futura empreendedora.

Ela, que ainda precisa completar os dois últimos anos do Ensino Médio, confessou que o técnico Adilson Araújo “pega muito no pé” sobre os estudos, mas disse que vai finalizá-los em 2019. Ela relembra que os profissionais do Atleta Cidadão foram essenciais para que ela não deixasse a oportunidade de viajar pelo Brasil e pelo mundo representando São José dos Campos de lado.

“Só ficava na rua (quando pequena). O Atleta Cidadão acabou me acolhendo, me fortalecendo em algumas coisas e acabei continuando. Graças ao Atleta Cidadão que estou aqui hoje”, completou Bia Gomes.

Botão Voltar ao topo