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“Salve, Malala!”, espetáculo infantil no Feste 2018 em Pindamonhangaba; veja fotos

“Salve, Malala”, espetáculo infantil no Feste 2018. (Foto: Luis Claudio Antunes/PortalR3)

O espetáculo infantil “Salve, Malala!”, da Cia La Leche, de São Paulo (SP), foi a atração desta terça-feira (20) do Feste – Festival Nacional de Teatro de Pindamonhangaba. A apresentação aconteceu no Teatro Galpão.

O espetáculo é Livremente inspirado na história da garota paquistanesa, Malala Yousafzai, a peça se passa numa aldeia, onde um rei promove uma guerra contra escolas para meninas, e outros direitos das pessoas que lá vivem. Duas meninas ocupam a escola em que estudam, e recontam histórias de professores e outros habitantes que resistiram às ordens do rei mandão.

Fotos da  apresentação em Pindamonhangaba

Crítica, por Dib Carneiro Neto



Um espetáculo muito feliz em seus propósitos, feitos de muitas camadas temáticas e de compreensão dessas temáticas. Mais atual impossível. Parabéns à curadoria pela escolha tão acertada. Num momento em que se fala de escola sem partido, Salve, Malala! ganha potência por falar do direito à educação, da vontade de aprender e da igualdade dos sexos. Tudo com muita delicadeza e inteligência, sem agressividade nem militâncias violentas. É um libelo à não violência. Uma lição de fé no ser humano.

Os atores Alessandro Hernandez (também o autor do incrível texto) e Ana Paula Lopes (estreando no papel, nesta apresentação no Feste, de Pinda) dão um banho de talento, expressividade e, sobretudo, sensibilidade. Fazem uma tocante homenagem aos contadores de histórias, estimulando a fantasia e a imaginação das crianças.

Um dos momentos marcantes de “Salve, Malala!”. (Foto: Luis Claudio Antunes/PortalR3)

A cenografia dá força de personagens a objetos e adereços. Muito inteligente e criativo. Os figurinos são fundamentais como auxílio à dramaturgia fantasiosa. Tecidos, texturas, cores – tudo joga a favor da história que está sendo contada. A trilha é um encanto do começo ao fim, com destaque para o delicado piano na cena das bailarinas Cacilda e Cleyde. A sonoplastia também é impressionante e eloquente ao pontuar as ações e atingir as crianças.

A direção junta todos esses elementos de forma segura, mantendo as rédeas de uma história bem contada, mas estimulando em todo o espetáculo os voos de imaginação. O pulso é firme nas cenas de plateia, o que é sempre necessário em apresentações para escolas, quando as crianças estão “em bando”. O final é um arremate perfeito e esperançoso, que remete ao futuro das crianças, ao que elas vão querer ser quando crescerem. Impossível não se emocionar com a frase da menina Sofia: “Eu tenho saudades de sonhar.” Dilacerante ouvir isso de uma personagem-criança. Nota mil.

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Dib Carneiro Neto é debatedor e crítico convidado

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