Chegou ao fim, na noite deste domingo (25), a 40ª edição do Feste – Festival Nacional de Teatro de Pindamonhangaba, iniciado no dia 14 de novembro. A edição 2018 contou com seis espetáculos adultos, quatro espetáculos infantis, quatro espetáculos de rua e sete espetáculos convidados, somando 21 peças com apresentações no Teatro Galpão, Parque da Cidade, Praça Monsenhor Marcondes, Palacete Tiradentes e Bosque da Princesa.
? Galeria de fotos do encerramento e do espetáculo “Estado de Sítio”
Em 12 dias – de espetáculos concorrentes e convidados – o público pode rir e, por muitas vezes, chorar. Também pode se auto-examinar, pode reviver histórias de luta, de bravura, de tristeza, de resistência. Foram dias de cultura, dias de história, dias para a história. O teatro, que há tanto tempo dá ótimos frutos à Princesa do Norte, abriu seus braços e recebeu, mais uma vez, atores e atrizes, companhias e grupos e público para um verdadeiro encontro literário, com obras dos mais renomados escritores e dramaturgos, cada um em sua época, com seu pensamento e seu entendimento da verdade ou o caminho para buscá-la. Devaneios, fantasias e imaginação. Críticas. Tudo isso fez parte e engrandeceu a história do festival. A certeza que fica depois de 12 dias é que a arte, ou melhor, o espetáculo, tem de continuar!
No encerramento da edição 2018, o prefeito Isael Domingues, o secretário de Educação e Cultura, Júlio Valle e o diretor de Cultura de Pindamonhangaba, Alcemir Palma, estiveram no Teatro Galpão para fazer a premiação dos vencedores e ainda prestigiar o último espetáculo convidado deste ano. Todos falaram sobre o papel especial que o Feste tem para a Cultura da cidade, enfatizando que o Festival continuará com sua história.
Premiações
Antes da apresentação do espetáculo convidado “Estado de Sítio”, da Companhia Teatral Controvérsias, de Pindamonhangaba, a premiação corou os melhores desta 40ª edição do Feste.
Na categoria Adulto, com crítica de Simone Carleto, o Melhor Espetáculo foi “1989″, do Coletivo Cê, de Votorantim (SP). No espetáculo dirigido por Júlio Mello, que também participa do espetáculo, e interpretação de Eliane Ribeiro, Giuliana Bona e Hércules Soares, a trupe revive momentos históricos do ano de 1989, como o cenário político envolvendo Collor, Lula e Silvio Santos numa disputa presidencial.
O troféu de Melhor Ator foi para a dupla de atores Leonardo Gonçalves e Giorgia Goldoni, do espetáculo “Vigiar e Punir, da Companhia Caravan Maschera, de Atibaia (SP).
Já o troféu de Melhor Atriz também ficou com uma dupla. Cristiane Credidio e Luciana Camargo, do espetáculo Yayá, do grupo Teatro Humanóide, de Taubaté (SP), foram eleitas as melhores da categoria.
O Prêmio Especial do Júri, de atoralidade, foi para o espetáculo Rasto Atrás, da Companhia Os Geraldos, de Campinas (SP).
Na categoria Infantil, com crítica de Dib Carneiro, o Melhor Espetáculo foi “Salve, Malala“, da Cia La Leche, de São Paulo (SP), interpretados pelos atores Alessandro Hernandez [também o autor do texto] e Ana Paula Lopes, que fez sua estreia no papel na apresentação em Pindamonhangaba. Hernandez também ficou com o troféu de Melhor Ator da categoria.
Mariana Sancar, do espetáculo “A princesa e a costureira”, do Teatro da Conspiração, de Santo André (SP), ficou com a premiação de Melhor Atriz.
Encerrando as premiações da categoria Infantil, houve a indicação do Prêmio Especial do Júri, indo para a pesquisa e técnica de animação corporal no espetáculo “E se…, da companhia Tato Criação Cênica, de Curitiba (PR).
Já na categoria Rua, o grande vencedor foi o espetáculo “A história de Bernarda Soledade“, da Severina Companhia de Teatro, de Pindamonhangaba. O espetáculo, interpretado apenas por mulheres, é um drama musical e retrata a saga da família Soledade nas terras de Puchinanã. A companhia ainda teve Laila Gama eleita como a Melhor Atriz na categoria.
O troféu de Melhor Ator foi para Edson Paulo, do espetáculo “Pelas ordens do rei que pede socorro“, da Cia O Buraco d’Óraculo, de São Paulo.
Nesta categoria também houve o Prêmio Especial do Júri, indicado ao espetáculo “Feira lambe-lambe“, da Companhia Teatro de Caixeiros, de Ribeirão Preto (SP).
Homenagem
O Feste começou sua história em 1974, ano em que o professor Diógenes Chiaradia Feliciano, criou o Grupo Teatral São Francisco, realizando diversas apresentações juntamente com outros amigos. A primeira edição aconteceu em 1974 e o grupo São Francisco foi escolhido como o melhor espetáculo, assim como aconteceu na 2ª edição, em 1975.
Para perpetuar e homenagear aqueles que fazem parte da história viva do Feste, a Comissão Organizadora prestou uma homenagem ao professor, entregando-lhe um troféu. Diógenes esteve no Teatro Galpão ao lado de várias amigos da saudosa época e pode contar curiosidade interessantes.
Uma delas, para que não nos esqueçamos da Democracia, é que naquela época, época da ditadura, havia censura e os “homens da censura” vinham até Pindamonhangaba para assistir e classificar a faixa etária de cada espetáculo. Em outro caso citado pelo professor, um oficial do Exército Brasileiro acabou por não entrar no espetáculo, que sua esposa era uma das juradas, já que estava acompanhado do seu filho de 12 anos e a censura era 16.
Cobertura PortalR3
Durante o Feste 2018, o PortalR3 fez uma ampla cobertura dos espetáculos, com textos e muitos fotos, dando vida a cenas e imortalizando momentos únicos da cultura. Tudo pode ser revisto em nossa editoria especial no endereço www.portalr3.com.br/feste. Até 2019!
* atualizado às 7h50, do dia 26 de novembro, para adição de informação sobre o Prêmio Especial do Júri na categoria Adulto.
Recomendados para você