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De olho na sexta medalha olímpica, Scheidt volta à Laser e vai brigar por vaga em Tóquio

Robert veleja de Laser na Copa Brasil em novembro de 2018 (Foto: Divulgação)

O conhecido grito de guerra dos torcedores de futebol em estádios: ‘O campeão voltou’, se encaixa perfeitamente para o momento de vida de Robert Scheit.

Porém, no caso do velejador, será preciso adaptar para ‘o bicampeão voltou’. Pouco mais de um ano após anunciar a aposentadoria das regatas em Olimpíadas, ele reencontrou, aos 45 anos, motivação para iniciar uma nova campanha, desta vez visando os Jogos de Tóquio, em 2020, no Japão.

Dono de cinco medalhas olímpicas, sendo duas de ouro, ele escolheu o Yacht Club Santo Amaro, em São Paulo, onde iniciou a carreira na vela, para fazer o anúncio na manhã desta terça-feira (5). “Ainda me sinto competitivo e ainda adoro velejar”, afirmou. Se atingir seu objetivo, será o recordista brasileiro em participações em Olimpíadas, com sete no currículo.

“A partir de 2018, quando voltei a fazer alguns treinos no Laser, no Lago Di Garda (na Itália, onde mora com a família), junto com velejadores italianos e alguns estrangeiros, senti que ainda era bem competitivo, com um bom nível de energia física. Comecei a pensar que talvez existisse a possibilidade de tentar mais um ciclo olímpico.

Depois disputei a Copa Brasil (foi vice-campeão). Mas a definição veio da minha vontade de tentar mais uma vez, provavelmente a última possibilidade que terei de buscar uma olimpíada. A vontade de me superar, de atingir esse objetivo falou mais alto”, explicou Scheidt.

Robert vai em busca da sexta medalha olímpica, a quarta na classe Laser, na qual acumula dois ouros (Atlanta/1996 e Atenas/2004) e uma prata (Sidney/2000). Mas garante que pensa em um passo de cada vez. “O primeiro objetivo é conseguir a vaga para representar o Brasil na Olimpíada. Esse é o meu foco agora. Hoje, não estou pensando em Tóquio. Penso em velejar melhor, entrar em ritmo na Laser para buscar a classificação”, garante o maior medalhista olímpico da história do Brasil, com cinco pódios (além das medalhas na Laser tem prata e bronze na Star), que tem patrocínio do Banco do Brasil e Rolex e apoio do COB e CBVela.

Para aprimorar seu ritmo, já definiu o calendário de competições internacionais para o primeiro semestre. O giro europeu começa com o Troféu Princesa Sofia, a partir de 29 de março, em Palma de Mallorca, na Espanha. Depois, em abril, segue para Hyères, na França, para o Campeonato Europeu.

Na sequência, Scheidt segue para o Japão a fim de disputar o Mundial do Japão, a partir de 3 de julho. “O objetivo é evoluir a cada competição. Diferentemente da campanha para a Rio 2016, iniciei o ciclo olímpico mais tarde. Falta apenas um ano e meio para Tóquio e, por isso, minha preparação terá que ser mais seletiva em relação ao número de competições e intensidade de trabalho”, revelou o atleta que tinha 43 anos na Olimpíada do Brasil.

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Além dos aspectos técnicos, táticos e ritmo de velejada, a preparação física tem parte fundamental na classe Laser. “Cuidar bem da parte física e tomar cuidado com o risco de lesões serão fatores importantes. Terei bastante cuidado com o volume de treino, buscando mais a qualidade que a quantidade e respeitando o tempo de repouso. Tentarei ao máximo administrar as dores e evitar me machucar nesse caminho. Vamos torcer para sofrer nenhuma lesão grave, que me impeça de participar de competições”, avalia o velejador, que terá 47 anos em 2020. “Se por um lado enfrentarei atletas mais jovens, terei a experiência a meu favor. Uma campanha olímpica envolve muita pressão. E já ter passado por isso muitas vezes é um fator que me ajuda.”

Casado com a também velejadora Gintare e pai de dois filhos, a posição da família teve papel preponderante em sua decisão. “Claro que conversei com eles. E todos me apoiam 100% nessa caminhada. Meu filho mais velho, Erik (de 9 anos) me disse que devo seguir, pois estará sempre torcendo por mim. Ele já esteve na Olimpíada do Rio e quer ver os Jogos no Japão”, conta Scheidt, que completa. “Conciliar a função de marido e pai com o esporte é sempre importante, mas moro em um ligar onde posso me dedicar aos treinos e à família. Nas competições, claro, estarei afastado, mas será o mesmo tempo fora caso estivesse em outro projeto, como a vela oceânica, por exemplo. O importante é a qualidade do tempo que vou passar com a família”.

Maior atleta olímpico brasileiro

Cinco medalhas:
Ouro : Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na classe Laser)
Prata : Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)
Bronze : Londres/2012 (Star)

180 títulos – 88 internacionais e 92 nacionais, incluindo a Semana Internacional do Rio, o Campeonato Brasileiro de Laser e a etapa de Miami da Copa do Mundo, todos em 2016. Em novembro de 2017, pela Star, conquistou a Taça Royal Thames e, neste domingo, o Paulista de Star.

Laser
– Onze títulos mundiais – 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
– Três medalhas olímpicas – ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000

Star
– Três títulos mundiais – 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
– Duas medalhas olímpicas – prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012

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