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Museu da Casa Brasileira e Instituto Tomie Ohtake recebem exposições de Ruy Ohtake

Fachada do Instituto Tomie Ohtake (Foto: Nelson Kon)

Um panorama da obra de Ruy Ohtake, desde recém-formado até projetos atuais, poderá ser conferido em duas exposições em São Paulo.

Enquanto o Museu da Casa Brasileira, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerido pela Sociedade Civil por meio da A Casa Museu de Artes e Artefatos Brasileiros, exibe cerca de 40 projetos construídos ou em construção, com curadoria de Agnaldo Farias, o Instituto Tomie Ohtake traz a sua produção como designer, por meio de aproximadamente 25 peças selecionadas pelos curadores Fábio Magalhães, Marili Brandão e Priscyla Gomes.

Ocorrendo em simultaneidade, as mostras visam aprofundar dois momentos (arquitetura e mobiliário) que delineiam iniciativas e pesquisas únicas, nas quais o arquiteto debruçou-se com uma inventividade formal pautada pelo risco. A última exposição que situou em perspectiva o trabalho de Ohtake ocorreu em 2008, na FAU-USP para celebrar os 60 anos da faculdade.

A exposição no Museu da Casa Brasileira, feita em associação com o Museu Oscar Niemeyer, de Curitiba, apresenta ao público o singular pensamento espacial de Ruy Ohtake, um dos principais arquitetos brasileiros. Por meio de maquetes, desenhos, croquis, fotografias e vídeos, Agnaldo Farias concentra sua extensa produção de quase 60 anos num conjunto de 42 projetos

“A mostra ressalta a concepção de Ohtake sobre qual deve ser o papel da arquitetura para o homem contemporâneo, como a sua obra vai assumindo diferentes traduções, conforme a natureza do projeto, o impacto que, pelo imprevisto de sua massa, de suas formas, espaços e cores, pode provocar no trecho da cidade onde se inscreve, entre seus usuários ou simplesmente nas pessoas que passam e se surpreendem”, afirma o curador. Segundo Farias ainda, esse cálculo percorre todos os projetos: “numa casa, num edifício, seja ele residencial ou comercial; numa habitação temporária, como um hotel, que deve mesmo ser fascinante, como compensação a essas viagens que ou somos obrigados ou simplesmente queremos a fazer”.

Entre as obras selecionadas estão projetos urbanísticos, como o Parque Ecológico do Tietê (a canalização do rio foi um dos maiores equívocos urbanísticos cometidos na cidade, somado às congestionadas marginais, transformou a paisagem do rio sem margem / cit. Ruy Ohtake), preserva o curso natural do rio, portanto as margens para recuperação da vegetação, com pequenos núcleos de esporte, lazer, cultura e educação, possibilitando uma São Paulo do futuro ao revalorizar o rio, a paisagem, a ecologia e a história; Parque Ecológico de Indaiatuba, que retoma a dignidade do rio para o qual a cidade dava as costas; Polo Educativo e Cultural e Condomínio Residencial de Heliópolis, cujo principal partido tem sido o diálogo com moradores e onde o arquiteto consegue materializar a igualdade social no cenário de complicada desigualdade; Expresso Tiradentes, infraestrutura de transporte, traçado amarelo de 8 km de extensão que atravessa a cidade a 15 m acima das ruas do centro de São Paulo.

Já entre as edificações, que também deixam a marca do arquiteto na paisagem urbana, estão: Hotel Unique, Complexo Aché Cultural, onde está abrigado o Instituto Tomie Ohtake, caracterizado por um grande saguão que articula 8 salas de exposições e demais complementos da instituição, em São Paulo; Alvorada Hotel, em Brasília; Embaixada do Brasil, em Tóquio; e o Aquário do Pantanal, em Mato Grosso do Sul. “O pensamento espacial de Ruy Ohtake traduz-se em sua arquitetura singular, produção que encara as dificuldades do país e que luta por melhorá-lo não só por meio de respostas técnicas, mas pela beleza que alivia o olho e alimenta a imaginação”, completa o curador.

Programação
Oficinas de concreto
Conhecido por testar materiais nos canteiros de obra ou junto à indústria – como conseguir um vidro que capta plena luminosidade sem a incidência de raios solares –, foi no concreto que desenvolveu as mais variadas experiências. Para que o público possa conhecer estes processos, o Museu da Casa Brasileira realizará laboratórios de concreto voltados tanto ao público especializado, de estudantes e profissionais da área de arquitetura e design, quanto ao público em geral. As oficinas serão orientadas pelo arquiteto e especialistas da área durante o período da exposição.

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As oficinas abertas ao público em geral serão divulgadas pelo programa do educativo do MCB ao longo da exposição. As oficinas destinadas ao público especializado, sobretudo nos campos da arquitetura e do design, incluirão projeto de forma e concretagem de pequenas peças utilizando alta tecnologia de concreto, conforme abaixo:
Público: estudantes/profissionais Inscrições: de 26 de fevereiro 05 de março
Vagas: 36
Horário: das 10h00 às 18h00
Datas: 16, 17, 18 e encerramento dia 25 de abril – desforma e entrega das peças
Informações detalhadas pelo site: www.mcb.org.br

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