O Comitê Paralímpico Brasileiro e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo apresentaram hoje (27), no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, na capital paulista, a nova seleção do Time São Paulo, que já se prepara para as Paralimpíadas de Tóquio, em 2020.
O investimento do governo paulista no Time São Paulo é, segundo Célia Leão, secretária de estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, de cerca de R$ 4 milhões.
A nova seleção é composta por 62 atletas e quatro atletas-guia nas modalidades atletismo, natação, ciclismo, halterofilismo, judô, tênis de mesa, bocha e canoagem. Um dos atletas que integra a seleção é Daniel Dias, maior nadador paralímpico mundial, detentor de 24 pódios, sendo 14 deles com medalhas de ouro.
“É de suma importância para nós, atletas, termos um apoio como é o Time São Paulo. Ficamos extremamente felizes quando isso é renovado e tem ideias como essa, que poderia até virar lei. Se conseguirmos fazer esse efeito [de virar lei], isso seria incrível”, disse Daniel Dias, em entrevista à Agência Brasil.
A judoca Alana Martins Maldonado, prata no Paralímpico do Rio de Janeiro em 2016, é outra atleta que integra a seleção. “É um time bem grande, que nos proporciona um suporte muito bom e onde podemos ter um bom investimento na nossa profissão e, com isso, ter bons resultados”, disse.
O atleta Alessandro Rodrigo da Silva, do atletismo – lançamento de disco e de peso – faz parte do Time São Paulo há dois anos. Ele, que conquistou o ouro no Rio de Janeiro em 2016, batendo o recorde paralímpico no lançamento de disco, disse que participar do Time São Paulo “é maravilhoso”.
“Fazer parte entre os melhores atletas do estado de São Paulo, sendo ajudado pelo estado financeiramente e agora com o Centro Paralímpico, é maravilhoso para manter o alto rendimento e se manter entre os primeiros do mundo”.
Os atletas selecionados foram avaliados pelo resultados obtidos nas Paralimpíadas Rio 2016 e o potencial para participação nos Jogos de 2020. Nos últimos jogos, no Rio de Janeiro, a seleção do Time São Paulo foi responsável por mais da metade do total das medalhas de ouro do Brasil (57%). Eles levaram 30 das 72 medalhas conquistadas pela delegação brasileira, sendo oito de ouro, 13 de prata e nove de bronze. “Muitas medalhas vieram graças a esse projeto [do Time São Paulo]”, disse Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional.
Preparação
O atleta Daniel Dias disse que sua preparação para os próximos Jogos vêm desde 2016. E ele espera novamente por medalhas. “Estou treinando para isso. O objetivo é mais uma vez estar representando o país em uma grande competição como a Paralimpíada. Esperamos chegar lá e representar bem o país. A ideia é dar a melhor performance. A medalha seria uma consequência. Não sou mais um garoto, tenho 32 anos, e as coisas realmente mudam nessa idade. Mas vou fazer o meu melhor como sempre tenho feito”.
Já Alana Maldonado diz que este será um ano bem especial em sua carreira. “Esse ano é muito cheio para o judô. Praticamente todos os meses desse primeiro semestre teremos competições. É um ano bem importante para a gente”, falou. Sua expectativa para Tóquio, diz ela sorrindo, é a conquista da medalha de ouro. “Com certeza, sem dúvidas”, ressalta.
Alessandro da Silva também espera ganhar o ouro em Tóquio. “A expectativa é manter o bicampeonato paralímpico e mundial. Tudo o que foi feito até agora, [o objetivo] é manter-me no topo, buscando a melhor marca e colocando o Brasil no pódio”.
O Time São Paulo Paralímpico, criado em 2011, é uma parceria entre o governo de São Paulo e o Comitê Paralímpico Brasileiro. O objetivo é dar suporte para o desenvolvimento esportivo de atletas de alto nível.