A partir de hoje até o próximo dia 23, o Governo Federal realiza mais duas rodadas de interiorização de refugiados e migrantes venezuelanos que se encontram atualmente na capital de Roraima. Nesta quarta-feira (13), um grupo de 234 pessoas será transportado para 14 cidades: Recife e Igarassu (PE), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo, Guarulhos e Araçariguama (SP), Brasília (DF), Cuiabá (MT), João Pessoa e Conde (PB), Porto Alegre (RS), Caicó (RN), Goioerê (PR) e Feira de Santana (BA). Outros 130 venezuelanos chegarão à cidade de Dourados (MS), 100 deles saindo no sábado (23) e 30 em voos comerciais ao longo das próximas semanas.
Para hoje, está prevista a saída de voo partindo de Boa Vista com destino a Recife, onde vão desembarcar 63 pessoas, sendo que 24 seguirão para Igarassu, 31 vão para o estado da Paraíba e oito trocarão de aeronave com destino ao Rio Grande do Norte. De Recife, a aeronave segue para Guarulhos, onde desembarcam 123 venezuelanos. Desses, 11 trocarão de aeronave e seguirão para o estado do Paraná, enquanto 16 vão para o Rio Grande do Sul. De Guarulhos, o último destino é Rio de Janeiro, onde desembarcam 48 pessoas. Desse grupo, 17 seguirão para Brasília e 15 para Cuiabá. Mais quatro venezuelanos seguem de avião comercial de Boa Vista para Feira de Santana (BA).
No sábado (23), 100 pessoas sairão de Boa Vista rumo a Dourados (MS). Para esse deslocamento, foi feito um acordo entre a Operação Acolhida e uma empresa alimentícia, que sinalizou oportunidades de trabalho para os beneficiários. O perfil é composto, principalmente, por homens venezuelanos solteiros. O deslocamento desses beneficiários ocorrerá com o apoio do ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), que oferecerá bolsas de auxílio temporário aos venezuelanos realocados, e da OIM (Agência da ONU para Migrações), que fretará o avião. Os outros 30 beneficiários seguirão em voos comerciais também viabilizados pela OIM e com bolsas de subsistência financiadas pelo ACNUR.
Com essas viagens, a Operação Acolhida passa a contabilizar mais de 5 mil venezuelanos distribuídos entre 50 cidades de 17 unidades da Federação. Veja a lista completa:
Interiorização de venezuelanos no Brasil | |
Amazonas | 503 |
Bahia | 75 |
Distrito Federal | 267 |
Goiás | 21 |
Mato Grosso | 190 |
Mato Grosso do Sul | 248 |
Minas Gerais | 75 |
Paraíba | 244 |
Paraná | 545 |
Pernambuco | 268 |
Rio de Janeiro | 283 |
Rio Grande do Norte | 102 |
Rio Grande do Sul | 918 |
Rondônia | 117 |
Santa Catarina | 482 |
São Paulo | 877 |
Sergipe | 35 |
TOTAL | 5.250 |
Operação Acolhida
A Operação Acolhida, que completará um ano em 23 de março, operacionaliza a assistência emergencial para o acolhimento de migrantes provenientes da Venezuela que se encontram em situação de vulnerabilidade devido à crise tório provocado por crise humanitária.
A estratégia de interiorização é coordenada por um subcomitê federal que envolve nove ministérios, entre eles o Ministério da Defesa, em articulação com governos de estados e municípios receptores e organizações não governamentais. Além do ACNUR e da OIM, outras agências da ONU diretamente envolvidas com a estratégia de interiorização são o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Juntas, essas organizações identificam locais de acolhida ao redor do país, realizam melhorias estruturais nos abrigos, prestam orientação sobre as cidades de destino, organizam a viagem e o receptivo nos novos destinos, além de conscientizar o setor privado para a absorção da mão de obra refugiada. Especial atenção é dada às mulheres, crianças e grupos mais vulneráveis.
Em Boa Vista, as pessoas que aderem voluntariamente à estratégia de interiorização são registradas, fazem fazem novos documentos e recebem vacinas, além de receber informações sobre as cidades de destino, e materiais informativos sobre o acesso a serviços e assistência à saúde. As pessoas interiorizadas são acompanhadas durante o voo até as cidades de destino.
O intuito da estratégia de interiorização é reduzir o impacto da chegada de refugiados e migrantes venezuelanos em Roraima, permitindo que tenham novas oportunidades de integração e ingresso no mercado de trabalho, recomeçando suas vidas e contribuindo para o crescimento das novas comunidades de acolhida.
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