Matheus Reis da Silva é taubateano, tem 22 anos e foi aluno do 1º ao 9º na Escola Municipal Emílio Simonetti, no Bosque da Saúde em Taubaté. Atualmente, cursa o 4º ano de medicina da Universidade de São Paulo (USP) e foi aprovado como bolsista no programa Global Surgery na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que seleciona apenas oito estudantes por ano e tem como objetivo o acesso de cirurgias às comunidades de baixa renda.
Ele sente orgulho da época em que era apenas um estudante de ensino fundamental e como os professores da rede fizeram diferença na sua formação, como a professora de história Shilrey Franceliano. A professora ajudou Matheus a desenvolver a oralidade através do primeiro seminário e também a pensar fora dos bancos escolares e ir em busca dos seus sonhos.
Aos 14 anos, Matheus ganhou a Olimpíada Brasileira de Matemática e participou do grêmio escolar. Foi aprovado no projeto social da Embraer e cursou o ensino médio na instituição. Ele será o primeiro graduado da família, já que a mãe tem o ensino fundamental e o pai o médio.
As conquistas do taubateano não param por aí. Ele desenvolveu um projeto de reuso de óleo de fritura para produzir sabão com a sucata do lixão de uma comunidade próxima em que morava em Taubaté. Com isso conseguiu aumentar a renda da população local, promover educação em sustentabilidade e ainda participar da Rio + 20 e ganhar na categoria Inovação em pesquisa. Em 2016, trabalhou como voluntário em um centro de tratamento de câncer infantil no Peru; em 2017 discursou na assembleia geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e em 2018 dirigiu o Encontro dos Líderes e Acadêmicos de Medicina (ELAM).
Atualmente, o taubateano se mantém com pesquisa e bolsa do Instituto Embraer. A universidade de Harvard exige que ele tenha um fundo anual de US$ 30 mil para permanecer no programa. Além disso, também tem os gastos de seguro saúde e passagem de avião.
Um grupo de sete amigos montou uma vaquinha online para arrecadar US$ 37,5 mil para Matheus. Isto equivalente a R$150 mil. Para cada pessoa que doar, Matheus escreverá de próprio punho uma carta de agradecimento para treinar a letra e desmistificar a ideia de que médico tem letra ilegível. Todas as informações para quem quiser saber mais sobre a campanha estão disponíveis em: www.matheusvaipraharvard.com.br
Com a participação do programa em Harvard, Matheus afirma que pretende se tornar um bom cirurgião e contribuir para melhorar a gestão pública do país como um todo.
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