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10 de abril: Dia da Arma de Engenharia do Exército Brasileiro

Hoje, 10 de abril, é comemorado o Dia da Arma de Engenharia do Exército Brasileiro. A data é lembrada pelo falecimento em combate do tenente-coronel João Carlos Villagran Cabrita, herói da Guerra da Tríplice Aliança, comandante do 1º Batalhão de Engenheiros.

Para celebrar a data, o Notícia do Exército [A palavra da Força] traz um breve relato das proezas do patrono da Arma, bem como destaca as atividades da Engenharia em prol do país.

Veja a nota na íntegra

João Carlos de Villagran Cabrita, filho do Major Francisco de Paula Avelar Cabrita e de D. Apolônia de Villagran Cabrita, nasceu em 30 de dezembro de 1820, em Montevidéu, na Província Cisplatina do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Registra-se forte liderança do seu pai em combate ocorrido em 1825, quando defendeu com sucesso a vila de Mercedes, na confluência do rio Negro com o rio Uruguai. Em 1830, com a independência do Uruguai, a família Vilagran Cabrita migrou para o Rio de Janeiro.

Em 1840, aos 19 anos, Villagran ingressou no Exército Imperial, como voluntário, na condição de cadete de 1ª classe. No ano de 1844, já como 1º tenente, cumpriu missão de manutenção da ordem em Pernambuco. Ao retornar à capital do Império, obteve a graduação em engenharia com notas distintas.

Em 1851 e 1852, no posto de capitão, serviu na missão militar brasileira na República do Paraguai, com a “espinhosa tarefa de delinear a fortificação de Humaitá, aquela que, na guerra da Tríplice Aliança, veio a ser o maior obstáculo às nossas próprias tropas”, e, em 1855, participou da criação e dos primeiros anos de implantação do Imperial Batalhão de Engenheiros na Fortaleza de São João e na Praia Vermelha.

Em dezembro de 1864, quando era instrutor da Escola Militar na Praia Vermelha, apresentou-se como voluntário para integrar o batalhão designado para a missão na campanha contra Aguirre no Uruguai. Em 20 de fevereiro de 1865, vivenciou o cerco e a capitulação de sua cidade natal, Montevidéu, pela ação conjunta da Marinha e do Exército imperiais.

Naquela oportunidade, o General Flores assumiu o governo uruguaio para, em seguida, firmar o Tratado da Tríplice Aliança com a Argentina e o Brasil contra o governo de Solano López, ditador paraguaio que invadira o Mato Grosso e a Mesopotâmia argentina sem declaração de guerra.

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Em 1º de maio de 1865, foi acordado o plano de operações aliado contra o governo de Solano López e depois, de 24 a 30 de junho, o Tenente-Coronel Cabrita, como subcomandante do batalhão, participou da travessia do rio Uruguai, integrando-se aos 19.000 homens do Exército Imperial.

No ano seguinte, no dia 10 de abril, participou da defesa vitoriosa da ilha da Redenção. Enquanto redigia o relatório de combate que repeliu a ofensiva paraguaia, foi atingido mortalmente pelo fogo da artilharia inimiga. Deixou, assim, a vida para tornar-se imortal como patrono da arma de Engenharia, pela liderança destacada, pelo denodo e pelo espírito de sacrifício.

Nos primórdios da colonização, a saga da Engenharia no Brasil iniciou-se com a construção de inúmeras fortificações para garantir a ocupação lusitana e proteger o território contra invasões de potências estrangeiras.

Cumpre destacar a criação, em 1792, da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, precursora do ensino de Engenharia nas Américas. Com a transmigração da corte portuguesa para o nosso país, em 1808, instalou-se no Brasil o Real Corpo de Engenheiros, embrião da Engenharia Militar.

No período imperial, de 1822 a 1889, expandiu-se a demarcação de fronteiras por todo o vasto território nacional e criou-se o Batalhão de Engenheiros em 1855, atual Batalhão Escola de Engenharia, pioneiro na Guerra da Tríplice Aliança.

Durante a II Guerra Mundial, em 1944, a Engenharia da Força Expedicionária Brasileira (FEB) constituiuse na primeira tropa a enfrentar o inimigo pelo apoio ao movimento, pela construção de pontes e pelos trabalhos de desminagem. O 9º BECmb de Aquidauana-MS, da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, participou das conquistas de Monte Castelo, Castelnuovo e Montese, com destaque para a captura de uma bandeira da Alemanha, mais importante troféu de guerra conquistado pelo Brasil na região de Scodogma em 1945.

No prosseguimento de sua história, a Engenharia prestou apoio humanitário na remoção de minas na América Central (MARMINCA) e na América do Sul (MARMINAS), bem como nas Missões das Nações Unidas de Verificação em Angola (UNAVEM) e de estabilização do Haiti (MINUSTAH). Nessas últimas, por meio de uma Companhia de Engenharia de Força de Paz (BRAENCOY), apoiando contingentes de diversos países e atuando na realização de ações cívico-sociais em prol da defesa civil e do desenvolvimento local. Em território nacional, nas Operações de Garantia da Lei e da Ordem, empenhou-se na desobstrução de vias e na instalação de meios para abrigar e proteger tropas.

Dos tempos coloniais aos dias atuais, a arma do “Castelo Lendário” evoluiu continuamente para bem cumprir sua missão síntese: proporcionar mobilidade, contramobilidade e proteção para multiplicar o poder de combate e prover apoio às operações.

A Engenharia de combate, que pode ser blindada, mecanizada, paraquedista ou aeromóvel, emprega batalhões e companhias preparados para operações militares e de pronta resposta no socorro a calamidades, por meio de reparos emergenciais em estradas e pontes; transposição de cursos d’água; eliminação de obstáculos; proteção de pessoal e de instalações; bloqueio de vias e retardamento de deslocamentos, inclusive com campos de minas; suprimento de água e trabalhos de avaliação técnica.

A Engenharia de construção coordena grupamentos e batalhões que contribuem diretamente para o desenvolvimento do país, por intermédio da realização de obras rodoviárias, ferroviárias, hidroviárias e de infraestrutura aeroviária de grande vulto, utilizando adequadamente os recursos públicos disponibilizados e agregando valor a eles em todos os rincões do território nacional.

Os trabalhos da arma de Engenharia em operações militares representam o Braço Forte de suporte ao combate, e como apoio para o desenvolvimento econômico e social demonstram a presença da Mão Amiga do Exército Brasileiro nas situações críticas e de calamidade e que tanto impactam a população.

Os engenheiros de hoje, portanto, integram com orgulho a arma Azul-Turquesa, relembrando os feitos gloriosos do passado, as lições que transformaram desafios em novas vitórias e, sobretudo, sua consciência coletiva traduzida pelo dístico “NÃO VIVEMOS EM VÃO”.

Quer na paz, quer na guerra, a Engenharia
fulgura sobranceira em nossa história.

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