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Ubatuba é celeiro de atletas nas águas

No mar e na piscina, para todas as idades, turmas de treinamento da natação colecionam títulos. (Foto: Divulgação/PMU)

Braçadas intermináveis. Resistência, força muscular e muito treino. Essa é a rotina diária da equipe de competição da Piscina Municipal da secretaria de Esportes e Lazer de Ubatuba.

Além da escolinha de natação, em que os frequentadores aprendem os princípios básicos da natação, a Prefeitura possui um grupo específico de treinamento, que representa o município em diversas provas.

Cerca de 100 atletas são acompanhados, treinados e direcionados pelo técnico Marcos Iacopi. Eles são divididos em dois grupos. O primeiro deles compreende atletas de 09 a 19 anos, que disputam provas da Federação Aquática Paulista (que garante oficialização dos tempos) ao qual são vinculados por meio de parceria com o colégio MV (pois é necessária uma entidade para competir pelo órgão).

Totalizando 30 jovens, entre meninos e meninas, a faixa etária corresponde às categorias pré-mirim, mirim 1 e 2, petiz 1 e 2, infantil 1 e 2, juvenil 1 e 2, e júnior que, tradicionalmente, atuam em provas de piscina, com as distâncias raso – 50m e 100m, meio fundo – 200 e 400m e fundo, com provas de 800m feminino e 1500 masculino. Há, ainda, os revezamentos livre e medley (combinação dos quatro estilos). Porém, alguns deles também competem no mar. O treino é diário, das 16h às 18h15.

Já o grupo Master é formado atletas de 20 anos ou mais, cujo foco é a participação de maratonas aquáticas. Alguns ainda disputam provas de thriathlon ou Jogos Regionais do Idoso (Jori). Também treinam diariamente, mas divididos em dois horários – das 11h30 às 13h20 e das 19h45 às 21h20.

Segundo Iacopi, é um treino voltado especificamente para maratona aquática, para competir em provas como Circuito Municipal de Águas Abertas e XTerra. “Inclusive, grande parte vai competir no Circuito Mares, prova prevista para o dia 28 de abril”, acrescentou.

As categorias de competição, nesse caso, variam a cada cinco anos.

Na prática

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O técnico repassa as orientações do treino do dia e, também, o registra em sua lousa. Com a equipe Master, Iacopi trabalha, inicialmente, com resistência e adaptação no mar. Os testes de resistência podem ser, por exemplo, de 20 ou 30 minutos, em que os atletas nadam sem parar, especificando intensidade moderada de batimentos cardíacos.

Para a adaptação ao mar, o técnico usa a criatividade e aproveita a cidade, que tem a vantagem de ser litorânea. “Há ocasiões que eu tiro as raias da piscina e faço com que eles nadem em círculo, para aprender a se posicionar e comportar em provas marítimas, em que você precisa esticar mais o braço, levantar a cabeça para se localizar, aprender a utilizar o vácuo como vantagem e se adaptar para fazer a hidratação durante a competição. Em algumas ocasiões, conseguimos fazer um treino no mar, para que o atleta se ambiente à temperatura, que é um pouco mais baixa, evitando a hipotermia durante a disputa”, frisou.

Iacopi ainda utiliza recursos, como as nadadeiras, por exemplo. “É algo educativo, utilizado para correção de movimentos, mas também para trabalhar coordenação ou membro específico (pernas)”, complementou o professor.

Todo treino é dividido em: aquecimento, treinamento principal e relaxamento.

Provas

Os atletas representam Ubatuba em diversas provas e têm conquistado muitas vitórias. A atleta da modalidade, Luciana Santos, também é Educadora Física há 15 anos e professora concursada, pois há quatro anos foi aprovada no concurso público da secretaria de Esportes e Lazer da Prefeitura. Porém, ela contou que, mesmo antes, enquanto participante da equipe de competição, já atuava apoiando nos campeonatos, como Jogos Regionais, e provas de mar.

“Sempre tentei auxiliar os atletas trocando experiências. Em 2018, assumi a equipe máster por um tempo, acompanhando-os nas provas e nos treinamentos. Hoje eu continuo apoiando, pois é um calendário de competições bem grande então, em algumas delas, eu acompanho os atletas, inclusive da equipe de 9 a 19 anos. Em 2019, inclusive, acompanhei atletas da categoria mirim, de 7 a 9 anos, na 1ª etapa de uma das provas”, compartilhou Luciana.

Ela ainda lembrou que esse apoio é ainda mais importante nas provas de maratona aquática, que contam com 60/80 atletas, é necessária uma equipe técnica maior. “Além do técnico Marcos, contamos com o professor Samuel, que também está passando treinamento, e a professora a Sara, que dá treinamento no período noturno. São competições como o Aquaman, que tem um percurso de 7 km, e o Circuito Mares – pelo qual Ubatuba foi campeã em 2018”, destacou.

Apoio e experiência

A atual coordenadora da Piscina Municipal, Lívia Gonçalves Amantea, também já chegou a atuar com a equipe de competição. Quando ela ingressou na Prefeitura por meio de concurso, em 2016, trabalhava com a melhor idade mas, por amar a natação, a piscina e ter sido atleta que, inclusive competiu por Ubatuba na juventude, seu desejo era poder atuar diretamente com o esporte – o que aconteceu em 2017, quando assumiu a turma de aperfeiçoamento.

Lívia conta que também trabalhou com Iacopi e aprendeu muito com ele e, inclusive, levavam os competidores para as provas juntos.

Porém, com alguns percalços, ela começou a atuar com as duas turmas – a dela no aperfeiçoamento e a de treinamento.

“Foi uma época bem desafiadora, mas que aprendi bastante e foi essencial para o meu amadurecimento profissional e pessoal. No final de 2018, devido a questões particulares de rotina, pedi para deixar essa turma de treinamento e acabei tendo a oportunidade de assumir a coordenação da piscina, onde continuo lutando e trabalhando pelo melhor da Natação de Ubatuba”, afirmou.

Escolinha, treinamento e benefícios do esporte

Todo o trabalho feito na escolinha é essencial para formar os atletas que, posteriormente, tiverem a intenção de participar do treinamento.

“O esporte na fase de desenvolvimento da criança e do adolescente é importantíssimo, pois é uma forma de educação, atividades e compromissos fora do horário escolar, formando o caráter por meio de valores como responsabilidade, horário, compromisso, rotina, e evitando o ócio”, frisou Luciana.

A professora ainda reforçou que a atividade prepara os participantes até mesmo para o mercado de trabalho e a rotina da fase adulta. “Mesmo que não se torne um atleta campeão ou de alto nível, a pratica esportiva e muito benéfica durante toda a vida. Esse é um projeto que vale a vida saudável e ativa e incentiva o esporte para a vida inteira”, afirmou.

A secretaria de Esportes viabiliza a participação do grupo nas competições, além de subsidiar os profissionais que ministram as aulas, o transporte que leva os atletas, além de manter a estrutura utilizada – a piscina municipal.

Mergulhar de cabeça

O perfil para competição da equipe de até 19 anos exige que o candidato tenha habilidade e coordenação, além de técnica apurada nos quatro tipos de nado (crawl, costas, peito e borboleta) e noção de fundamentos da natação (saída, virada e chegada).

Paulo Eduardo Garcia tem 15 anos e integra a equipe desde os nove. Ele destacou que tem o apoio dos pais e que recomenda tanto o esporte como participar em competições. Garcia, como vários atletas, vem garantindo um bom desempenho em diversas competições, representando a região a qual Ubatuba pertence nas provas estaduais. “Além de ajudar na saúde é um esporte mais difícil de ter lesão. É muito bom fazer parte da equipe de treinamento”, afirmou.

Associação de pais

Formada tanto por representantes do Master, como por pais dos competidores até 19 anos, a Associação de Pais é parceira da equipe de treinamento. Luciana tem dois filhos que fazem parte da equipe de competição e comentou que são promovidas ações (bingos, rifas) e barracas em festas para arrecadar fundos a fim de colaborar com a alimentação nas competições e apoiar, eventualmente, com alguma inscrição.

“Eles têm um papel fundamental em todas ações e conquistas do elenco, pois trabalhamos em conjunto para que os atletas tenham cada vez mais oportunidades”, finalizou Iacopi.

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