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Relatora da ONU contra discriminação de hansenianos visita o Brasil

Itaboraí (RJ) – Hospital Tavares Bastos já serviu de hospital-colônia durante a época do isolamento compulsório das pessoas com hanseníase e, ainda hoje, é residência para dezenas de pacientes e ex-pacientes. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

A relatora especial das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação de Pessoas Atingidas pela Hanseníase e seus Familiares, Alice Cruz, inicia hoje (7) visita oficial ao Brasil. A proposta é identificar desafios e lacunas em ações voltadas para pessoas com a doença, com foco, sobretudo, em políticas antidiscriminatórias e nas melhores estratégias para reduzir o estigma e promover o desenvolvimento inclusivo.

Alice Cruz se reúne, até o dia 14 de maio, com representantes do governo federal e da sociedade civil, além de especialistas em hanseníase, pessoas afetadas pela doença e seus familiares e entidades representativas. A relatora deve visitar comunidades e casas de acolhimento que atendem pessoas com hanseníase – as chamadas ex-colônias – para discutir prioridades a serem pautadas em políticas públicas.

Para o último dia da visita está agendada uma entrevista coletiva, às 11h30, na sede da Organização Pan-americana da Saúde (Opas), em Brasília. Na ocasião, Alice Cruz deve divulgar observações preliminares feitas durante os dias em que esteve no Brasil. A previsão é que, após a visita, ela envie um relatório detalhado sobre a situação da doença ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) até junho de 2020.

Cenário preocupante
De acordo com o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), o Brasil é o país com o maior número de novos casos da doença (em relação à população) em todo o mundo – a Índia registra maior número absoluto de casos anuais, mas possui uma população cinco vezes maior que a do Brasil.

Dados do Ministério da Saúde mostram que o país contabilizou 25.218 novos casos de hanseníase em 2016 e 26.875 novos casos em 2017. “Muito acima dos índices máximos recomendados pela Organização Mundial de Saúde”, destacou a entidade.

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