Foram 13 finais de semana, desde fevereiro deste ano, que a Ação Lixo Marinho, contratada pela Prefeitura de Ilhabela, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, realizou a limpeza de superfície e costeira, mergulho para retirada de lixo submerso, abordagem em embarcações para distribuição de ecobags e panfletos educativos e visitas às comunidades tradicionais para conscientizar os moradores sobre o descarte correto do lixo, que resultaram na coleta de resíduos de lixo retirados do mar.
A Ação percorreu de Norte a Sul do arquipélago, retirando resíduos que muitas vezes surpreendiam os próprios membros da equipe, como vasos sanitários, colchões, pneus, chuveiro, além de muito plástico, vidro, isopor, tralha de pesca, entre outros. “Recolhemos uma quantidade absurda de lixo, objetos que são impactantes de ver sendo tirados do mar. Mas acredito que conseguimos, ao mesmo tempo, atingir as pessoas de forma positiva, sobre a importância do descarte correto do lixo. É um trabalho que tem que ser feito constantemente, porque nosso meio ambiente precisa de ajuda. É um assunto que é discutido mundialmente e não podemos ignorar”, alerta o diretor da Operação Praia Limpa, Rogério Vieira Lima Muniz.
Para a secretária de Meio Ambiente, Maria Salete Magalhães, a Ação Lixo Marinho alcançou o objetivo, não só de deixar o mar de Ilhabela mais limpo, como de levar a mensagem da importância do descarte correto do lixo às pessoas. “Essa é uma importante ação de conscientização ambiental”, disse ela.
Durante as ações, o ambiente em que mais foi encontrado lixo, em peso, foi o submerso, pois os materiais pesados e mais densos que as águas acabam se depositando no fundo do mar ou permanecem na coluna d’água.
Os mergulhos foram realizados em locais em que geralmente há forte presença de resíduos sólidos, como os píeres, costeiras e faróis. A profundidade dos pontos de mergulho varia, nos píeres de 2m a 6m e nas costeiras de 2m a 15m. Nos píeres os mergulhadores focam no entorno de pilastras, plataformas e no areião fora da borda, já nas costeiras, analisam-se as tocas, buracos e o areião.
Durante as ações os mergulhadores analisam todos os cantos, mexendo e espalhando as pedras pequenas com as mãos em busca de visualizar algum lixo depositado. Por onde o mergulhador passa é feita uma varredura a olho nu em volta do mesmo num raio de 4m. “O lixo na parte submersa do mar não é de fácil visualização para sociedade, pois não é um ambiente que faz parte diretamente do cotidiano das pessoas, mas ele afeta, e muito, a vida marinha”, destaca o engenheiro ambiental, Kelvin Teixeira.
Nesses três meses de atividade, a Ação Lixo Marinho retirou um total de lixo marinho de aproximadamente duas toneladas, limpando 31 costeiras e mergulhando em 17 pontos distintos de Ilhabela. Foram abordadas 239 embarcações, atingindo 2.412 pessoas, para as quais foram entregues 2.274 sacolas ecológicas e 1.998 folders educacionais. Quatro comunidades tradicionais, Castelhanos, Bonete, Ilha de Búzios e Ilha da Vitória, receberam a palestra “Impacto da Poluição Marinha nas Comunidades Tradicionais”, para conscientização do descarte correto do lixo.