Mais uma etapa importante na implementação e consolidação do Programa São Paulo pela Primeiríssima Infância nos municípios do Litoral Norte foi concluída na terça e quarta (28 e 29), em Caraguatatuba.
O programa, que abrange vários municípios do estado, propõe um modelo de mudança para que todo o sistema, (desde o gestor, profissionais da Assistência Social, Educação, Saúde, até a família e a sociedade) construa outro olhar e assuma uma nova postura em relação à Primeiríssima Infância (0 a 3 anos), visando a promoção da saúde e o desenvolvimento integral da criança.
Profissionais da Assistência Social, Educação e Saúde, que integram os Comitês da Primeiríssima Infância em Caraguatatuba, São Sebastião, Ilhabela e Ubatuba se reuniram com consultores da Secretaria Estadual de Saúde, Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (FMCSV), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e Instituto Fonte para o Desenvolvimento Social, entidades parceiras e articuladores do programa no estado, para receberem devolutiva dos indicadores que demonstram o avanço das ações realizadas em relação às gestantes, puérperas, crianças de 0 a 3 anos e seus responsáveis, nas respectivas cidades.
O levantamento feito demonstrou que Caraguatatuba, graças ao Programa, elevou sua qualidade de atendimento em Puericultura (subespecialidade da Pediatria que se preocupa com o acompanhamento integral do processo de desenvolvimento infantil – físico, motor, linguagem, afetividade e aprendizagem cognitiva da criança; no aleitamento materno por meio do Centro de Atendimento Materno Infantil (CEAMI); implantação de espaços lúdicos para crianças nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e Unidades Básicas de Saúde (UBS); atividades diversificadas, que contribuem para a presença dos pais e responsáveis nas escolas; formações junto aos profissionais de Saúde voltadas para humanização do pré-natal, parto e pós-parto, formações mensais para profissionais da educação que atuam com essa faixa etária (Agentes de desenvolvimento Infantil e agentes de apoio escolar – ADIs e AAEs), entre outros indicadores.
A enfermeira obstetra e supervisora da Maternidade da Casa de Saúde Stella Maris, Gabriela Cabral, concorda: “O programa abriu horizontes e agregou conhecimento. Treinou nosso olhar também para a questão emocional, psicológica que envolve a gestação. A gestão municipal também facilitou nosso trabalho no sentido de implantarmos um serviço mais acolhedor à gestante em todas as etapas até o parto humanizado”.
A coordenadora pedagógica do CEI/EMEI Profª Maria Carlita Saraiva Guedes (Morro do Algodão), Taíse Romeiro, também aplaude as ações do Primeiríssima Infância: “Antes tínhamos os pais e responsáveis apenas em reunião. Agora fazemos várias atividades que incluem a família na vida escolar como oficinas, mostras, brincadeiras, Semana do Bebê e do Brincar, entre outras. Em relação aos agentes de apoio escolar e agentes de desenvolvimento infantil também tivemos progressos com formações continuadas”.
A enfermeira e doutora em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo e consultora da FMCSV, Anna Maria Chiesa, disse que “o maior patrimônio deixado pelo programa foi a apropriação dos profissionais de Assistência Social, Educação e Saúde, dos conceitos propostos pelo Primeiríssima Infância. “O resultado percebe-se nas falas das equipes que participaram. Foram muitas as iniciativas para mudar o panorama da cidade. Isso foi muito incrível”, ressaltou.
Sílvia Helena Fernandes da Silva, articuladora do Programa Primeiríssima Infância no município, acrescentou: “Os bons resultados alcançados pelo Programa no município foi resultado da persistência e cooperação dos profissionais das secretarias de Educação, Desenvolvimento Social e Cidadania e Saúde. A nossa missão foi cumprida com sucesso. Agora é continuarmos e aperfeiçoarmos o trabalho”.
Prêmio – A Prefeitura de Caraguatatuba recebeu em dezembro do ano passado, o prêmio “Boas Práticas” do Programa São Paulo pela Primeiríssima Infância, pelo projeto Bebê-a-Bá, concedido pelo Governo de São Paulo e a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal.
O projeto Bebê-a-Bá visa o olhar cuidadoso sobre as fases do desenvolvimento do bebê, além de orientar os pais, responsáveis, cuidadores e professores de como estimular a criança adequadamente em diversos ambientes.
Desta forma, acompanhar possíveis atrasos no desenvolvimento ou comportamentos atípicos, como por exemplo: rejeição ao peito ou mamadeira, apatia, dificuldade em manter atenção compartilhada com o adulto, não reagir à estímulos sonoros, manter controle e coordenação motora, entre outros.