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Em São Paulo, feira internacional mostra inovações de acessibilidade

Alunos com deficiência visual estudam no Instituto Municipal Helena Antipoff, que promove a inclusão de crianças com deficiência na rede pública de ensino. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

Novidades do setor de órteses, próteses e materiais especiais para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida começam a ser apresentadas a partir de hoje (13) na capital paulista, na Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade (16ª Reatech), no São Paulo Expo. Com a evolução tecnológica e o aumento da preocupação com responsabilidade social, o setor está em crescimento, e o evento pretende debater avanços e desafios até domingo (16).

A demanda por esses materiais gerou o aparecimento de maior concorrência no setor. Existem hoje no Brasil cerca de 3.600 empresas operando entre fabricantes, importadores e distribuidores, segundo empresas que atuam na área.

De acordo com os organizadores, o objetivo da feira é estimular ainda mais o mercado e contribuir com a profissionalização, dada a importância do desenvolvimento de novas tecnologias para melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência.

Maratona
A novidade desta edição é uma maratona voltada a soluções de acessibilidade – o Reackathon. O evento estimula a imaginação e criação de designers, especialistas, bem como profissionais da saúde e empreendedores no desenvolvimento de projetos na área de acessibilidade. A maratona terá como tema Tecnologia Assistiva para Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida.

A ideia é fazer com que os participantes elaborem soluções no formato de web e dispositivos eletrônicos que possam ser usados como peças do vestuário. A expectativa é permitir a interação digital com a pessoa com deficiências física, auditiva, visual, mental e múltipla.

O espaço inclusivo disponibilizará acesso à internet e mentores voluntários poderão ser consultados, enquanto as equipes desenvolvem suas inovações.

A comissão julgadora, composta por cinco profissionais da área, vai avaliar as propostas de acordo com critérios como fidelidade ao tema, inovação, relevância, usabilidade, dentre outros. A participação no evento é totalmente gratuita.

“Será uma maratona de inovação, aprendizado mão na massa para melhoria da acessibilidade no dia a dia. Uma experiência imersiva de inovação com foco em desafios reais. Afinal, a falta de acesso à grande parte da população principalmente nos espaços públicos causa sérios problemas”, disse o diretor comercial da organizadora do evento, Rimantas Sipas.

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Casa Conceito
Nos quatro dias de evento, os visitantes vão conhecer em detalhes de uma casa adaptada para pessoas com mobilidade reduzida, deficiências auditivas e de visão. A ideia é provocar os participantes, instigar a importância da acessibilidade nos espaços e mostrar o quanto são indispensáveis alguns equipamentos que podem mudar a vida das pessoas.

O espaço, criado pela arquiteta Gabriella Zubelli, especialista em acessibilidade, é composto por seis ambientes que incluem barreiras que as pessoas com mobilidade reduzida geralmente encontram.. O visitante terá a oportunidade de vivenciar os espaços de maneira inclusiva e sensorial.

Com os olhos vendados ou em cadeira de rodas a pessoa será guiada pela casa e vai sentir as mesmas dificuldades daqueles que têm algum tipo de deficiência. “É uma sensibilização para a temática de acessibilidade e de inclusão, oferecendo dinâmicas para as pessoas experimentarem a casa com a privação de sentidos e se colocar de alguma forma no lugar do outro”, disse Gabriela.

Para a profissional, a arquitetura acessível tem que estar sempre pesquisando e se aprofundando nos diferentes tipos de deficiência. “Um projeto de acessibilidade residencial será sempre personalizado, você vai buscar personalidade das pessoas e as necessidades que ela tem para adequar o espaço da melhor forma. No caso de espaços públicos, você tem que construir para atender a maior gama de pessoas possíveis.”

“Muitos arquitetos não tem ideia da temática de acessibilidade, não é uma disciplina obrigatória nas universidades, e isso é uma questão preocupante. O importante é lembrar que o arquiteto projeta para todos, e quando se fala em todos, pensamos na diversidade. Então temos que incluir a maior gama de usuários possíveis”, disse Gabriela.

Acessibilidade
Para a funcionária pública Selma Rodeguero, portadora de lesão medular há 28 anos, a acessibilidade no Brasil pode variar dependendo da região. “Existem lugares, como o Nordeste, em que a acessibilidade é bem mais complicada. Por ser uma região litorânea, é mais difícil, já que areia de praia com cadeira de rodas não combinam. São Paulo ainda está engatinhando nessa área, mas já tem vários lugares com bastante acessibilidade.”

Selma tem um canal no Youtube – Rodando com Pi – onde dá dicas sobre viagens, acessibilidade e qualidade de vida para pessoas cadeirantes. Para ela, hoje o preconceito com as pessoas com deficiência já não é tão forte. “Acho que está mais na cabeça da pessoa que tem a deficiência. O preconceito é a falta de informação, mas agora, com todas as leis, com cotas nas empresas, a mentalidade no mundo corporativo vem mudando.”

Arena Sports
Para mostrar o trabalho da Associação Desportiva para Deficientes (ADD), uma quadra poliesportiva foi instalada no pavilhão da Reatech e os visitantes poderão participar das atividades. Haverá campeonatos amadores para estimular um contato mais humano com a realidade do esporte para deficientes.

Além da participação do público, serão feitos torneios de basquete em cadeira de rodas e vôlei Sentado. Os torneios terão a participação de atletas da Seleção Brasileira.

Atletas paralímpicos também vão marcar presença na arena: os medalhistas de Atletismo do Rio 2016 Alan Fonteles, Odair Silva Yeltisen Jackes e Tamiru Damasi, e do Basquete Gelson Junior, Pedro Vieira, Rodrigo Arão, Glebe Candido, Amauri Viana e Nilton Pessoa. O nadador paralímpico e recordista mundial Daniel Dias também confirmou que vai.

O jogador de basquete em cadeira de rodas, Luciano Felipe, participou do jogo de abertura da Arena. Ele aconselhou as pessoas com deficiência a praticarem esportes. “Além de trazer mais alegria, o esporte me mostrou a capacidade de superação a cada dia”, disse. Luciano participou dos Jogos Parapan-Americanos de 2015, realizados no Canadá.

RadCross
Outra atração é o campeonato de RadCross para cadeirantes, que pretende estimular desafios e encontrar atletas em potencial. O RadCross é uma modalidade parecida com o Bike Trial, com a diferença de ser com cadeiras de rodas.

O campeonato será realizado com um equipamento motorizado que possui a função de transformar a cadeira de rodas em um Triciclo Motorizado Elétrico. Durante o circuito, a disputa sempre será entre dois participantes. Vence o que fizer o melhor tempo. A proposta é estimular a perspectiva de alcance que o competidor quer atingir. Serão dois torneios amadores e um profissional.

Paralelamente à área de exposição da feira, palestras, cursos e workshops consolidam o caráter especializado e de desenvolvimento do setor como o Reasem, Seminário de Tecnologia de Reabilitação e Inclusão; o Reamed, Congresso de Medicina Física e Reabilitação; o Tecfisio, Seminário de Tecnologias Avançadas em Fisioterapia e o Reashow, Palestras dos Expositores.

As montadoras de automóveis voa apresentar seus veículos com transmissão automática e adaptações como acelerador e freios manuais. As pessoas também poderão participar dos test-drives que serão realizados durante o evento.

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