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Estudantes paulistas aprendem a socorrer vítimas de parada cardíaca

40º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), realizado na capital. Nesta edição do congresso, a Socesp treinou cerca de 600 alunos, a partir de 12 anos, com o objetivo de diminuir número de mortes por esse tipo de ocorrência. (Foto: Andréia Naomi/Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo)

Estudantes de escolas públicas estaduais participaram neste sábado (22) de treinamento para socorrer vítimas de parada cardíaca. A atividade fez parte da programação do 40º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), realizado na capital. Nesta edição do congresso, a Socesp treinou cerca de 600 alunos, a partir de 12 anos, com o objetivo de diminuir número de mortes por esse tipo de ocorrência.

Segundo a  Socesp, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil – cerca de 350 mil por ano. Metade das vítimas morre em até uma hora depois dos primeiros sintomas. Pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que, em 2024, o Brasil deva chegar ao topo do ranking mundial de mortes por doenças cardiovasculares.

“A importância desse treinamento é ensinar as crianças a reconhecer uma parada cardíaca, ensinar o número da emergência no Brasil – que é o 192 –, ensinar a pedir o desfibrilador. E, enquanto a ajuda não chega, a criança aprende a fazer as compressões torácicas, mais conhecida como massagem cardíaca”, disse o médico Agnaldo Píscopo, diretor do Centro de Treinamento de Emergência da Socesp.

“No decorrer da vida, uma criança vai deparar [com essa situação] e vai conseguir ajudar quem está ao lado dela”, ressaltou Píscopo. Este é o caso de uma estudante de 13 anos que participou do treinamento hoje. Sua mãe sofreu quatro episódios de parada cardíaca, e a intenção da jovem foi aprender o procedimento para ensinar ao restante da família.

Desde 2014, um convênio com a Secretaria de Educação do estado tem disseminado o treinamento, que já chegou a cerca de 6 mil estudantes. A parceria acaba de ser renovada para os próximos cinco anos. “O treinamento faz com que a criança aprenda esse passo a passo e, com certeza, vai aumentar em até quatro vezes a chance de sobrevida de quem ela puder ajudar”, disse o médico.

Os manequins em que os estudantes treinam, chamados de Guizinho, são feitos de material reaproveitado. “O manequim é feito com uma garrafa vazia, colocada dentro de uma camiseta e preenchida com material reciclável como isopor, plástico, jornal. A garrafa PET fechada, comprimindo a garrafa, fica muito próximo da realidade de um tórax humano. Então foi um jeito que a gente criou para as crianças poderem treinar, porque o manequim [importado] custa por volta de US$ 150, e esse fornecido pela gente custa muito pouco ou nada”, affirmou Píscopo.

Dieta saudável

Além de participar do treinamento das técnicas de ressuscitação cardíaca, os estudantes assistiram a uma apresentação teatral que rressaltou a importância de controlar fatores de risco que levam ao infarto.

“Nós falamos de dieta saudável, da redução do consumo de sal, da ingestão de frutas e legumes que reduzem os eventos cardíacos, falamos da importância do exercício e do combate à obesidade e ao tabaco”, acrescentou o diretor da Socesp.

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