O que faz uma ex-aluna acordar cedo em um sábado para ajudar voluntariamente a instituição onde estudou na conservação de patrimônios públicos? “Paixão”, responde sem titubear Beatriz Cecília Ribeiro, 24 anos, que mora no Novo Horizonte, na região leste de São José dos Campos.
A joseense integra um grupo do Cephas (Centro de Educação Profissional Hélio Augusto de Souza) que trabalha há um ano na conservação do protótipo do avião Bandeirante, da réplica do avião 14 Bis e das maquetes da família Sonda, que estão instalados no Parque Santos Dumont, na região central.
Neste sábado (31), a ex-aluna do curso de Manutenção de Aeronaves e o professor Gilmar Camargo visitaram o Bandeirante, que no próximo final de semana irá receber uma limpeza externa.
O trabalho é resultado de uma parceria entre a Fundhas (Fundação Hélio Augusto de Souza) e a Secretaria de Manutenção da Cidade com o objetivo de contribuir para a preservação e manutenção dos patrimônios históricos da aviação localizados na região central do município.
Amor pela aviação
“Sempre gostei da área de aviação e por isto fiz o curso. Quem está na área ou já estudou sabe que é bem difícil, muita coisa para aprender. Se não tiver paixão, não dá”, disse Beatriz, que participa do projeto desde o seu início.
“É uma honra cuidar de um patrimônio. Quando nasci o Bandeirante, por exemplo, nem era mais fabricado e hoje está aí para todos conhecerem”, completou.
O Parque Santos Dumont abriga o terceiro protótipo do modelo, que teve o seu primeiro voo em 1968 e deixou de ser fabricado pela Embraer em 1995.
“Este protótipo é de todos e é muito gratificante manter essa história viva, principalmente para as crianças”, afirmou Beatriz.
Restauro completo
Em julho de 2017, a réplica do Bandeirante foi totalmente restaurada por ex-engenheiros da Embraer e alunos do curso de Mecânica de Aeronaves do Cephas, em trabalho coordenado pela Prefeitura.
A aeronave foi devolvida ao Parque Santos Dumont por ocasião do aniversário de 250 anos de São José dos Campos.