Com apoio da ONU, jovem brasileiro participa de cúpula em Nova Iorque sobre mudanças do clima
O brasileiro João Henrique Alves Cerqueira foi um dos 100 jovens campeões do clima de todo o mundo selecionados para receber apoio das Nações Unidas e participar da Cúpula da Juventude para o Clima, que ocorre em 21 de setembro na sede da ONU, em Nova Iorque.
Em entrevista ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), o estudante de Engenharia Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) contou sua trajetória como ativista climático. Um de seus projetos envolve viagens de bicicleta ouvindo pessoas que já estão sendo diretamente afetadas pela crise climática no Brasil.
O brasileiro João Henrique Alves Cerqueira foi um dos 100 jovens campeões do clima de todo o mundo selecionados para receber apoio das Nações Unidas e participar da Cúpula da Juventude para o Clima, que ocorre em 21 de setembro na sede da ONU, em Nova Iorque.
Os vencedores do “Tíquete Verde” se juntarão a mais de 500 jovens líderes do clima selecionados para participar do primeiro encontro do gênero promovido pela ONU.
A cúpula estabelecerá uma plataforma de jovens líderes que mostrarão suas soluções num palco global e terão a chance de ter contato direto com tomadores de decisão sobre o assunto mais importante da nossa época. Jovens líderes apresentarão suas discussões na Cúpula de Ação do Clima no dia 23 de setembro.
Em entrevista ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), o estudante de Engenharia Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) contou sua trajetória como ativista climático.
Morador de Francisco Beltrão (PR), Cerqueira também atua como voluntário da associação de jovens Engajamundo o na organização não governamental de educação política Politize. Também tem projetos independentes que se consistem em viagens de bicicleta ouvindo pessoas que já estão sendo diretamente afetadas pela crise climática.
UNIC Rio: O que te levou a se candidatar para participar da Cúpula da Juventude para o Clima?
João Henrique Alves Cerqueira: Pela oportunidade de trocar experiências com outros jovens ativistas do mundo inteiro e levar comigo as histórias que tenho ouvido em minhas viagens de bicicleta dos brasileiros que estão precisando se adaptar à crise climática.
UNIC Rio: O que espera do encontro em Nova Iorque?
João Henrique Alves Cerqueira: Ouvir outras histórias, conhecer outros jovens que estão dedicando suas vidas em transformar suas realidades, comunidades e regiões, aprender outras estratégias de incidência e novas ferramentas. Espero trazer de volta pro Brasil essa experiência para compartilhar com o máximo possível de pessoas.
UNIC Rio: Qual a sua maior preocupação no que se refere às mudanças climáticas?
João Henrique Alves Cerqueira: Minha maior preocupação é sobre o quanto ainda estamos distantes da ambição em políticas públicas e em engajamento civil necessários para evitar os cenários mais trágicos da crise climática.
Eu já possuo um estilo de vida que contribui menos para esse processo (sou vegano, ando de bicicleta, evito o consumo desproporcional), mas acredito que isso é uma parte pequena do que precisamos fazer para lidar com essa questão.
Atuo em rede com outros jovens do Brasil no Engajamundo, com ativismo e advocacy, pressionando nossos tomadores de decisão em todos os níveis de governança para que adotemos e implementemos políticas públicas condizentes com um futuro justo e sustentável.
Por fim, faço viagens de bike no projeto Ciclimáticos, escutando e documentando histórias de resiliência e adaptação dos brasileiros que já estão sentindo em seus territórios os sintomas dessa crise global que chega a eles apesar de pouco terem contribuído para sua existência.
UNIC Rio: Numa frase, o que você espera do mundo para 2030, quando termina o prazo estipulado pelos países-membros da ONU para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)?
João Henrique Alves Cerqueira: Eu espero que sejamos capazes de compreender individual, coletiva e politicamente que o atual modelo de desenvolvimento global não pode ser mantido sem o uso de exploração humana e de destruição do mesmo sistema Terra que nos sustenta aqui. Com base nessa compreensão, que sejamos capazes de construir novos caminhos possíveis e baseados no bem viver comum.