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Ações de combate ao trabalho infantil acontecem no Santuário Nacional

Atividade é fruto de parceria entre a Basílica da Padroeira e o Tribunal Regional do Trabalho. (Foto: Matheus Andrade)

Para chamar a atenção contra o trabalho infantil, o Santuário Nacional de Aparecida (SP), em parceria com o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região e Ministério Público do Trabalho realiza, de 08 a 18 de outubro, a Semana da Criança. A ação integra o Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem, desenvolvido pela Justiça do Trabalho. Diversas atividades compõem a programação do período, pensadas para conscientizar a sociedade sobre os males causados pelo trabalho irregular de menores.

“O Brasil é um dos países mais católicos do mundo, de forma que a parceria com a Igreja Católica contribuirá para a disseminação da mensagem à boa parcela dos fiéis. Nós temos um objetivo em comum, que é atuar em prol da justiça social, o que envolve o bem-estar e a formação digna da criança e do adolescente”, explica o procurador do trabalho, Ronaldo Lira.

A temática já estará inserida na Novena da tarde da próxima terça-feira (08). Nesta data, às 15h, acontece a tradicional Novena das Crianças, que reúne centenas de menores das cidades de Aparecida e de municípios vizinhos. Alunos da Rede Municipal de Ensino da “Capital Brasileira da Fé” participam da celebração, que contará com a distribuição de cata-vento e leque da campanha.

No sábado (12), a Padroeira do Brasil e as crianças serão comemoradas na missa das 7h, dedicada especialmente aos pequenos. Durante a celebração, os fiéis poderão ter contato com o tema da Semana, citado durante o rito.

O encerramento das atividades acontece no dia 18 de outubro, em uma missa realizada às 9h na Basílica Nacional. Ao fim da cerimônia, será lida a “Carta de Aparecida”. O documento será assinado pelas autoridades responsáveis por projetos de erradicação do trabalho infantil no Brasil, alertando sobre a dimensão do problema no país. Já confirmaram participação o procurador-geral do Ministério Público do Trabalho, Alberto Balazeiro, representantes da Coordinfância, diversos magistrados do Tribunal Regional do Trabalho e procuradores do trabalho.

Premiação

Além das celebrações, a Semana da Criança também será vivida em sala de aula por estudantes de 9 a 11 anos da Rede Pública de Aparecida. Um concurso de redação com o tema “Erradicação do Trabalho Infantil” vai premiar os três melhores textos com uma bolsa de estudos de um ano para a realização de um curso de inglês.

A ação quer conscientizar os pequenos sobre os efeitos negativos do trabalho irregular na infância e na adolescência. A atividade também quer chamar a atenção para a aprendizagem como forma de qualificação dos jovens para inserção futura no mercado de trabalho, mantendo-os nos bancos escolares.

Trabalho infantil

Trabalho infantil ainda é uma realidade no Brasil. (Foto: Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Em 2016 havia 2,5 milhão de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos em situação de trabalho infantil no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Eles trabalham na agricultura, pecuária, em comércio, domicílios, nas ruas, em construção civil, entre outros setores.

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De acordo com os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, o Brasil registrou nos últimos 11 anos (2007 a 2018), quase 44 mil acidentes de trabalho com crianças e adolescentes entre cinco e 17 anos. Nesse mesmo período, 261 meninas e meninos perderam a vida trabalhando.

A manutenção do trabalho infantil se dá, em grande parte, pela cultura enraizada em nossa sociedade de que é melhor a criança ou adolescente estar trabalhando do que estar na rua. Ainda existe o mito de que trabalho infantil ensina valores morais. As crianças que trabalham de forma irregular, sob riscos, têm seus sonhos, suas rotinas de aprendizado e proteção substituídos por uma rotina de exposição a riscos e traumas.

A formação profissional por meio da aprendizagem é uma das melhores formas de combater o trabalho infantil. Na condição de aprendizes, em 2018, o Brasil contratou mais de 444 mil adolescentes, 15% a mais em relação a 2017, de acordo com as secretarias do Ministério da Economia. Porém, ainda existem mais de 510 mil potenciais vagas que deveriam ser destinadas a aprendizagem nas empresas.

O MPT atua na luta pelo cumprimento da cota legal e na defesa dos direitos trabalhistas garantidos na aprendizagem. De 2014 até março de 2019, foram 1.460 ações ajuizadas e 2.746 termos de ajustamento de conduta (TACs) firmados envolvendo o tema aprendizagem.

* Com informações do Santuário Nacional e do Ministério Público do Trabalho

Atualizado às 15h54 do dia 8 de outubro para adição de informações

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