A Ginástica Artística do Brasil fechou de forma emocionante sua participação no Campeonato Mundial de Stuttgart (ALE) no domingo (13). Com uma atuação perfeita, Arthur Nory ficou com a medalha de ouro na barra fixa. Foi a 14ª medalha do Brasil na história dos Mundiais da modalidade.
A barra fixa foi o último aparelho que foi disputado no domingo. Quinto a se apresentar, Arthur Nory entrou confiante na final, após ter tirado a nota 14,600 no qualificatório, a quarta melhor entre os finalistas. O brasileiro fez uma prova perfeita e sai do aparelho vibrando muito. Ao ver a nota 14,900, Nory viu que a chance de uma medalha era muito grande. Quando o australiano Tyson Bull tirou apenas 13,200, ele sabia que já tinha garantido ao menos a prata. Mas quando o americano Samuel Mikulak teve apenas 14,066, Nory se ajoelhou emocionado, comemorando o ouro inédito.
“Foi incrível, nem sei o que dizer. Só tenho a agradecer ao meu treinador [Cristiano Albino], toda nossa equipe multidisciplinar, à CBG, à Caixa que é nosso patrocinador, ao pessoal do Pinheiros, todo mundo que batalha comigo todo dia e sabe como foi um ano puxado, onde trabalhamos bastante. Alcançamos o objetivo de classificar o Brasil para a Olimpíada por equipe, e agora ter chegado para disputar esta final de barra”, disse Nory. Ele também falou sobre sua relação com a barra fixa, aparelho que o consagrou neste Mundial.
“Não é de agora que eu tenho conseguido bons resultados na barra. Fui quarto do mundo em 2015 e aquele resultado ficou engasgado na minha garganta. Comecei a trabalhar bastante, visando dificultar minha série na barra para a Olimpíada do Rio. Já venho trabalhando todo dia neste aparelho, para que possa evoluir, até porque o foco agora é 2020”, disse o campeão mundial, que comentou sobre os momentos que antecederam sua prova neste domingo.
“Treinei a semana inteira essa série, porque queria ganhar esta medalha, ir para cima, fazer o meu melhor. Era o quinto a me apresentar e os melhores estavam na minha frente e fomos vendo a nota. Olhei para o Cristiano e ele disse que a decisão de qual série fazer era minha, mas que me apoiava 100%. Decidi fazer aquela série da forma mais perfeita possível. Aí teve toda a expectativa até o final. Quando vi que estava garantido no pódio, fiquei aliviado e depois foi a felicidade de sair o resultado”, afirmou Nory.
Para o treinador Cristiano Albino, a série que deu o ouro à Arthur Nory já vinha sendo trabalhada há algum tempo. “A gente já estava planejando executar uma série de barra muito boa aqui no Mundial. O Nory já tinha ido muito bem no Pan e para Stuttgart, tínhamos preparado duas séries: uma mais forte e outra nem tanto. Dependendo dos adversários, iríamos escolher. Ao analisar os competidores que entraram antes dele, chegamos à conclusão que não precisaria fazer a série mais difícil, que é mais arriscada. Assim, ele poderia fazer a série com a qual competiu mais, no Brasileiro, Sul-Americano e Pan-Americano. Ele vem crescendo bastante com esta série, foi muito boa a execução. O objetivo da nota era entre 14,800 e 15,100 e ficou na média. Muito feliz com esse resultado inédito para a Ginástica do Brasil”, explicou.
Todas as medalhas do Brasil nos Mundiais de Ginástica Artística
Medalha de ouro
Daiane dos Santos – solo – Anaheim (EUA)/2003
Diego Hypólito – solo – Melbourne (AUS)/2005
Diego Hypólito – solo – Stuttgart (ALE)/2007
Arthur Zanetti – argolas – Antuérpia (BEL)/2013
Arthur Nory – barra fixa – Stuttgart (ALE)/2019𝑝𝘶𝑏𝘭𝑖𝘤𝑖𝘥𝑎𝘥𝑒Medalha de prata
Daniele Hypólito – solo – Ghent (BEL)/2001
Diego Hypólito – solo – Aarhus (DIN)/2006
Arthur Zanetti – argolas – Tóquio (JAP)/2011
Arthur Zanetti – argolas – Nanning (CHN)/2014
Arthur Zanetti – argolas – Doha (QAT)/2018Medalha de bronze
Jade Barbosa – individual geral – Stuttgart (ALE)/2007
Jade Barbosa – salto – Roterdã (HOL)/2010
Diego Hypólito – solo – Tóquio (JAP)/2011
Diego Hypólito – solo – Nanning (CHN)/2014