Dupla brasileira da equipe Monster Energy/Can-Am, Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin venceram nesta sexta-feira (17) a 12ª e última etapa da 42ª edição do Rally Dakar, ampliando seu recorde de vitórias neste quesito na categoria UTV para um total de dez. Cada etapa, corresponde a um dia de competição, que no Dakar geralmente varia entre 350 e 650 km, dependendo do roteiro planejado pela organização. Em 2019, por exemplo, a prova teve dez etapas – exatamente o número de vitórias somadas pelos brasileiros em três anos de participação. A vitória na especial é extremamente valorizada pelos competidores e cada uma é comemorada com um pódio específico já que pela longa extensão pode corresponder ao percurso de um rally inteiro.
“Feliz só por terminar” – O resultado de hoje reforça a condição da dupla da Monster Energy/Can Am como a mais bem sucedida da história da categoria UTV. Com uma vitória (2018), um terceiro (2019) e um nono lugares (2020), além dos dez primeiros lugares em especiais, eles são o duo com o melhor retrospecto na competição. As vitórias em especiais foram obtidas em 2018 (4), 2019 (4) e 2020 (2). “Eu vou te dizer que a gente esperava mais neste Dakar. Mas esta prova é tão extenuante que a gente fica feliz só de terminar”, comentou Reinaldo Varela, que termino este Dakar na nona posição ao lado de Gustavo Gugelmin.
“Nós chegamos aqui embalados pelos resultados nos dois anos anteriores, com o título de 2018 e o bicampeonato escapando da gente no final da prova de 2019 devido a uma quebra. Mas este ano tivemos muitas dificuldades e problemas, que nos tiraram a chance de brigar pela ponta. Mostramos que seríamos competitivos e lutaríamos pela vitória na geral vencendo duas especiais. Acho que somando tudo, fomos até que muito bem”, completa o piloto da Monster Energy/Can-Am.
Aplausos – Os brasileiros se viram em apuros logo na primeira especial – ou o primeiro dia de competição – quando a inusitada quebra da coluna de direção instalada pela equipe no carro quebrou e eles tiveram que improvisar a peça com uma chave de fenda – e ainda usando como volante uma chave de boca. “Esse momento já nos tirou do páreo pelo título. Caímos para 36º sexto na classificação, quase três horas atrás do líder em uma corrida na qual você briga por minutos para vencer. Era para termos abandonado a especial naquele momento, mas nos viramos e até fomos aplaudidos pela equipe na chegada daquele dia”, resumiu o navegador Gustavo Gugelmin.
Somente nos quatro primeiros dias a prova teve cerca de 600 pneus furados entre carros e UTVs, aproximadamente 150 veículos. “Não fosse a robustez do nosso UTV, um Can-Am Maverick X3, acho que já teríamos abandonado a prova há muito tempo. O roteiro deste ano teve muitas pedras de todos os tamanhos, causando abandonos em todas as categorias. O roteiro foi muito difícil, extremamente técnico, com muito foco na qualidade da navegação. Exigiu demais do equipamento e da tripulação. Com tudo isso, sim, a sensação de terminar é indescritível, é muito bom chegar ao final. Nós estamos felizes com o que conseguimos”, completa o navegador da Monster Energy/Can-Am.
A vitória na última etapa – A especial desta sexta-feira teve 374 km, mesclando trilhas de areia e cascalho. Os brasileiros chegaram em primeiro com uma vantagem de apenas 24 segundos para a dupla formada pelo norte-americano Blade Hildebrand e o francês François Cazalet.
A vitória na classificação geral da 42ª edição do Dakar foi da dupla Casey Currie (EUA)/Sean Berriman (África do Sul). O próximo desafio internacional é a primeira etapa da Copa do Mundo de Rally Cross-Country, marcada para o dia 22 de fevereiro, no Catar. Varela e Gugelmin são os atuais tricampeões mundiais – o título foi conquistado em outubro, após uma vitória no Marrocos.