O êxodo de mais de 4 milhões de venezuelanos e a consequente intensificação do fluxo migratório para o Brasil exigiram iniciativa do governo brasileiro. Foi nesse contexto que a Operação Acolhida foi formulada, com o objetivo de tratar com humanidade as centenas de refugiados que chegam a Pacaraima – município que faz fronteira com a Venezuela. A missão os acolhe, abriga e interioriza para outros estados brasileiros.
Desde o início de 2018, a missão vem sendo coordenada pelo General de Divisão Eduardo Pazuello. Agora, é chegado o momento de passar o comando para o General de Divisão Antonio Manuel de Barros. A cerimônia de assunção do novo coordenador da operação foi realizada no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (16), com a presença do Presidente da República, Jair Bolsonaro, do Ministro da Defesa substituto, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Bermudez, do Ministro-Chefe da Casa Civil, Ônix Lorenzoni, do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, do presidente do Banco do Brasil, Rubens Novaes e demais autoridades.
“O sucesso da operação Acolhida evidenciou a solidariedade dos estados, municípios, empresariado e da sociedade civil num esforço único de oferecer oportunidades e esperanças, em momento tão difícil na vida daquelas pessoas”, salientou o Brigadeiro Bermudez, por meio das palavras do Ministro Fernando Azevedo.
Ele também elogiou o empenho do General Pazuello, ao encarar o desafio de uma operação inédita, em parceria com a Casa Civil, utilizando sua experiência como organizador dos Jogos Olímpicos 2016 e na Força de Paz no Haiti.
Em seu discurso, o General Pazuello relatou o trabalho realizado em Roraima.
“Chegar em Boa Vista e tomar conhecimento da dura realidade a que estão expostos os refugiados e imigrantes venezuelanos que entram em Pacaraima, aumentou a nossa responsabilidade e a necessidade de ações urgentes, para mitigar aquela vulnerabilidade humanitária”, resumiu.
O general também expos as dificuldades, o apoio do povo de Roraima e as ajudas cruciais para o sucesso da missão.
Rubem Novaes, presidente do Banco do Brasil, explicou a parceria da instituição com a Acolhida, por meio da criação de contas para o recebimento de doações. “Entendemos que acolher refugiados em uma situação dramática é mais do que transformar vidas. É compartilhar sentimentos e direitos para uma vida melhor e digna”, sublinhou.
O Presidente da República finalizou a cerimônia enaltecendo as Forças Armadas, pelo trabalho realizado na Operação Acolhida.
Canarinhos da Amazônia
A Associação Cultural Canarinhos da Amazônia, formada por crianças venezuelanas refugiadas, apresentou-se na cerimônia, cantando o Hino Nacional Brasileiro e o Hino da Operação Acolhida. Coordenado pela maestrina Miriam Blos, o grupo é sediado na Casa da Música em Pacaraima, em Roraima.
“Nos indignava muito ver as crianças na rua, um grande número de mulheres sem expectativa. Abrimos a casa para acolher crianças com educação musical e as mães com pequenos projetos de geração de renda”, explicou a maestrina.