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Alunas de Etec de Campinas desenvolvem absorvente biodegradável e são premiadas

Estudantes, premiados no Inovar Solvay Rhodia, desenvolveram no trabalho de TCC uma versão biodegradável de absorvente feminino. (Foto: Divulgação)

Absorventes higiênicos entraram de vez na mira dos ambientalistas. Não é para menos, assim como canudinhos, sacolas, garrafas e outros plásticos que demoram séculos para serem degradados, os absorventes são altamente poluentes. Só para se ter uma ideia do potencial de contaminação do meio ambiente, cada mulher usa, em média, 11 mil absorventes ao longo da vida. Por aí, é possível imaginar o volume que é descartado diariamente.

Antenadas com a questão ambiental, estudantes da Escola Técnica Estadual (Etec) Conselheiro Antônio Prado, de Campinas, desenvolveram o BioAbs, uma alternativa sustentável aos absorventes femininos. O projeto é resultado do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de alunas do terceiro ano do curso técnico de Meio Ambiente integrado ao Ensino Médio. Com essa inovação, as alunas participaram também do Prêmio Inovar Solvay Rhodia e conquistaram o segundo lugar.

Para a orientadora do TCC, Erica Gayego, as jovens estavam bastante motivadas a desenvolver uma alternativa para os absorventes, que têm alto potencial poluidor. Segundo pesquisa realizada pelos estudantes para o TCC, o absorvente tradicional tem 90% de plástico em sua composição, além de aditivos químicos que demoram até 100 anos para se decompor.

Uma das boas notícias do TCC é que as pessoas estão se conscientizando e adotando novas versões de absorventes. Pesquisa feita com 153 alunas consumidoras de absorventes mostrou que 83% usariam uma versão biodegradável do produto, 17% talvez usassem, mas ninguém respondeu que não usaria. O TCC destacou ainda a adesão aos novos tipos de absorventes disponíveis, como o coletor de silicone e a calcinha absorvente.

O projeto vencedor da mesma edição do Prêmio Inovar Solvay Rhodia foi um biorreator para reduzir a poluição atmosférica, desenvolvido por alunos do curso de Biotecnologia, também da Etec de Campinas.

Zero plástico
O absorvente feminino biodegradável Bio Abs substitui o plástico por tecido 100% algodão e a camada interna de gel por um polímero biodegradável, feito à base de amido de milho e bucha vegetal. Os testes realizados confirmaram que a matéria-prima natural cumpre a mesma função de absorção que o produto convencional.

Os conservantes químicos para aumentar a durabilidade e evitar odores também foram substituídos por substâncias naturais como óleo de alecrim (Rosmarinus officinalis) e ácido cítrico, que possuem as mesmas ações bactericidas e fungicidas da fórmula convencional. “O objetivo das alunas de desenvolver um produto sustentável que garantisse conforto, segurança e biodegradabilidade foi plenamente atingido. O Bio Abs possui excelente maleabilidade e absorção, além de um processo rápido de decomposição”, afirma Erica.

A educadora ressalta, no entanto, que o produto ainda é um projeto-conceito e demanda novas etapas para aperfeiçoamento. Entre os ajustes possíveis, ela menciona, por exemplo, a necessidade de reduzir o custo de produção. Para o TCC foram produzidas setes unidades e cada uma delas custou R$ 15,60.

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O barateamento do produto foi discutido pelo grupo durante a exposição do TCC e a conclusão foi que a produção em escala e a compra de matérias-primas em grandes quantidades podem reduzir bastante o custo do absorvente biodegradável. O TCC foi desenvolvido pelas estudantes Alexa de Oliveira, Aline Enokawa, Clara Harumi e Flora de Andrade, com orientação das professoras Erica e Flávia de Almeida.

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