O Governador João Doria, o Secretário de Estado da Saúde José Henrique Germann, o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus David Uip e o infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo Esper Kallás apresentaram nesta sexta-feira (28) o plano de ação do Hospital das Clínicas contra pandemias definido para atender pacientes com coronavírus que chegarem à unidade.
O plano inclui todas as áreas do hospital e visa garantir infraestrutura médica, equipes qualificadas e em número suficiente, para que não falte recursos humanos e materiais, caso haja um aumento significativo no número de casos. O modelo de atendimento estará à disposição para ser utilizado por todo o sistema de saúde do país.
“O Hospital das Clínicas montou este plano de ação contra pandemias para pacientes que possam ter complicações pelo coronavírus. Estamos absolutamente preparados para este atendimento”, disse Doria.
O modelo do HC inclui receber casos graves – de forma referenciada -, realizar os exames diagnósticos, isolar os pacientes considerados suspeitos para coronavírus e oferecer assistência médica de acordo com a gravidade do caso.
O Hospital das Clínicas conta com estrutura para atender pacientes de alta complexidade, que inclui UTI com isolamento de contato e respiratório com pressão negativa, suporte ventilatório de última geração, técnicas de cuidados para pacientes críticos e dependentes de múltiplas especialidades.
“Nossa rede está preparada para atender a população. Temos serviços e profissionais com alta expertise e estamos à disposição para contribuir com o sistema de saúde nacional e, sobretudo, trabalhando para cuidar dos pacientes”, afirmou Germann.
As lideranças do hospital formaram um comitê de crise para acompanhar e antecipar as necessidades decorrentes da possível chegada de casos, utilizando seu Plano de Desastres, criado em 2012 e baseado nas premissas do Hospital Incident Comand System (HICS), para situações excepcionais que exijam uma rápida articulação entre as áreas assistenciais, administrativas e governamentais.
O HC continuará recebendo apenas pacientes referenciados, ou seja, encaminhados por outros serviços. A população não deve procurar diretamente o hospital, mas buscar atendimento nas unidades de saúde próximas de suas residências, que avaliarão a necessidade de encaminhamento a uma unidade de alta complexidade ou mesmo ao HC.
“A vigilância em saúde da capital e Secretaria de Estado da Saúde fizeram a lição de casa no atendimento ao primeiro caso confirmado. O paciente também teve a conduta adequada e procurou o serviço médico ao apresentar sinais da doença”, destacou Uip, reforçando a importância de procurar um médico diante de sintomas.
O objetivo do plano do HC é lidar de forma ágil e organizada com situações nas quais a demanda por atendimento médico-hospitalar possa ultrapassar a capacidade normal de atendimento. Desse modo, prevê a organização de medidas de prevenção, abastecimento, atendimento multidisciplinar e cuidados com seus colaboradores.
Este plano já foi acionado em algumas ocasiões, como no Incêndio do Memorial da América Latina, atentado na escola Raul Brasil, de Suzano, e epidemia de Febre Amarela.
Diante do surto de coronavírus iniciado na China em dezembro de 2019, o HC ativou em janeiro o braço desse plano que trata de surtos e epidemias infectocontagiosas. O Comitê do Coronavírus definiu os pilares assistenciais para abordagem do paciente com suspeita de coronavírus e estabeleceu os fluxos de atendimento em todos os institutos do complexo, além de estar alinhado e à disposição da SES para atuar nos casos destinados ao HC.
“O HC tem grande experiência em ações como essa. Quando houve o aumento dos casos de febre amarela, por exemplo, conseguimos atender os casos graves com todos os melhores recursos disponíveis na medicina de ponta. A população pode ficar tranquila, pois o Hospital das Clínicas está preparado”, afirmou Kallás, professor titular de Moléstias Infecciosas do HC e membro do Centro de Contingência de Coronavírus.