Dando continuidade ao tema da oração, refletido no primeiro artigo desta coluna, queremos pensá-la a partir do sentido da Comunhão. O ponto de partida de Comunhão para a fé católica está na Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Expressão da comunidade perfeita, da doação e do ser um para o outro, a Igreja, celebra sua caminhada conduzida pelas três pessoas de igual natureza, ou seja, divinos.
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Em cada uma das pessoas da Santíssima Trindade, nós enxergamos iniciativas próprias. Ao especificar cada um, não queremos dizer, que agem isoladamente, mas por serem comunhão perfeita, atuam conjuntamente. Por exemplo, é característica do Pai, o aspecto criador, do Filho, o redentor e do Espírito Santo, o santificador.
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A ação de Deus, numa realidade terrena e humana se expressa como forma de comunhão, quando da escolha de um povo, para então ser chamado: povo de Deus. (cf. Êxodo 6,7). Na constituição de um povo, passa-se a celebrar esta aliança e uma comunhão entre o divino e humano.
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Outra expressão da Comunhão se dará na pessoa de Jesus Cristo, que assume a condição humana, para resgatar a humanidade e ser sinal do “Deus Conosco”, por isso, será chamado de Emanuel.
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Jesus, construirá um caminho de comunhão não só vertical, mas também horizontal. Não basta celebrar uma comunhão com os céus, sem também estarmos em comunhão com os irmãos e irmãs. No seu trabalho pastoral, Ele, vai ao encontro daqueles que o sistema político, religioso e social da época colocava para “fora da cidade.”
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Por isso, é preciso entender que, quando rezamos, criamos comunhão, primeiramente com as pessoas da Santíssima Trindade, com os irmãos e irmãs e com a Igreja, a qual participamos a partir do Batismo.
Estar em comunhão pela oração, é entender a força do Espírito Santo, que congrega, une, envolve e dá condições de multiplicar os frutos. Quando participamos, por exemplo, da Celebração Eucarística (Missa), rezamos: “Fazei de nós um só corpo e um só Espírito.”
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Na tarde, da sexta-feira, 27 de março de 2020, vimos a expressão desta comunhão, através do Papa Francisco, caminhando pela Praça São Pedro, seguindo até sua cadeira, para ali dirigir aquele profundo e significativo momento de oração. Um homem, líder, idoso, tomando chuva, mancando, mas acima de tudo, em perfeita comunhão com as pessoas da Santíssima Trindade. Aquela praça estava vazia, mas cada casa, Igreja Doméstica, que acompanhou aquele momento, estava vivenciando a oração como comunhão universal. Digo, que nos tornamos naquela tarde, chuvosa em Roma, uma extensão daquele lugar de profunda presença do Espírito de Deus.
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A comunhão pela oração sustenta os peregrinos deste mundo. Fico com a expressão de um irmão no Sacerdócio, Padre Edgar Delbem, do Instituto Sacerdotal Jesus Ressuscitado, que assim se expressou: “A força e envergadura moral de Pedro à frente da Igreja. Sem povo na praça, mas com todos os fiéis do mundo inteiro. Pedro sozinho subindo para a capela papal é muito forte. Começamos de fato uma nova era”.
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O momento vivenciado, trouxe paz, alento, esperança, ternura, lágrimas, renovação da fé. Naquele latino-americano, Papa Francisco, não deixa de expressar no toque da imagem de Nossa Senhora e da Cruz, sua humanidade, sua confiança e sua simplicidade, dizendo ao mundo todo: não tenhais medo, o Senhor está conosco.
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Que possamos entender, que a oração, não é apenas algo que se dirige aos céus, por necessidades pessoais, familiares, particulares, mas que ela nos ensine a construir, a cultivar e a testemunhar a comunhão.
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Padre Kleber Rodrigues da Silva, é pároco e reitor da Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso, em Pindamonhangaba-SP. Natural de São Luiz do Paraitinga-SP, é o caçula de 12 filhos. Foi ordenado padre em 15 de maio de 2004. É formado em Filosofia, Teologia, Publicidade e Propaganda e atualmente está fazendo Pós-Graduação, em Gestão Religiosa e Paroquial.
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