Instituto Butantan fecha parceria para produzir vacina contra chikungunya

O mosquito Aedes aegypti transmite doenças como dengue, zika e chikungunya. (Foto: ONU/Aiea/Dean Calma)

O Instituto Butantan, um dos maiores centros de pesquisa biomédica do mundo, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, fechou acordo com a farmacêutica Valneva para a produção de uma vacina de dose única contra chikungunya. Em cerca de seis meses, a companhia europeia, com sede em Saint-Herblain, na França, deverá transferir sua tecnologia para o Butantan, que poderá desenvolver, fabricar e comercializar o imunizante nos países em desenvolvimento.

Em contrapartida, o Butantan fornecerá à farmacêutica francesa informações sobre a fase 4 de ensaios clínicos da vacina. O acordo inclui ainda pagamentos de royalties sobre as vendas e por marcos do desenvolvimento do produto pelo instituto.

“O ônus da doença pelo vírus chikungunya reside não apenas nas duas milhões de mortes em todo o mundo desde 2005, mas também na cronificação de seus sintomas, que constituem um problema de saúde a longo prazo. Ao enfrentar o desafio de desenvolver, fabricar e comercializar a vacina chikungunya da Valneva, o Butantan reforçará ainda mais seu compromisso com a melhoria da saúde pública em países em desenvolvimento”, explica o diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas.

Fases

A vacina em desenvolvimento pela Valneva finalizou a fase 2 de ensaios clínicos nos Estados Unidos em fevereiro de 2020 e agora está se preparando para iniciar a fase 3 no fim do ano. No fim desta última, o Butantan poderá realizar a fase 4 dos estudos clínicos em regiões endêmicas do Brasil e compartilhará as informações obtidas com a companhia europeia.

“Embora milhões de pessoas tenham sido afetadas pela chikungunya, atualmente não há vacina nem tratamento eficaz disponível contra esta doença debilitante. Esperamos ansiosamente trabalhar com o Instituto Butantan para ajudar a enfrentar esta atual crise de saúde pública e acelerar o desenvolvimento de uma vacina contra a chikungunya nos países em desenvolvimento, que são áreas de alto surto”, afirma o CEO da Valneva, Thomas Lingelbach.

O VLA1553, da Valneva, é um candidato à vacina monovalente atenuada para proteção contra a chikungunya. Foi concedida a designação Fast Track pela Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, em dezembro de 2018.

Mercado

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O candidato à vacina foi desenvolvido para imunização profilática, ativa e de dose única contra a chikungunya em humanos com mais de um ano de idade. A vacina visa à proteção duradoura e um perfil de segurança antecipado, semelhante às vacinas licenciadas para imunização ativa em adultos e crianças. Os segmentos da população-alvo são viajantes, militares e indivíduos em risco que vivem em regiões endêmicas.

Estima-se que o mercado global de vacinas contra a chikungunya exceda US$ 500 milhões por ano, incluindo um potencial de mercado de vacinas para viajantes de aproximadamente US$ 250 milhões. O VLA1553 é baseado em um clone infeccioso (CHIKV LR2006-OPY1) atenuado pela exclusão de uma parte importante de um gene do vírus.

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