A Secretaria de Assistência Social da Prefeitura de Pindamonhangaba iniciou, nesta semana, através do Serviço de Abordagem Social, o programa “Ronda Noturna”, que será praticado durante todo período do inverno com o objetivo de tirar das ruas aqueles moradores que ainda insistem em pernoitar em praça pública ou embaixo de marquises de lojas comerciais.
“Não só por conta da pandemia, mas principalmente devido às madrugadas frias, nossa equipe estará nas ruas fazendo a abordagem e o acolhimento para essa parcela da população”, afirmou a secretária de Assistência Social Ana Paula Miranda.
Segundo ela, ação visa fortalecer o vínculo com aquelas pessoas que ainda insistem em ficar na rua, oferecendo um lugar digno onde possam ser cuidados e passar a noite com mais dignidade. O município disponibiliza o Centro de Acolhimento no ginásio da Quadra Coberta (montado provisoriamente em virtude da pandemia), bem como as instalações do SOS, entidade parceira e de referência para albergue municipal.
Resistência – Com as baixas temperaturas do mês de maio, a Prefeitura intensifica essa ação para proteger do frio esse público. Entretanto, encontra neles mesmos a maior resistência para sair das ruas.
“Muitas vezes, as pessoas criticam o poder público afirmando que tal morador de rua está na praça há muito tempo e a Prefeitura não faz nada. Isso não é verdade, nossa equipe faz abordagem em todos os pontos e é um trabalho difícil de convencimento para que o morador de rua possa dormir em local seguro e ter refeições de qualidade – café, almoço e janta – além do banho. Não há limite de dias para que eles passem no SOS, basta desejar ir e passar as noites”, afirmou Ana Paula.
Segundo ela, muitos não querem ir, pois estão acostumados a ficar naquele local, ocasião em que o profissional da ronda noturna argumenta que o frio é coisa séria e que pode matar. Um fator relevante que os impedem de aceitar a ida para o abrigo é o estabelecimento das regras do S.O.S, sendo uma delas o verdadeiro desafio: deixar o alcoolismo e o uso de drogas.
Por outro lado, Ana Paula ressalta que existem muitas histórias de pessoas que acolheram o chamado da ronda noturna e mudaram de vida, com encaminhamento a programas sociais e adesão ao PEAD, com a possibilidade de trabalhar e resgatar sua dignidade e convívio familiar.