João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, é lembrado e relembrado a cada final de maio por sua história e principalmente por sua importância para o atletismo brasileiro. O ex-recordista mundial do salto triplo, com 17,89 m – marca que completará 45 anos em outubro – nasceu a 28 de maio de 1954, em Pindamonhangaba (SP), e morreu a 29 de maio de 1999, em São Paulo, um dia depois de completar 45 anos.
Além de suas virtudes como esportista e dos inúmeros títulos conquistados, João do Pulo foi vítima de uma tragédia ao sofrer um acidente de carro em dezembro de 1981 na Via Anhanguera. Como consequência teve a perna direita amputada e o fim de uma brilhante carreira aos 27 anos de idade.
No mesmo ano do acidente, o atleta havia conquistado o tricampeonato do salto triplo na antiga Copa do Mundo de Atletismo, em Roma. Antes havia sido campeão em Dusseldorf-1977 e Montreal-1979. As maiores conquistas, porém, foram as duas medalhas de bronze olímpicas alcançadas em Montreal-1976 e Moscou-1980.
O recorde mundial de 17,89 m foi estabelecido nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México, no dia 15 de outubro de 1975. A marca resiste até hoje como recorde da competição, que teve sua última edição em 2019, em Lima.
João do Pulo manteve-se como recordista mundial até junho de 1985, quando o norte-americano Willie Banks saltou 17,97m, em Indianápolis. Desde 1995, a melhor marca do mundo é do britânico Jonathan Edwards, com 18,29 m, obtidos em Gotemburgo. O recorde sul-americano do saltador paulista durou até 2007, ano em que o paranaense Jadel Gregório obteve 17,90 m, no GP Brasil Caixa, em Belém. Esta marca completou 13 anos no dia 20 de maio.
Depois do acidente de carro, João do Pulo ficou quase um ano hospitalizado, passando por 22 cirurgias. Com a prótese, o grande campeão estudou Educação Física e abraçou a política. Foi eleito deputado estadual por São Paulo em 1986 e 1990.
João Carlos de Oliveira gostava de futebol, jogou vôlei e basquete e iniciou no atletismo aos 17 anos, em 1971, a conselho do professor de educação física José Roberto Vasconcelos, em Cruzeiro (SP). Nelson Pereira e Pedro Henrique Camargo de Toledo, o Pedrão, foram seus técnicos. Competiu pelo São Paulo, Pinheiros e AA Guaru. Era sargento reformado do Exército.
Desde o ano passado, João do Pulo faz parte do Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (COB), iniciativa que pretende eternizar os grandes nomes do esporte nacional.
Além do triplo, João Carlos foi muito bom também no salto em distância e nos 100 m. Na distância, foi finalista olímpico nos Jogos de Montreal-1976 e recordista sul-americano com 8,36 m, em Rieti, em 1979.
Foi eleito um dos 10 melhores triplistas do século 20 – 4º lugar da lista, com Adhemar Ferreira da Silva em 3º e Nelson Prudêncio em 8º. Sua performance no México, em 1975, foi eleita uma das 100 mais bonitas do mundo na festa do Jubileu de Diamante da IAAF, em 1987.