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Caminhos da Fé | “A arte de julgar”, por padre Kleber Rodrigues

Por que sentimos a necessidade de julgar? (Foto: Arek Socha/Pixabay)

Hoje gostaria de refletir com você sobre o tema do julgar. Escrevo-lhe nesta segunda-feira, 22 de junho, ocasião em que o texto do evangelho do dia é retirado dos escritos de Mateus 7,1-5: “Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 1“Não julgueis, e não sereis julgados. 2Pois, vós sereis julgados com o mesmo julgamento com que julgardes; e sereis medidos, com a mesma medida com que medirdes. 3Por que observas o cisco no olho do teu irmão, e não prestas atenção à trave que está no teu próprio olho? 4Ou, como podes dizer a teu irmão: ‘Deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando tu mesmo tens uma trave no teu? 5Hipócrita, tira primeiro a trave do teu próprio olho, e então enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão”.

Pensemos em dois temas básicos deste texto: a arte de julgar e a trave e o cisco no olho do outro. Por que sentimos a necessidade de julgar?

O ser humano é envolvido de virtudes, dons e limites. Na medida em que, cresce e se desenvolve, cada pessoa toma consciência e vai lidar com estes elementos, cada qual a seu modo, uns, com coragem, outros, com receio e outros ainda preferem nem lidar com isso.

Considerando nossos limites, temos a tendência de julgar em decorrência daquilo que não aceitamos em nós. Como nos diz a Psicologia, passamos a projetar no outro. O convite de Jesus, é de não irmos para o caminho da mesquinhez de quem acha que nunca erra.

Outro fator que pode contribuir com a nossa arte de julgar, está também na baixa autoestima, desvalorizando-se e evidenciando a carência, a inveja, acabamos por praticar tal atitude.

Penso que temos a tendência de julgar, pelo fato de não reconhecermos as lutas, o sucesso do outro. Como nos diz o ditado popular: “por que a grama do vizinho é sempre mais verde do que a minha?”.

Jesus convida-nos a pensar, que tudo aquilo que praticarmos com o outro, será proporcional a nossa avaliação no juízo final.

A arte do julgar, é superada com a arte da oração: “Mas a oração, como bem sabemos, não se pode dar por suposta; é necessário aprender a rezar, voltando sempre de novo a conhecer esta arte dos próprios lábios do divino Mestre, como os primeiros discípulos: « Senhor, ensina-nos a orar » (Lc 11,1). Na oração, desenrola-se aquele diálogo com Jesus que faz de nós seus amigos íntimos: « Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós » (Jo 15,4). Esta reciprocidade constitui precisamente a substância, a alma da vida cristã, e é condição de toda a vida pastoral autêntica. Obra do Espírito Santo em nós, a oração abre-nos, por Cristo e em Cristo, à contemplação do rosto do Pai”. (Papa João Paulo II, Exortação Apostólica Novo Millenium Inenunte, n.32, 2001).

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Um outro passo, que pode auxiliar-nos a superar a arte de julgar é, a cada noite, dedicarmos um tempo, dentro da oração pessoal, para fazer um exame de consciência. Com base no arrependimento, podemos encontrar motivações para que outro dia seja diferente, frutuoso e construtivo.

Que a Palavra de Deus, motive-nos a evitarmos desenvolver a arte de julgar, especialmente com aquelas pessoas as quais convivemos. Força e coragem.

Padre Kleber Rodrigues da Silva, é pároco e reitor da Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso, em Pindamonhangaba-SP. Natural de São Luiz do Paraitinga-SP, é o caçula de 12 filhos. Foi ordenado padre em 15 de maio de 2004. É formado em Filosofia, Teologia, Publicidade e Propaganda e atualmente está fazendo Pós-Graduação, em Gestão Religiosa e Paroquial.

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