A Prefeitura de São José dos Campos firmou convênio com a faculdade Humanitas e a Univap (Universidade do Vale do Paraíba) para ampliar os atendimentos aos parentes de pacientes em recuperação da covid-19. O objetivo é que os alunos atendam, por meio de ligações telefônicas, as pessoas com comorbidades ou acima de 70 anos que estejam em contato com casos suspeitos ou positivos da doença.
Com base na análise de dados das pesquisas de monitoramento do contágio da doença no município, a Secretaria de Saúde percebeu que idosos acima de 70 anos e pacientes com doenças pré-existentes estão com agravamento mais rápido da patologia.
Em reunião do Comitê Municipal de Prevenção e Enfrentamento ao Novo Coronavírus, em junho, ficou acordada a necessidade de rastreamento e bloqueio da transmissão da doença para contactantes.
Em uma estrutura montada no Cefe (Centro de Formação do Educador), em Santana, desde o dia 14 de julho estudantes do 5º ao 7º períodos de medicina da Humanitas e do curso de enfermagem da Univap dão apoio à Vigilância Epidemiológica fazendo o monitoramento por telefone e atualização do sistema de dados dos familiares de pacientes. Alguns médicos da rede pública já fazem o monitoramento dos casos suspeitos e positivos.
Os alunos que anteriormente já receberam aulas sobre a doença passam por treinamento para desenvolverem um atendimento humanizado e com embasamento para orientar os munícipes.
Cerca de 100 estudantes dos dois cursos já estão na lista de participantes do projeto, sendo que as inscrições podem ser feitas nas secretarias das faculdades.
Divididos em dois grupos de no máximo 12 alunos, os atendimentos ocorrem das 8h às 12h e das 13h às 17h de segunda a sexta-feira. Essa estratégia conta com um professor da faculdade e um técnico da Vigilância Epidemiológica para orientar os estudantes. Os atendimentos continuarão por todo o período de pandemia e os cronogramas serão definidos em cada mês.
Experiência para a vida profissional
Giovanna Saraceni Tecelão, 21 anos, moradora do Residencial Flamboyant, faz parte do grupo de estudantes de medicina que estão fazendo os teleatendimentos. “Essa experiência está sendo boa, pois estávamos em casa tendo aulas à distância e uma boa preparação sobre a doença. Agora estamos fazendo registros sobre os pacientes infectados para depois a Secretaria de Saúde conseguir compilar esses dados e ter resultados sobre isolamento, relações entre pacientes de riscos e os testes aplicados.”
Laís Gabriele Xavier Guedes, 21 anos, moradora da Vila Betânia, é aluna da faculdade Humanitas e auxilia nos atendimentos. “Estamos somando o conteúdo que já aprendemos com a experiência de estar fazendo o que podemos para ajudar neste momento de pandemia. Levaremos esses aprendizados para o resto da vida, pois conseguimos ajudar nosso município que tanto amamos no momento que era necessário.”
Camila Mozart de Jesus Ferreira, 25 anos, moradora da Vila Industrial está ajudando no reforço ao combate da covid-19. “Aprendemos que é preciso saber como conversar com o paciente, de forma que ele se sinta confortável, para ouvirmos o que estamos falando e assim orientar de forma que o paciente entenda. É preciso ter empatia e saber comunicar. Como estudante é um privilégio e gratificante poder ajudar.”