A nadadora gaúcha Viviane Jungblut retorna ao Brasil neste domingo (30) após três semanas de atividades na Europa, como parte do programa Missão Europa, no qual o Comitê Olímpico do Brasil (COB) levou atletas para realizar treinos no Velho Continente.
Neste período ela teve a oportunidade de treinar com outros atletas, o que considerou muito positivo: “Estar em contato com a seleção foi bem positivo. Fizemos alguns trabalhos com todo o grupo. Foi bom. Mas o principal foi a chance de voltar a competir. Fazia seis meses que não sentia esse clima”, diz a nadadora do Grêmio Náutico União.
Viviane foi um dos destaques da equipe verde e amarela no Open de Loulé (Portugal), disputado entre os dias 14 e 16 de agosto. O principal resultado dela veio na prova dos 1.500 metros livre. Fechou a prova com o tempo de 16min27s31, quase cinco segundos abaixo do índice olímpico (16min32s04). “O resultado foi bem legal. Durante a quarentena, fiquei muito tempo fora da água. Voltar dessa forma foi um motivo a ser comemorado. Estar nadando com outras meninas de um nível bom também foi algo bem positivo. Isso me ajudou bastante”.
Se fosse um torneio oficial, esse tempo daria à brasileira a vaga para os Jogos de Tóquio. Porém, a seletiva olímpica nacional acontece em abril de 2021 no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro. “O grande objetivo é repetir ou até melhorar essa marca no ano que vem, mas foi um passo a mais. Sem dúvida, foi minha segunda melhor marca”, comemorou.
O melhor tempo da nadadora nos 1.500 metros é 16min22s48, obtido em 2017 durante a Universíade (Jogos Mundiais Universitários) de Taipei (Taiwan). “Antes, estava focando na prova dos 10 km. Mas agora meu objetivo é total nos 1.500 metros. Estou trabalhando com meu técnico, Christiano Klaser, para melhorar a técnica e o fundamento da virada. O negócio é ganhar um pouco a cada virada e segurar o ritmo durante a prova”, diz Viviane.
Única melhor do grupo
Viviane foi a única mulher a fazer parte da seleção brasileira de natação durante a Missão Europa. É importante lembrar que Etiene Medeiros foi convidada, mas abriu mão por ser do grupo de risco da covid-19, pois tem asma.
Para a gaúcha, o principal foco das nadadoras deve ser sempre o resultado: “Essa união das mulheres é muito positiva. Vejo que o principal objetivo das mulheres atletas deve ser sempre conseguir o índice e estar na Olimpíada”. No entanto, ela pede mais cuidado com a base: “Sei que a natação feminina, infelizmente, não vive um bom momento. No ano passado, no Mundial, só a Etiene e eu participamos. Acredito que uma atenção maior, um trabalho mais estruturado focando a base, seja extremamente necessário. Justamente de gente disposta a se envolver nesse processo desde cedo”, encerrou.