A restrição de visitas a museus devido à pandemia de COVID-19 não impedirá que as crianças comemorem seu dia com diversão e conhecimento. É que os museus de ciência da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado podem agora ser visitados de forma virtual, de dentro de casa.
A nova modalidade permite que o público mate a saudade do Planeta Inseto, único zoológico de insetos do Brasil, mantido pelo Instituto Biológico (IB-APTA), e do Museu de Pesca, uma das principais atrações turísticas de Santos, mantido pelo Instituto de Pesca (IP-APTA).
A versão virtual das duas exposições conta com uma réplica da estrutura física dos espaços, contendo em cada ambiente parte do acervo real, que são visitados por mais de 80 mil pessoas anualmente.
Planeta Inseto
Os visitantes podem ter acesso a informações sobre formigas, abelhas, bicho-da-seda, bicho-pau, baratas e besouros. Além disso, podem conhecer os insetos de importância médica, saber o que é controle biológico e ver como funciona um laboratório entomológico.
“É possível ainda aprender as características que diferenciam um inseto de outros animais, como o corpo dividido em três partes [cabeça, tórax e abdômen], um par de antenas e três pares de pernas. Essa é uma das dúvidas mais comuns dos visitantes da exposição física”, conta Mário Kokubu, educador do Planeta Inseto e responsável pela pesquisa de conteúdo da exposição virtual. No ambiente online, os visitantes podem ainda assistir a vídeos, ver fotos e toda a ambientação das salas físicas do Museu do IB.
De acordo com Harumi Hojo, coordenadora do Planeta Inseto e assessora da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), a visitação virtual é importante a curto prazo, devido à pandemia, mas também a longo prazo.
“Com esse projeto, pessoas de fora da cidade de São Paulo podem conhecer a exposição e saber mais sobre os insetos, que são muito importantes para o meio ambiente e para a produção agrícola. Sempre tivemos a preocupação de levar o Planeta Inseto para outros locais, por isso, temos o projeto de museu itinerante. Porém, essa virtualização, potencializa ainda mais nossas ações”, afirma.
De forma lúdica e interativa, o público do Planeta Inseto recebe informações sobre o quanto os insetos estão presentes no cotidiano e sua importância para o ambiente, a produção de alimentos e a saúde humana. Estima-se que existam mais de um milhão de espécies de insetos conhecidos e que haja mais milhões a serem identificadas.
A mostra tem como público-alvo crianças e adolescentes de três a 16 anos, mas recebe visitantes de todas as idades. O público pode conhecer no local, em São Paulo, quatro espécies de abelhas sem ferrão e baratas praticando corrida, lagartas tecendo fios de seda, formigas trabalhando em sistema organizado e o bicho-pau, que se assemelha a gravetos.
Sediado no Museu do Instituto Biológico, o Planeta Inseto conta com autorização de manejo e exposição de insetos emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Desde a inauguração, em 2010, o Planeta Inseto já recebeu mais de 400 mil visitantes no museu físico e itinerante. O espaço permanece com visitas presenciais suspensas por conta da pandemia.
Museu de Pesca
Mantido pelo IP, o Museu de Pesca tem a missão de divulgar as ações de pesquisa do Instituto e destacar a importância da preservação do meio ambiente e da vida aquática, promovendo a educação ambiental.
No local, são desenvolvidas atividades educativas não formais, com o intuito de promover a preservação ambiental, estimular a sustentabilidade pela correta utilização dos recursos naturais, marinhos e continentais, além de promover a aquicultura sustentável.
A versão virtual do Museu de Pesca é uma réplica da estrutura física do espaço, contendo em cada ambiente parte de seu acervo real. Na visita presencial, para o grande público, as principais atrações são um imponente esqueleto da baleia Balaenoptera physalus, com 23 metros de comprimento e sete toneladas, e os diversos exemplares de tubarões.
“O Museu Virtual permite aos visitantes assíduos, principalmente crianças, aplacar a saudade enquanto o espaço está fechado, e estimula potenciais novos visitantes, uma vez que a visita virtual gera curiosidade sobre as atrações”, afirma Thaís Moron, pesquisadora do IP e diretora do Museu de Pesca, que recebe público de mais de 50 mil pessoas anualmente.
Visita virtual
O projeto Venha Visitar Virtualmente (PVV) foi idealizado por Cibele Silva, bióloga e integrante do Centro de Comunicação e Transferência do Conhecimento do Instituto de Pesca, devido ao impedimento da visitação ao espaço físico neste momento de controle do contágio do novo coronavírus e para dar oportunidade a pessoas de fora da região e até mesmo do Estado de conhecer o acervo do Museu.
O Projeto VVV foi planejado e desenvolvido por Bruna da Silva, Gabriela Pereira e Raphaela Horti, estagiárias do Instituto de Pesca.