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ONU lança campanha de enfrentamento à violência contra as mulheres nas eleições

ONU Mulheres Brasil e União Europeia lançam campanha de mobilização nacional de prevenção à violência contra as mulheres em contextos eleitorais. (Foto | Cottonbro/Pexels)

A ONU Mulheres Brasil, em parceria com a União Europeia, lança a campanha #ViolênciaNão – Pelos Direitos Políticos das Mulheres, uma mobilização nacional de prevenção à violência contra as mulheres em contextos eleitorais. A iniciativa será apresentada ao público nesta quinta-feira (29/10), às 9h, no canal da ONU Mulheres Brasil no YouTube, com participação da gerente de programas Ana Carolina Querino; da gerente de projetos da ONU Mulheres, Ana Claudia Pereira; da secretária nacional de Políticas para Mulheres do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Britto; da embaixadora da Suécia no Brasil, Johanna Brismar Skoog; e do embaixador da União Europeia no Brasil, Ignácio Ybáñez.

Centrada nas redes sociais e no diálogo com tomadoras e tomadores de decisão, a campanha ressalta que a violência política é uma das barreiras que impede as mulheres de usufruírem de seus direitos humanos. Destaca também obstáculos adicionais referentes às discriminações cruzadas experimentadas por mulheres negras, indígenas, jovens, com deficiência e de outros grupos, submetendo-as a formas específicas de agressões e violações de direitos.

“Eliminar todas as formas de violência contra as mulheres nas esferas pública e privada contribui diretamente para garantir a participação plena e efetiva em todos os níveis de tomada de decisão e realização dos direitos humanos das mulheres. É importante que as pessoas conheçam e reconheçam a violência política, entendam como ela se manifesta e afeta mulheres em sua diversidade e apoiem as vítimas”, afirma a a representante da ONU Mulheres Brasil, Anastasia Divinskaya.

Ela explica que mulheres com potencial para realizar contribuições substantivas para a sociedade, conquistar votos e serem eleitas têm sido afastadas dos processos eleitorais por conta da violência enfrentada na política e nas eleições. “Para reverter este quadro, convidamos todas as pessoas e instituições atuantes nos mais variados campos a se conscientizarem e a se unirem na prevenção e resposta à violência política. É o momento de garantir que as mulheres possam concorrer em pé de igualdade com os homens na corrida eleitoral, no exercício da função pública e na atuação política em defesa de seus direitos nas cidades”, reforça Anastasia Divinskaya.

Entre final de outubro de 2020 e março de 2021, as redes sociais da ONU Mulheres e organizações parceiras disseminarão materiais como vídeos, cards, áudios informativos, figurinhas, gifs, filtros para Instagram e adesivos (stickers) para aplicativos de conversa visando sensibilizar e conscientizar sobre o fenômeno da violência política contra mulheres no debate público. Está previsto, ainda, o lançamento de uma cartilha com os principais conceitos que envolvem a violência política, formas de prevenção e resposta.

A campanha é desenvolvida no contexto das eleições municipais de 2020, tendo também como pano de fundo o agravamento dos obstáculos à participação política de mulheres com a emergência da pandemia de COVID-19. Num contexto de crescentes hostilidades, ameaças e violências enfrentadas por mulheres ativas politicamente – seja em instâncias formais, seja na defesa de direitos humanos -, a ONU Mulheres fortalece sua estratégia e capacidade para comunicar e engajar parceiros e a sociedade em apoio às mulheres que almejam ocupar ou que já ocupam cargos de poder e decisão.

#ViolênciaNão – Pelos Direitos Políticos das Mulheres é uma campanha que conta com a parceria do projeto “Conectando Mulheres, Defendendo Direitos”, iniciativa implementada pela ONU Mulheres com o apoio da União Europeia, e que atua especificamente com defensoras de direitos humanos no Brasil, em seus esforços para promover e sustentar estratégias de prevenção e resposta a violações de direitos humanos e violências contra mulheres e meninas. Espera-se que a ação contribua para que as mulheres, em toda a sua diversidade, tenham possibilidade de atuar em defesa de direitos sem sofrerem violências e sem serem ameaçadas.

Saiba mais – Fenômeno global, a violência contra as mulheres na política e nas eleições pode ocorrer em muitos contextos, mas tem consequências especialmente graves para as mulheres durante o período eleitoral e no exercício de mandatos, impedindo que façam campanhas livremente ou expressem opinião política sem medo de represálias ou de ataques em sua própria casa, comunidade, ambiente virtual e no âmbito público. As tensões políticas e a concorrência acirrada durante as eleições podem gerar vulnerabilidades e se constituem barreiras para que as mulheres se candidatem e sejam eleitas, para que compareçam às urnas para votar e podem puni-las por participarem do processo eleitoral. Tais atos podem ser de natureza psicológica, física ou sexual, incluindo intimidação, agressão física ou sexual, perda de meios de subsistência e deslocamento forçado, configurando-se uma violação dos direitos humanos das mulheres. Na forma mais extrema da violência, mulheres foram assassinadas por exercerem seus direitos políticos.

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Seja no contexto da família, da comunidade ou do estado, em esferas pública ou privada, os atos de violência contra as mulheres tornam-se atos de violência eleitoral quando geram um impacto negativo na participação das mulheres em um processo eleitoral ou no exercício dos seus direitos políticos e demonstram desrespeito pela dignidade humana, ao produzir e distribuir imagens sexualizadas e depreciativas, usar as mídias sociais para incitar atos violentos, não reconhecer ou negar explicitamente a existência de mulher política pelo simples fato de ser mulher. Todas as mulheres – sejam elas eleitoras, candidatas, apoiadoras, partidárias, cabos eleitorais, integrantes de equipes de campanha, funcionárias da justiça eleitoral, integrantes da sociedade civil ou de movimentos comunitários, representantes eleitas e profissionais dos meios de comunicação – podem ser vítimas de violência política.

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