Adaptação: Padre Kleber Rodrigues da Silva
A Igreja celebra neste dia 02 de novembro, o dia de finados, ocasião em que recordamos nossos entes queridos que já celebram a festa da eternidade.
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No contexto da liturgia, a celebração deste dia recebe o nome de COMEMORAÇÃO DOS FIÉIS DEFUNTOS. Muitas das celebrações cristãs nasceram como respostas a certos cultos pagãos.
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Contexto Histórico
Os pagãos da antiguidade celebravam a “Parentália”, “era um festival religioso da Roma Antiga que honrava os mortos. Desenrolava-se entre os dias 13 e 21 de fevereiro.Durante estes dias (dies parentales) os templos encontravam-se fechados, era proibida a celebração de casamentos e os magistrados não utilizavam as insígnias dos seus cargos. As famílias visitavam os túmulos onde se encontravam sepultados os seus familiares e ali realizavam oferendas”.
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No século II começaram a encontrar “testemunhos, de que tais comemorações incluíam orações pelos mortos que mais tarde foram associadas à celebração da Missa, partindo do terceiro dia após o sepultamento e a comemoração anual do falecimento. Mais tarde, passou-se a celebrar o sétimo dia, o trigésimo dia.
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Santo Isidoro de Sevilha, ordenou a seus monges que oferecessem o sacrifício da Missa pelas almas dos defuntos no dia seguinte ao Domingo de Pentecostes.
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No século IX, o abade “Eigil De Fulda”, prescreveu que no dia 17 de Dezembro, aniversário de morte do Santo Estúrmio, fundador do Mosteiro de Fulda, se fizesse memória de todos os fiéis defuntos ”na Missa, na salmodia e na sagrada Oração”.
No ano de 998, o abade, Santo Odilão de Cluny, decretou que todos os mosteiros sob sua jurisdição se fizessem a comemoração festiva de todos os fiéis defuntos em 02 de novembro. Houve uma grande propagação na França, na Inglaterra e na Alemanha. Na Itália e particularmente em Roma só se popularizou no século XIII.
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Contexto Litúrgico
Nas missas a serem celebradas neste dia 02 de novembro, a liturgia da palavra e as orações estão centradas no Mistério Pascal e pela súplica de que seja concedida aos mortos a graça de participar para sempre neste mistério.
Nos cinco prefácios da missa pelos fiéis defuntos que compõem o Missal Romano,vaise evidenciar a ação do Cristo como aquele que nos abre o caminho para a eternidade. Na celebração do mistério da sua Paixão, Morte e Ressurreição, construímos nossa fé.
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O prefácio para os fiéis defuntos I, nos apresenta: “Nele brilhou para nós a esperança da feliz ressurreição.E, aos que a certeza da morte entristece, a promessa da imortalidade consola.Senhor, para os que creem em vós, a vida não é tirada, mas transformada.E, desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível.”
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No prefácio para a missa dos fiéis defuntos II, rezamos: “Um por todos, ele aceitou morrer na cruz para nos livrar a todos da sua morte.Entregou de boa vontade sua vida, para que pudéssemos viver eternamente”.
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E no prefácio para a missa dos fiéis defuntos III, contemplamos: “Ele é a salvação do mundo. Ele é a vida dos homens e das mulheres.Ele é a ressurreição dos mortos.
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No prefácio IV, vemos: “Por vossa ordem nós nascemos; por vossa vontade, somos governados; e, por vossa sentença, retornamos à terra por causa do pecado.Mas, salvos pela morte de vosso Filho, ao vosso chamado, despertaremos para a ressurreição”.
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E no prefácio V, rezamos: “Por nossa culpa, somos condenados a morrer; mas, quando a morte nos atinge, vosso amor de Pai nos salva.Redimidos pela morte de vosso Filho, participamos de sua ressurreição”.
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Conclusão
A comemoração dos fiéis defuntos não deve ser para nós, uma simples ocasião para chorarmos e ficarmos na saudade. Recordamos tudo de bom que vivemos, mas alimentamos a esperança de chegar um dia à glória, à festa da eternidade preparada pelo próprio Cristo, que nos oferecerá um banquete da vida, livre de todos os limites humanos.
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Agradeçamos à Deus, por nos dar a oportunidade de nascemos, e sermos criados à sua imagem e semelhança, de um dia termos nascido para vida da Igreja, pelo batismo e de um dia podermos nascer para a eternidade, passando pela experiência da morte.
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Bibliografia:
ADOLF, Adam. O ano litúrgico: sua história e seu significado segundo a renovação litúrgica. São Paulo: Loyola, 2019.
ADKINS, Lesley; ADKINS, Roy A. – Dictionary of Roman Religion. Nova Iorque: Facts on File, Inc, 1996.
MISSAL ROMANO.