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Parceria entre SOS Mata Atlântica e Santuário Nacional promove formação socioambiental

Iniciativa impulsiona ações práticas em favor do meio ambiente em municípios da região. (Foto: Thiago Leon)

Com mais de 20 mil espécies vegetais, a Mata Atlântica é um dos principais biomas brasileiros. O conjunto de florestas e ecossistemas é tema de um curso promovido pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Santuário Nacional. Ao todo, 50 professores da Rede Municipal de Ensino de Aparecida (SP), funcionários do Santuário e sacerdotes da Arquidiocese de Aparecida participam da capacitação, realizada de forma online até o dia 09 de dezembro.

A ação integra as iniciativas de conscientização ambiental desenvolvidas pela Basílica da Padroeira em parceria com a SOS Mata Atlântica. A mútua cooperação, iniciada em 2016, prevê atividades de restauração florestal e ações de sensibilização e engajamento da sociedade pela conservação da Mata Atlântica.

“Não basta atuar na recuperação da Mata Atlântica sem envolver as pessoas que ali vivem. Por isso, entendemos que a educação ambiental, nas suas mais diversas correntes, pode contribuir muito com a conservação e o desenvolvimento socioambiental local”, afirma a coordenadora de Educação Ambiental da Fundação SOS Mata Atlântica, Kelly De Marchi.

A formação possui carga horária de 40h e explora temas relacionados à Mata Atlântica, como ecologia, dinâmica dos ecossistemas, bacias hidrográficas, entre outros assuntos. Especialistas da área auxiliam no entendimento das temáticas, reforçando a importância da conservação florestal.

“O curso traz para a gente a vontade de pesquisar ainda mais. Não é apenas falar sobre a fauna, a flora e a água, mas também a história do nosso local. Foi um ganho que vou levar para o resto da minha vida”, avalia o coordenador de Áreas Verdes do Santuário Nacional, Ricardo Santos, participante da capacitação.

Da teoria à prática – O estudo despertou nos alunos a necessidade de realizar ações práticas em prol do meio ambiente. Uma delas aconteceu no bairro Ponte Alta, em Aparecida. Uma obra realizada no espaço condenava árvores que haviam sido plantadas há mais de quarenta anos pela comunidade, gerando comoção na turma.

“As árvores possuem valor afetivo para a comunidade. Em diálogo com a Prefeitura, realizamos um transplante dos vegetais do local para outros espaços da cidade, preservando a história local e o meio ambiente”, conta o padre Gustavo Pereira, coordenador de pastoral da Arquidiocese de Aparecida e participante do curso.

O religioso também se inspirou na capacitação para unir a fé e o respeito ao meio ambiente. De acordo com ele, os estudos impulsionaram um antigo projeto a ser desenvolvido nas cidades que compõem o território arquidiocesano.

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“Antes do curso já tínhamos a pretensão de criar um grupo que pensasse uma pastoral ecológica para a Arquidiocese de Aparecida, baseado no cuidado com a criação que a Igreja tem desenvolvido nos últimos anos. O curso permitiu um despertar maior em relação a esta pastoral e, por meio dele, criei um plano de ação com esta proposta estruturada para ser articulada já no início de 2021”, explica o sacerdote.

Outras ações também foram desenvolvidas pelos alunos, que observaram a necessidade de criar atividades que ajudam na conscientização ambiental. “É uma oportunidade para sermos multiplicadores do que aprendemos”, afirma Ricardo.

Planos para 2021 – O sucesso do curso anima a parceria entre o Santuário e a SOS Mata Atlântica. Para o próximo ano, estão previstas novas atividades em conjunto.

“Já temos planejado para 2021 a realização com mais uma turma, e, também, temos em vista a realização de projetos de educação ambiental para Aparecida e região”, adianta De Marchi.

Além do curso, a parceria entre o Santuário Nacional e a SOS Mata Atlântica também possui atividades de restauração florestal. Entre elas, a de áreas de Mata Atlântica nas cidades de Aparecida e Taubaté (SP). Cerca de 440 mil mudas já foram plantadas, o equivalente a 43 campos de futebol do tamanho do Maracanã.

Apoio do papa – A cooperação entre as instituições nasceu a partir de uma resposta concreta do Santuário Nacional à Encíclica Laudato Si, escrita pelo Papa Francisco em 2015. No texto, o pontífice convida os fiéis a proteger a “Casa Comum” por meio do “desenvolvimento sustentável e integral”, assinala o pontífice.

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