Na busca pelo bicampeonato da competição, o russo Mikhail Shivlyakov encontrou um adversário a altura que lhe deu muito trabalho. O estoniano Rauno Reinla até saiu na frente, mas foi superado pelo atleta da Rússia no final. Representante do Brasil, o paulista Tiago Aparecido terminou na quarta posição, enquanto o boliviano Cristian Quiroga foi o terceiro colocado.
A primeira de três provas foi a medley, com o famoso três em um. Em duelos homem contra homem, os atletas iniciaram carregando a Corrente, com o peso de 300 kg, por um espaço de 10 metros. Em seguida, foi a vez do Dead Lift (levantamento de peso), onde fizeram quatro repetições com peso total de 320 kg. A primeira fase encerrou-se com o Power Stairs, em que os participantes subiram cinco degraus, elevando até o último “andar” um peso de 200 kg.
Enquanto na primeira bateria o boliviano Cristian Quiroga e o brasileiro Tiago Aparecido não completaram a tarefa, na segunda o estoniano Rauno Reinla não deu chances para o azar, finalizando em primeiro quando o russo Mikhail Shivlyakov começou a terceira parte, no Power Stairs. Na prova seguinte, a do arremesso de barris (Keg Toss), Tiago arremessou dois dos oito, logo após Cristian ter arremessado quatro barris. Aí, foi a vez de Mikhail colocar pressão em Rauno, ao arremessar os oito em apenas 39 segundos. Depois de o estoniano ter arremessado sete, a disputa ficou empatada.
Na decisão, foi a vez da famosa prova em que cada atleta teve que puxar um caminhão de oito toneladas por 15 metros de distância. Nela, o russo não deu chances para os adversários. O brasileiro abriu completando em 45seg71. Em seguida, o boliviano baixou o tempo para 33seg18, seguido do estoniano, um pouco mais rápido, em 31seg24. Mikhail Shivlyakov conquistou o bicampeão do Força Bruta, ao completar a tarefa em apenas 23seg16. Consciente de que havia sido bem mais rápido que os adversários, Shivlyakov comemorou sambando, como havia feito no título de 2020.
“Me sinto muito bem por ter conquistado essa vitória. Estou ainda mais contente e alegre porque já estou com 40 anos, passando para a categoria máster, e consegui competir em alto nível contra atletas mais jovens”, comemorou o russo. “Sempre é muito bom fazer algum tipo de mudança. Neste caso, saí do meu país, que está nessa época do ano com um clima totalmente diferente, para o calor do Brasil, que tem um povo muito hospitaleiro”, completou Mikhail.
Palavras dos estreantes – Vice-campeão em seu primeiro ano no Força Bruta, Rauno Reinla também comentou a respeito da diferença climática e a dificuldade de adaptação. “Confesso que o clima e a temperatura no Brasil são fatores que complicam bastante para mim. No meu país, neste momento, estamos com temperaturas entre -15ºC e -20ºC. Demos sorte que nos treinos de sábado (6) o clima estava bem mais quente e, hoje (domingo), não estava tanto calor. Verdade é que estamos acostumados a competir no mundo inteiro. Foi uma ótima competição. Fiquei muito feliz em ter participado”, avaliou Rauno.
Quem também estreou no Força Bruta foi o boliviano Cristian Quiroga, um dos destaques do strongman na América do Sul. “O Força Bruta não é difícil pelas provas em si, mas pelo fato de disputarmos várias etapas em um curto tempo. Não há tanto tempo de descanso, ou seja, a resistência tem que ser muito grande. Não há lugar para erros, o que aumenta a dificuldade. Há competições que duram 4 ou 5 horas. Competi em 2018 no final da Champions League e aqui terminei mais cansado do que lá, realizado em dois dias. Para mim, é uma grande honra estar no Brasil disputando essa competição”, disse Quiroga.
Representante brasileiro – Atual pentacampeão sul-americano e dono do recorde do continente no levantamento da cangalha, com 570 kg em cinco metros, Tiago Aparecido, de Biritiba-Mirim (SP), comemorou a oportunidade de voltar à disputa do Força Bruta, após ter participado do evento em 2018. “Para mim é gratificante ser convidado. Sinal de que meu trabalho está sendo bem feito e reconhecido. Venho do Sul-Americano no domingo (31), quebrei um recorde e pude representar o Brasil entre os homens mais fortes do mundo. Honrado por estar aqui, após ter competido há três anos ao lado do meu amigo Marcos Ferrari, que desta vez foi árbitro do evento”, relembrou Aparecido.