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Quaresma: tempo de construção e fortalecimento da espiritualidade cristã

Celebração na Quarta-feira de Cinzas na Igreja Matriz de Pindamonhangaba. (Foto: Allan Modesto/PortalR3)

O tempo quaresmal é um período na Igreja Católica, em que temos a oportunidade de “progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa” (Oração do dia, do primeiro domingo da quaresma).

Partindo do deserto de nossa vida, queremos chegar à Jerusalém, entrando com Jesus, cantando os hinos e vivenciando cada momento, de modo, que o mistério da sua paixão, morte e ressurreição, fortaleça nossa identidade cristã.

Neste caminho, temos a oportunidade de construir e fortalecer nossa espiritualidade. Construir para quem ainda não a tem e fortalecer e desenvolver para aqueles que já possuem uma caminhada eclesial.

Falar de espiritualidade, é pensar primeiramente, que não se trata de algo exclusivo da Igreja Católica. Todas as religiões desenvolvem uma espiritualidade, por isso, queremos focar na espiritualidade cristã.

“A espiritualidade cristã enraíza-se no acontecimento da revelação de Deus e da concretização histórica da revelação em Jesus Cristo como na tradição da Igreja”. (Urbano Zilles). Suas principais características nos remetem à Comunhão com Deus, ao acolhimento da vida de Jesus Cristo, a consciência da vida eclesial e sacramental, da pessoa e da comunidade, como espaços para vive-la, de modo que nosso olhar esteja voltado para o alto, com a esperança de um dia participarmos da eternidade.

O tempo quaresmal, é um espaço no qual, percorreremos este caminho de revelação com e em Jesus. Entenderemos o sentido do mistério da encarnação, que atingirá sua plenitude, no mistério da paixão, morte e ressurreição, isto é, o Mistério Pascal.

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Temos neste período de quarenta dias, alguns meios e modos para cultivar esta “espiritualidade cristã e quaresmal”.

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Os passos que podemos dar neste período fundamental da vida da igreja, consiste em à luz da Palavra de Deus: acolher e entender o valor da “Aliança divina” (cf. Gênesis 9,8-15); buscar a Verdade e amor, como expressões do caminho que nos levam ao Senhor (Salmo 24); aprofundar o nosso batismo, não apenas como um fato histórico, mas como inserção na vida eclesial (1Pedro 3,18-22) e ir ao deserto da vida, para de lá partir em missão, consciente de quem é Jesus (pergunta básica para o evangelista Marcos), acolher a proposta do Reino e assumir o caminho de conversão (Marcos 1,12-15).

A construção e o fortalecimento de nossa espiritualidade cristã, passa ainda pela observância da profundidade das orações das missas e dos prefácios próprios. Ali, o ministro ordenado, a comunidade reunida, envolvidos pelo Espírito Santo, podem beber desta fonte, basta que estejamos atentos em cada celebração que formos participar ou presidir (no caso dos ministros ordenados).

Alguns exemplos do que poderemos acolher nas orações e prefácios:
– “Jesus consagrou a observância quaresmal. Desarmando as ciladas do antigo inimigo, ensinou-nos a vencer o fermento da maldade”;
– “Ó Deus, que nos alimentastes com este pão que nutre a fé, incentiva a esperança e fortalece a caridade, dai-nos desejar o Cristo, pão vivo e verdadeiro, e viver de toda palavra que sai de vossa boca”;
– “Ó Deus, que nos mandastes ouvir o vosso Filho amado, alimentai nosso espírito com a vossa palavra, para que, purificado o olhar de nossa fé, nos alegremos com a visão de vossa glória”.
Enfim, temos um tempo muito rico de sentidos, de expressões e de gestos que certamente favorecem o crescimento, o desenvolvimento e fortalecimento de nossa espiritualidade cristã. Façamos destes quarenta dias, um grande retiro.

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