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Cônsul geral da Índia visita unidades de pesquisa da Secretaria de Agricultura SP

Comitiva se interessou por estudos desenvolvidos com cana-de-açúcar e cruzamento industrial de gado nelore e angus

Comitiva no Centro de Cana do IAC, em Ribeirão Preto. (Foto: Divulgação)

Unidades de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo receberam o cônsul geral da Índia em São Paulo, Amit Kumar Mishra, em Ribeirão Preto e Piracicaba. O cônsul indiano conheceu as pesquisas desenvolvidos pelo Instituto Agronômico (IAC-APTA) e pela APTA Regional de Piracicaba, Itapetininga, São Roque e Tietê. Por acreditar que o estado de São Paulo abriga um dos ecossistemas agrícolas e industriais mais desenvolvidos do mundo, Mishra solicitou e realizou visita às unidades pesquisa da APTA.

Em Ribeirão Preto, Mishra e sua equipe conhecerem aspectos da canavicultura paulista e brasileira e as pesquisas do Programa Cana do IAC para o setor sucroenergético. Recepcionados pelo diretor do Centro, Marcos Guimarães de Andrade Landell, e pelos pesquisadores, Mauro Alexandre Xavier e Luciana Rossini, a comitiva também conheceu as instalações para a área de biotecnologia e o Núcleo de Produção do Sistema de Mudas Pré-Brotadas (MPB). “A visita foi muito proveitosa. Eles estavam muito interessados em saber mais sobre a canavicultura paulista e brasileira e como o IAC atua nessa área”, afirma Landell.

Em Piracicaba, a comitiva foi recepcionada pelas lideranças da APTA Regional, Maria Zucchi, Raffaella Rossetto e Keila Duarte. As pesquisadoras apresentaram as pesquisas desenvolvidas em quatro unidades da APTA Regional. “Percebemos um grande interesse deles nas pesquisas em cana-de-açúcar, já que a canavicultura indiana se assemelha com a brasileira. Além disso, eles se mostraram muito interessados nas pesquisas desenvolvidas com o cruzamento industrial de gado nelore e angus. Ao final da visita, ficamos de planejar, após a pandemia, um evento sobre a agricultura paulista e indiana e as potencialidades de trabalho em conjunto”, explica Raffaella. As visitas ocorreram em 19 de fevereiro em Ribeirão Preto e 24 de fevereiro em Piracicaba.

Segundo Mishra, a agricultura desempenha papel fundamental na economia indiana, empregando cerca de 58% da força de trabalho e contribuindo em 20% com o Produto Interno Bruto (PIB) do país. “A Índia está trabalhando duro para transformar o setor agrícola, com o objetivo de dobrar a renda dos agricultores, aumentar as exportações agrícolas e agregar valor aos produtos. Procuramos aprender com as melhores práticas nesse campo em todo o mundo”, afirma.

O cônsul indiano explica que nesse contexto, o Brasil interessa aos indianos, por sua transformação de importador de alimentos para um dos maiores exportadores de produtos agropecuários. “O Estado de São Paulo foi o que mais contribuiu nessa transição, sendo o maior produtor e exportador de produtos agrícolas. São Paulo abriga um dos ecossistemas agrícolas e agroindustriais mais desenvolvidos do mundo, e a contribuição da pesquisa e da tecnologia para esse sucesso foi imprescindível”, diz.

Em sua visita às unidades de pesquisa da Secretaria de Agricultura, Mishra disse que pôde interagir com os pesquisadores para conhecer melhor a qualidade das variedades de cana-de-açúcar estudadas e cultivadas em São Paulo. “Foi uma grande experiência visitar essas instalações. Não há dúvida de que as pesquisas desses centros têm contribuído para uma melhor produção e produtividade no setor agrícola do Estado. Também fiquei impressionado com a proximidade dessa pesquisa com o usuário final, como a indústria sucroalcooleira”, afirma.

Pesquisas entre Índia e Brasil precisam ser fortalecidas
Na visão do cônsul indiano, a colaboração em pesquisas entre Índia e Brasil em áreas como agricultura e saúde precisam ser fortalecidas ainda mais. O desafio, segundo ele, é criar arranjos institucionais para facilitar a colaboração acadêmica e as pesquisas entre instituições públicas e privadas nos dois países. “As instituições sediadas em São Paulo certamente terão um papel importante nisso”, diz.

Apesar das diferenças no sistema agrícola da Índia e do Brasil, os objetivos dos dois países são o mesmo, para Mishra: aumentar a produtividade e agregar valor. “Isso oferece muitas possibilidades de cooperação. Acho que não devemos pensar em oportunidades de colaboração apenas no sentido tradicional, mas sim, explorar ativamente as oportunidades oferecidas pelo crescimento da tecnologia. As empresas indianas de TI têm experiência e soluções incomparáveis no campo da digitalização da agricultura, que podem ser úteis no Brasil. Além disso, novas oportunidades estão surgindo na área de startups. Ambos os países abrigam milhares de startups trabalhando na agricultura. Acredito que elas podem oferecer soluções novas e inovadoras para os desafios enfrentados pela agricultura nos dois países”, afirma.

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