O Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, realiza análises para atestar a sanidade das galinhas da Pluma Agroavícola e da Globoaves, empresas fornecedoras de ovos controlados ao Instituto Butantan. Os ovos são usados para a produção da vacina da gripe, disponibilizada anualmente para a população brasileira, e poderão agora ser usados para a produção da ButanVac, vacina em fase de desenvolvimento contra a Covid-19.
As análises realizadas pelo IB atestam que as aves estão livres de influenza aviária e laringotraqueite infecciosas das galinhas. Os testes são realizados no Centro Avançado de Pesquisa Avícola do IB, localizado em Descalvado, no interior paulista. A unidade é acreditada por norma internacional NBR ISO 17025 e é credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O laboratório é o único do Estado de São Paulo e um dos dois do Brasil a ter essas certificações para a sanidade avícola.
“O controle sanitário dos lotes de aves produtoras de ovos controlados para produção de vacinas inativadas é seguido conforme a Instrução Normativa nº 56, de 04 de dezembro de 2007, sendo que os lotes devem estar livres dos principais agentes patogênicos da avicultura. Realizamos mensalmente as análises no Instituto Biológico para identificar que nossas aves produtoras de ovos controlados estão livres de laringotraqueite e influenza aviária, garantindo assim a segurança e excelência do que é produzido e fornecido ao Instituto Butantan”, afirma Marcela Fregonezi, médica-veterinária e responsável técnica pelas Unidades de Produção de Ovos Controlados da Pluma Agroavícola, empresa localizada na região de São Carlos que fornece, aproximadamente, 30 milhões de ovos por campanha ao Instituto Butantan.
Segundo Geraldo Cupertino, supervisor de produção da Globoaves, as análises do Instituto Biológico são fundamentais para atestar a sanidade das aves e atender aos critérios de qualidade necessários para o uso dos ovos controlados.
“O Brasil avançou muito nos últimos anos nas pesquisas em sanidade avícola e monitoramento. As análises realizadas pelo Instituto Biológico em Descalvado nos ajudam a comprovar a qualidade dos nossos produtos. Mostram que nossa produção é confiável”, explica Cupertino, que é também responsável pelas entregas de ovos controlados para o Instituto Butantan. Cerca de 550 mil ovos são entregues pela empresa ao Instituto de saúde pública paulista, totalizando cerca de 60 milhões por ano, para a produção da vacina de gripe. Aproximadamente, três mil ovos já foram usados para a produção das doses iniciais da ButanVac.
“Esse trabalho é muito importante para garantir a qualidade e procedência das aves e, consequentemente, dos ovos destinados a produção da vacina de gripe e agora da ButanVac, vacina brasileira em teste para Covid-19. Estamos muito felizes em poder contribuir neste momento”, afirma Gustavo Junqueira, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Centro da Secretaria é credenciado para atender as principais demandas do setor produtivo
O Centro Avançado de Pesquisa Avícola do IB é credenciado e acreditado para atender as principais demandas do setor de aves. Em 2020, o espaço obteve a extensão de escopo de credenciamento do MAPA para a realização de análises de biologia molecular, atendendo a demanda da cadeia de produtiva para o monitoramento de vírus da influenza aviária e do vírus da doença de Newcastle. Os ensaios são exigidos para compartimentação e para a importação de material genético, cujos resultados devem ser negativos.
“Este último credenciamento que tivemos atende aos programas de certificação e controle de granjas de reprodutoras comerciais, controle e monitoramento nos estabelecimentos avícolas comerciais de frangos e perus de corte e nos de abate de frangos, galinhas, perus de corte e reprodução, compartimentação, exportação e importação de material genético avícola’, explica Ana Iba, pesquisadora e diretora do CEAV.
A aquisição do material genético é um processo fundamental para o estabelecimento da atividade avícola. As aves que dão origem aos novos plantéis precisam estar livres de determinadas enfermidades, tanto no processo de importação, quanto para exportação. A garantia de sanidade é um fator crucial nesse processo, de acordo com a pesquisadora do IB e diretora do Centro.
“O custo para aquisição do material genético avícola é muito elevado. Por isso, o controle deve ser feito logo no início, com a comprovação de que o material está livre de determinadas doenças para, finalmente, compor o plantel nacional”, diz Renato Luciano, pesquisador do IB que também atua junto ao CEAV.
De acordo com ele, a rigidez no controle de doenças avícolas é necessária para salvaguardar a atividade avícola no país. “Influenza aviária e Newcastle são doenças que causam restrições no comércio internacional. Isto é, se houver qualquer caso no país, o mesmo é proibido de exportar”. Segundo Luciano, o Brasil é livre de influenza aviária e controlado para a DNC, através da vacinação. Para manter este patamar sanitário são necessárias medidas de prevenção e controle, com o monitoramento constante destas enfermidades.
Além de desenvolver pesquisas e realizar diagnóstico para a saúde das aves, o CEAV atende também a clientes do setor de alimentação animal e de produtos de origem animal, atuando em controle microbiológico. Por ano, são realizadas cerca de 200 mil análises para produtores e empresas, abrangendo mais de 100 municípios.