Um incentivo para que mulheres refugiadas e migrantes adquiram conhecimentos sobre organização financeira em busca da estabilização econômica e familiar e da autonomia. É essa a missão de um curso de educação financeira que, na primeira edição, capacitou 35 mulheres do Paraná. Elas tiveram formação básica em Gestão de Finanças Pessoais; aprenderam sobre organização orçamentária e planejamento; e receberam conceitos básicos sobre juros, empréstimos, investimentos, abertura de contas e de como sair do endividamento.
Iniciativa da coordenação-Geral do Comitê Nacional para os Refugiados, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a primeira edição do curso foi ministrada a mulheres refugiadas, apátridas, solicitantes de refúgio e vítimas de violência doméstica. O objetivo foi capacitar principalmente aquelas que são mães em razão das peculiaridades de vulnerabilidade desse grupo.
As orientações do curso ajudaram, por exemplo, a venezuelana Emilly Malpica na abertura de uma conta bancária no Brasil, tarefa que se torna mais difícil por causa da diferença de idiomas. “As informações ajudaram muito. Para abrir a conta, nos é colocado um contrato e como muitas pessoas ainda não sabem ler em português, as informações são de muita ajuda”, contou Emilly.
O coordenador-geral do Comitê Nacional para Refugiados, Bernardo Laferté, explicou que a intenção é explicar de forma simples aos que vieram de fora o funcionamento do sistema financeiro brasileiro e como lidar com ele. “Isso é importante em vários aspectos, primeiro no que diz respeito à autonomia e a autossuficiência do indivíduo. Com o trabalho, com os recursos financeiros, ele tem um dos pilares da sua autonomia aqui no Brasil. Razão que já faz muito importante ter esse conhecimento. Explicamos como funciona o sistema financeiro, de pagamentos, qual a importância de compreender juros, multa, empréstimo.”
O curso
O coordenador-geral Bernardo Laferté explicou que o Ministério da Justiça, em uma parceria com o Banco Central, se capacitou em temas da política de educação financeira para transmitir os conhecimentos.
Qualquer instituição do país que lide com o público de migrantes e refugiados pode solicitar ao Ministério da Justiça e Segurança Pública a aplicação do curso sobre educação financeira. A primeira edição que capacitou mulheres do Paraná foi motivada por uma solicitação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para atender mulheres de uma casa de acolhimento.
O curso é interativo e busca aproximar o tema da realidade do público, estimulando a participação por meio da exposição de dúvidas e experiências de vida relacionadas ao assunto.
A capacitação ainda aborda temas como o envio e recebimento de remessas do exterior, tipos de operações de crédito e como evitar golpes associados ao sistema financeiro.
Para entrar em contato com o Comitê Nacional para Refugiados (Conare) basta enviar uma mensagem para [email protected] com cópia para [email protected] e [email protected]