publicidade
𝑝𝘶𝑏𝘭𝑖𝘤𝑖𝘥𝑎𝘥𝑒

IAC apresenta nova variedade de lima ácida Tahiti, a IAC 10, e dois novos porta-enxertos

Os materiais serão apresentados em palestra no 21º. Dia do Limão Tahiti em 14 de abril

Variedade de lima ácida Tahiti, a IAC 10. (Foto: Agricultura SP)

Uma nova variedade de copa da lima ácida Tahiti, a IAC 10, com elevada produtividade e precocidade de produção capaz de viabilizar boa colheita já no segundo ano após o plantio, e dois novos porta-enxertos desenvolvidos pelo Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, serão apresentados no 21° Dia do Limão Tahiti e na 2ª Expolimão. Os eventos serão realizados online pela primeira vez, nos dias 14 e 15 de abril de 2021, a partir das 9h, pelo youtube.com/embrapa. A participação é gratuita e para acessá-lo é necessário se inscrever no site https://eventos.fundag.br/events. O tema é de grande interesse para São Paulo, líder na produção nacional de Tahiti e responsável por cerca de 70% do volume brasileiro dessa espécie cítrica.

Conforme pesquisas do Instituto, a lima ácida Tahiti IAC 10 é 25% mais produtiva que a variedade comercial IAC 5, única que tem registro junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para plantio em São Paulo e à Coordenadoria de Defesa Agropecuária. “Ela produz acima de 40 toneladas por hectare, no quinto ano após o plantio, e é similar a BRS Ponta Firme, nova variedade da Embrapa que em breve estará disponível aos produtores”, diz o pesquisador do IAC, Fernando Alves de Azevedo. Esse desempenho é muito bom em um pomar considerado jovem, aos cinco anos. A média de produtividade de lima ácida Tahiti em pomares adultos, isto é, entre oito e dez anos após o plantio, é de 25 toneladas, por hectare, de acordo com o pesquisador. A IAC 10 poderá produzir, na fase adulta, em torno de 80 toneladas por hectare. Se o pomar for irrigado, esse desempenho pode ser ainda maior.

Além da produtividade, o novo material reúne características demandadas pelo mercado, como frutos ovalados com peso superior a 100 gramas, sem sementes e com casca rugosa. “Os frutos apresentam rendimento de suco próximos a 50%, o que significa que, aproximadamente, metade do peso do fruto é suco, isso é muito interessante para os consumidores”, comenta Azevedo.

Azevedo também irá apresentar dois novos porta-enxertos para lima ácida Tahiti, chamados de IAC Itajobi e IAC Pindorama. Desenvolvidos pela pesquisadora do IAC, Mariângela Cristofani-Yaly, eles resultam do cruzamento entre microtangerinas, como a tangerina Sunki, com trifoliata, e são denominados citrandarins.

“O IAC Itajobi induz às plantas de lima ácida Tahiti às copas ananicantes, não ultrapassando 2,5 metros de altura, semelhante à do trifoliata Flying Dragon, e o IAC Pindorama se assemelha ao limão Cravo, gerando plantas vigorosas, acima de 3,5 metros de altura”, descreve. Os dois possuem tolerância à seca, característica que viabiliza o cultivo sem irrigação. A produtividade de ambos é de cerca de 70 toneladas, por hectare, similar à do limão Cravo, conforme experimentos realizados de 2014 a 2020, em condições de sequeiro na APTA Regional de Pindorama, interior paulista.

Em 2020, o IAC obteve o registro nacional dessas cultivares junto ao Registro Nacional de Cultivares (RNC), no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. De acordo com Azevedo, esses materiais já estão em testes comerciais em pequenas áreas nas principais regiões paulistas produtoras de lima ácida. Esses plantios estão nos municípios de Araras, Cândido Rodrigues, Catanduva, Cordeirópolis, Itajobi, Mogi Mirim, Monte Azul Paulista, Novo Horizonte, Pindorama, Paranapuã, Taquaritinga e Urupês. “Ainda em 2021 esses materiais estarão disponíveis para comercialização de borbulhas, produção de mudas e plantios comerciais”, diz o pesquisador do IAC, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).

Para quem não sabe, porta-enxerto é a parte da planta citrícola que fica sob o solo. Nele é instalada a copa, porção visível da espécie. De acordo com Azevedo, na implantação de um pomar de citros, a escolha do porta-enxerto é um dos principais fatores. “Ele é responsável pela sustentação da planta, absorção de água e nutrientes do solo, vigor, precocidade de produção e síntese de alguns hormônios”, explica. O porta-enxerto também influencia na precocidade da planta e na época de maturação, isto é, reflete no momento da colheita. Impacta ainda a massa dos frutos, o rendimento de suco, a coloração da casca e do suco, o teor de açúcares e de ácidos. Em resumo: a enxertia certa vai determinar todo o sucesso do pomar. “O porta-enxerto oferece condições para a permanência dos frutos na planta, para a conservação pós-colheita e reforça a tolerância à salinidade, à seca, à geada, às doenças e nematoides”, enumera o pesquisador.

Vantagens de plantar a lima ácida Tahiti

Para os produtores, muitas são as vantagens desta espécie em relação às laranjas e tangerinas, considerando aspectos fitossanitários. O Tahiti tem resistência ao cancro cítrico e ao vírus da leprose dos citros. Nele não manifestam sintomas de mancha preta dos citros. Não hospeda a Xylella fastidiosa, patógeno causador da clorose variegada dos citros e, portanto, não apresenta seus sintomas. Esse conjunto de benefícios vem contribuindo com o aumento da área cultivada nos últimos anos. Azevedo comenta os dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que apontam a lima ácida Tahiti, em 2019, como a terceira fruta mais exportada pelo Brasil em receita. “Ele ficou atrás apenas da manga e do melão; o aumento dos plantios reflete a demanda crescente interna do mercado in natura e da indústria de suco e pela exportação”, diz.

𝑝𝘶𝑏𝘭𝑖𝘤𝑖𝘥𝑎𝘥𝑒

Online: 21° Dia do Limão Tahiti e a 2ª Expolimão

Pela primeira vez, o 21° Dia do Limão Tahiti e a 2ª Expolimão serão realizados remotamente, nos dias 14 e 15 de abril de 2021, a partir das 9h, pelo youtube.com/embrapa. O objetivo do evento realizado pelo Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, é contribuir, a curto prazo, para alterações no sistema de cultivo e comercialização. É recomendado o uso de novas variedades e técnicas modernas de manejo fitossanitário, que resultarão em aumento significativo de produtividade e lucratividade.

Os temas das palestras foram definidos juntamente com a cadeia de produção do Tahiti, incluindo produtores, consultores e empresas do setor. No dia 14, o pesquisador do IAC, Fernando Alves de Azevedo, irá palestrar sobre as novas cultivares do IAC.

No primeiro dia do evento, além da palestra sobre novas cultivares de copas e porta-enxertos desenvolvidas pelo IAC e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o público terá acesso a informações sobre os cenários econômicos atuais para o Tahiti e a importância da indicação geográfica e marca coletiva para o Tahiti. Os temas fitossanidade e manejo encerrarão o 21° Dia do Limão Tahiti com palestras sobre o manejo de duas importantes doenças bacteriana: o cancro cítrico e o HLB; e o controle de plantas daninhas, poda e indução floral.

“Estamos há 20 anos com esse evento de aproximação com o setor produtivo, principalmente pequenos produtores de Tahiti do estado de São Paulo, atendendo à missão institucional de gerar e transferir conhecimento técnico-científico ao setor citrícola”, resume.

Desde o ano 2000, o Dia do Limão Tahiti é realizado pelo Centro de Citricultura “Sylvio Moreira” do Instituto Agronômico, em Cordeirópolis. A partir de 2013, passou a ser sediado na APTA Regional de Pindorama, onde está a maior região produtora da lima ácida Tahiti do estado de São Paulo. Em 2019, ao comemorar a 20ª edição, os organizadores promoveram também a 1ª. Expolimão, alcançando recorde de público. Em 2020, o evento foi cancelado em virtude da pandemia da Covid-19. Este ano, o IAC firmou parceria com

Botão Voltar ao topo