Muitos atletas que estão perto dos índices exigidos pela World Athletics para os Jogos Olímpicos de Tóquio, que começará no dia 23 de julho, estão prontos para superar seus limites e carimbar o passaporte para o Japão durante a disputa do Troféu Brasil de Atletismo, de quinta-feira (10/6) a domingo (13/6) no estádio do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP), na Vila Clementino, em São Paulo. A data limite para a obtenção dos índices é 29 de junho.
Sem a presença de público, por determinações das autoridades sanitárias, em função da pandemia da COVID-19, o torneio seguirá todos os protocolos exigidos nos seus quatro dias. Os fãs do esporte poderão acompanhar o desempenho dos atletas ao vivo pelo Canal Atletismo e pelo Canal Olímpico da TVNSports: ASSISTA AQUI
Até agora, com o adiamento da Olimpíada de 2020 para 2021, 23 atletas já estão qualificados para os Jogos de Tóquio, de 23 de julho a 8 de agosto.
Entre esses atletas, perto da qualificação, está o mineiro Rafael Henrique Pereira (Clã Delfos-MG), campeão sul-americano dos 110 m com barreiras, com a marca de 13.35 (0.7), ficando a apenas três centésimos de segundo do exigido (13.32). “Minha expectativa para o Troféu Brasil é a melhor possível. Espero superar o índice na final e me consagrar campeão brasileiro pela primeira vez”, comentou o atleta de 24 anos. “Cuidei de minha recuperação, quando voltei de Guayaquil, no Equador, para Belo Horizonte, e agora já estou finalizando minha preparação para o Troféu Brasil. Tudo fluindo muito bem.”
Outra atleta muito perto do índice olímpico é a paulista Geisa Arcanjo (Pinheiros), finalista no arremesso do peso em Londres-2012 e no Rio-2016. No dia 24 de abril, em Bragança Paulista, ela obteve a marca de 18,39 m no arremesso do peso, ficando a apenas 11 centímetros do exigido. “Estou otimista e espero fazer uma boa competição”, afirmou.
Estão muito perto dos índices também Tiffani Marinho (Orcampi-SP) nos 400 m (ela tem 51.35 e a marca é de 51.88), Ketiley Batista (ASPMP-SP), nos 100 m com barreiras (correu 13.00 e o exigido é 12.84) e Felipe Bardi (SESI-SP), que tem 10.10 nos 100 m e 20.44 nos 200 m (os índices são de 10.05 e 20.24, respectivamente).
Esses são alguns exemplos e a CBAt torce por bons resultados na competição, considerada a principal entre clubes da América Latina, que começou em São Paulo, em 1945, aumentando a equipe olímpica.
O Troféu Brasil apontará os seus três primeiros campeões nesta quinta-feira. Serão realizadas as finais do lançamento do martelo masculino (13:50), do martelo feminino (15:50) e dos 10.000 m masculino (16:40), além de semifinais e qualificações.
Na disputa pelo título por equipes, o Pinheiros-SP tenta o sexto título consecutivo. Este ano, por causa da preparação olímpica, o clube liberou alguns atletas que estão no Exterior, a pedido do COB. “Este vai ser um Troféu Brasil um pouco diferente. A pandemia tem atrapalhado muito a preparação dos atletas e da seleção olímpica. Como o Pinheiros deve ser a equipe que mais atletas dará à seleção de atletismo recebemos uma solicitação do COB, que alguns atletas que estão fora do Brasil não retornassem ao País. São representantes fortes, vencedores de provas”, comentou Clodoaldo Lopes do Carmo, treinador do Pinheiros, referindo-se a Alison dos Santos (400 m com barreiras), Gabriel Constantino (110 m com barreiras) e Andressa Morais (lançamento do disco).
De acordo com Clodoaldo, atleta olímpico dos 3.000 m com obstáculos em Barcelona-1992 e Atlanta-1996, a disputa será mais forte. “Pelo porte do clube, o Pinheiros sempre entra para brigar obviamente pelo título, a expectativa é a disputa ser mais acirrada, mais apertada do que nos últimos anos”, afirmou. “Conto com o empenho dos atletas que estão no Brasil. Vamos entrar para defender o título e vamos torcer para que todos os clubes se saiam bem desta fase.”
No ano passado, em dezembro, também no Centro Olímpico, o Pinheiros confirmou seu favoritismo e conquistou o pentacampeonato. A equipe venceu na classificação geral, com 511.5 pontos, no masculino, com 214, e no feminino, com 297,5 pontos.
A Orcampi, de Campinas, comemorou o vice-campeonato, com 211 pontos, sendo também segunda colocada no feminino (115) e terceira no masculino (96). Já a AABLU, de Blumenau, ficou e terceiro lugar no geral, com 194 pontos, ficando em segundo no masculino (116) e em terceiro no feminino (78 pontos).
Este ano, a nova força é o CT Maranhão, que contratou vários atletas, como Thiago André, Alexsandro Melo, Bruno Lins, Eduardo de Deus, Rodrigo Nascimento, entre muitos outros. “Queremos fazer boa campanha no Troféu Brasil, mas não só no alto rendimento, mas também na base que o principal objetivo”, comentou José Carlos Moreira, o Codó, coordenador da equipe e medalha de bronze no 4×100 m nos Jogos de Pequim-2008.